A festa Glitterbox, criada em Ibiza e com edições em várias cidades do globo, chega pela primeira vez a São Paulo para nos lembrar da importância musical e cultural da disco music – e, especialmente, do quanto esse gênero rendeu filhotes fantásticos, como a house music. Conheça a história deste movimento cultural no mundo e seus efeitos no Brasil e garanta já seu ingresso com desconto para a Glitterbox clicando aqui.
para ler ouvindo esta playlist fabulosa da Glitterbox
Na próxima quinta, 7 de junho, véspera de feriado, a Arca – galpão festeiro e espaço de arte em São Paulo – recebe, pela primeira vez, uma edição da famosa festa Glitterbox, a maior do mundo dedicada à disco music e seus derivados. No line-up, nomes que ajudaram a renovar o estilo, como The Shapeshifters e Dave Lee ZR (anteriormente MUITO conhecido como Joey Negro), ao lado de brasileiros como Meme e From House To Disco. Mas tem muito mais no line-up.
A Glitterbox, além de marca de festa, também é um selo de importância magistral para a disco, fundado por Simon Dunmore, criador da não menos icônica gravadora Defected Records, um dos pilares da house music norte-americana.
Para alguns de nós (especialmente os que não são frequentadores assíduos das pistas de dança), a disco music traz memórias tanto visuais quanto musicais. Ao lado do baixo sincopado e dos arpejos de Giorgio Moroder, vêm à nossa tela mental imagens dos passos de dança elaborados de John Travolta, roupas extravagantes e um um estilo de vida hedonista.
A disco music teve isso, sim. Mas sua importância vai além, muito além. Foi um movimento cultural libertador, cooptado por outros estilos musicais, filmes, novelas e artistas do mainstream que reverbera até hoje no mundo pop.
A história desse movimento, além de encantadora, é essencial para quem ama a música e, principalmente, para quem entende a importância de uma boa pista de dança.
Culpe os hippies
Por incrível que pareça, o movimento hippie americano teve influência considerável no nascimento da disco music.
No final dos anos 60, as minorias das grandes cidades (gays, negros e latinos) viviam “espremidas” entre dois movimentos opostos. De um lado, a comunidade negra participante dos rolês de jazz, soul e funk e, do outro, a juventude branca que aderiu à psicodelia e à vibe paz e amor, tendo o rock como a música de seus embalos.
A turma que não se sentia representada por nenhum dos lados acabou naturalmente e gradualmente, absorvendo um pouco dos dois mundos para criar uma terceira via. Um universo próprio.
Aos poucos – e aqui deve-se uma menção a Jimi Hendrix, que resolveu fundir o rock com a música psicodélica, e ao coletivo Parliament Funkadelic, que ousou trazer experimentações e temas doidões para seu som – a moda hippie, de roupas coloridas e bagunçadas, o jeito desleixado, livre, de dançar e a falta de vergonha em inventar seu próprio estilo foram se incorporando a essa “nova” turma, e seus embalos começaram a ser notados por músicos a fim de se reinventar. Vários deles, veteranos da sólida gravadora de música negra Motown, como as Supremes, Stevie Wonder e Eddie Kendricks, por exemplo.
A turma estrelada da gravadora é responsável por algumas faixas consideradas “proto Disco”.
Céu carregado
Os grandes movimentos culturais são como um baita toró. E assim como, lentamente, as nuvens vão se enervando lá no céu, uma gama de situações baixo astral foram tomando conta dos Estados Unidos. Crise econômica, presidente reacionário, guerra do Vietnã e (olha eles aí de novo) a derrocada final da utopia hippie, perpetrada pelo coach do capeta, Charles Manson, se chocaram violentamente, resultando numa tempestade brava sobre cidades como Nova York e Filadélfia.
Trovões de contrabaixos sincopados e chuvas de glitter caíram dos céus, criando o movimento da disco music
O mau humor e a desesperança geraram na juventude americana uma necessidade de escapar da realidade, fugir da repressão e cair de cabeça, ao menos no sábado à noite, no hedonismo desmedido das pistas das “discotecas”.
Discoteca foi o nome dado, na década de 50, a bares onde não havia música ao vivo. Jukeboxes, vitrolas e, posteriormente, DJs, colocavam músicas de suas coleções para fazer o povo dançar. Trata-se de algo secundário em relação ao mundo do entretenimento, uma espécie de subcultura.
Aquelas minorias severamente oprimidas, que comentei acima, já haviam adotado as pequenas discotecas como um refúgio para se expressar através da dança e da festa. Eram, na verdade, sua única opção.
As discotecas, então, foram descobertas por todos os que estavam igualmente incomodados com a situação atual. O pessoal “antenado” (artistas, jornalistas, escritores e intelectuais) descobriu e ocupou as pistas de dança, despertando, posteriormente, a atenção de todos os que procuravam algo novo. Assim como acontece sempre que um movimento cultural se forma, viveu-se a era da lua de mel. Pessoas de todas as classes sociais, raças, preferências e credos se uniram com um só propósito. Se divertir como se não houvesse amanhã. E a coisa estava tão caótica naquela época, que havia possibilidade de não haver, mesmo!
Em 1970, o DJ David Mancuso organizava a festa The Loft. Somente para convidados (não era possível comprar ingressos), o rolê secretinho foi criando fama e despertando desejo. Ainda mais quando, no Dia dos Namorados daquele mesmo ano, Mancuso organizou uma festa aberta e maior, chamada Love Saves The Day, nome da faixa do Mother Father Sister Brother (ou MFSB, que você ouviu logo acima). De tanto sucesso, a festa se tornou semanal, inspirou muitas outras na cidade e inaugurou de vez a “era Disco”, comandada em Nova York pelas mãos de Mancuso e de DJs como Nicky Siano, Shep Pettibone, Larry Levan, Walter Gibbons e Frankie Knuckles.
A música, então, era uma mistura danada. Os DJs tocavam discos de vários gêneros diferentes, mas sempre buscando a vibração ideal para animados (bem animados) dançarinos que performavam na pista de dança. Aos poucos, seletores, produtores musicais e artistas notavam o poder que as músicas com a batida “4 x 4” (com o bumbo se repetindo num ‘tum tum tum tum’ eternamente, o que inspirou praticamente todos os vindouros gêneros da música para dançar) exercia sobre o público.
Rapidamente, a música estava sendo moldada e criada de olho nesse movimento, consolidando de vez o estilo musical que ganhou o nome apropriado de “disco music” ou seja “música de discoteca”.
Assista ao documentário canadense Disco Music Documentary
A febre Disco
Graças ao burburinho generalizado em torno das festas, à sede dos produtores musicais em participar desta nova cena e a programas de TV como o Soul Train, apresentado por Don Cornelius, que dividia as câmeras entre os músicos e um público contado que apresentava seus passinhos e montações na pista de dança, a “disco fever” tomou conta dos Estados Unidos.
Todo mundo queria embarcar no festivo Disco Train. De Olivia Newton John a Elton John, passando por roqueiros como os Rolling Stones.
Keith Richards escreveu, em sua autobiografia Vida, que a música Miss You era “a nossa tentativa de fazer disco music”. O vocalista da banda, Mick Jagger, era um assíduo frequentador de discotecas na época.
A segunda metade da década de 70 marcou a dominação da cultura disco pelo mundo. Em 1977, a discoteca Studio 54 foi inaugurada em Nova York e ficou mundialmente conhecida por receber celebridades que iam de Pelé a Jacqueline Onassis e Andy Warhol. Todos à procura da sensação que só a disco music proporcionava: liberdade total. Grupos europeus com o ABBA, ao lado dos australianos do Bee Gees (grupo que existia desde 1958), mergulharam na onda e foram responsáveis por sucessos mundiais, hoje presentes em qualquer festa de casamento de respeito.
Os Bee Gees, que faziam rock nos anos 60, vestiram terno e sapato plataforma para se transformarem nos responsáveis pela trilha sonora do clássico Saturday Night Fever (Os Embalos de Sábado à Noite), filme que tentou sintetizar a essência do que era a cultura disco na época. O longa era basicamente sobre garotos e garotas que ralavam a semana inteira e encontravam nos finais de semana a oportunidade de brilhar.
A crítica da New Yorker, Pauline Kael, sintetizou bem o movimento ao escrever sobre a película: “ o filme tem algo profundamente romântico. A nossa necessidade de se mover, de dançar, e a oportunidade de ser o que gostaríamos de ser. A pista de dança é o nirvana. Quando a música pára, você volta a ser uma pessoa comum”.
Tony Manero (John Travolta) chegando gloriosamente à discoteca
Donna Summer, um capítulo à parte
Se houvesse uma Barsa (os antigos entenderão) da disco music, com certeza LaDonna Adrian Gaines mereceria muitas páginas, não com seu nome de bastismo, mas sim com aquele que a alçou para o estrelado: Donna Summer. Nascida em Boston, em 1948, Donna foi uma mulher à frente de seu tempo. Encarou a missão de quebrar paradigmas. Musicalmente, teve peito para levar às massas as pirações eletrônicas do italiano Giorgio Moroder e abriu caminho para o que depois viria a ser chamado de música eletrônica. Se você gosta de house, techno etc. deve um bocado à Donna Summer.
Numa atitude à la Serge Gainsbourg, ela levou o sexo às boates. Tremendamente sexy no visual, ela gravou a proibidona Love To Love You Baby, com sussurros e gemidos gravados ao longo de seus 17 minutos de música, isso em 1975. A BBC contabilizou 23 orgasmos na música.
Lógico que a faixa foi censurada em diversos países, mas hoje sua importância é tão reconhecida que a música virou nome do recém-lançado documentário retratando a vida da cantora. Love To Love You, Donna Summer está em cartaz pelo canal HBO Plus. Para tristeza de seus milhões de fãs ao redor do mundo, Donna Summer faleceu em 2012 aos 63 anos vítima de câncer no pulmão, mas deixou um vasto legado e influencia fortemente o trabalho de quem vive e faz a música pop acontecer, como fica bem nítido em centenas de faixas “inspiradas” (ou copiadas?) de I Feel Love, como esta homenagem de Beyoncé contida em seu álbum sua obra-prima, Renaissance.
Beyoncé – Summer Renaissance
A revolta do frango frito
É impossível falar sobre a disco music sem citar a Disco Demolition Night, evento em que o radialista Steve Dahl promoveu a queima de milhares de discos de vinil do gênero no meio de um estádio de baseball em Chicago. Cansados da “Disco Fever” (e, principalmente, de tudo o que ela representava socialmente), uma horda de brancos comedores de frango frito, fãs de rock orquestrado “clássico” (sei que você me entende), organizaram uma fogueira supremacista que derreteu uma senhora coleção de vinis, em uma orgia inquisidora em pleno ano de 1979. O ato ficou conhecido como “Disco Sucks” ou “disco é um saco” e entrou para a história como uma dos atos mais embaraçosos movidos pelo preconceito musical.
Enquanto isso, nos lugares onde a música realmente interessava, a disco music se fundia ao punk (ouça Heart Of Glass, do Blondie, ou qualquer música do ESG ou das meninas do The Slits), se encontrava com o synthpop europeu e influenciava universos tão aparentemente distantes quanto o hip hop e a então gestante música eletrônica, através da house music.
Dance – ESG
Rita Lee. Nada mais rock’n’roll do que “trair” o rock’n’roll
A cultura das discotecas chegou efetivamente ao Brasil por volta de 1978. Antes disso, porém, DJs mais antenados, como Mr. Sam, Robertinho e Ricardo Lamounier já tocavam faixas do estilo nas cabines das discotecas onde tocavam, como a Papagaio e o Hippopotamus, em São Paulo, ou a Sótão e a New York City Discothéque, no Rio de Janeiro. Mas foi uma discoteca no Rio de Janeiro que botou a disco music na boca do brasileiro, do Oiapoque ao Chuí.
No final de 1974, o regime militar já se arrastava no Brasil havia uma década. A repressão contra qualquer tipo de expressão artística rolava solta, mesmo com a abertura política proposta pelo general Ernesto Geisel, eleito presidente pelos militares naquele ano.
Dois anos mais tarde, em 1976, a black music, que tomara conta das periferias e subúrbios das grandes cidades brasileiras, se infiltrava nas festinhas da classe média branca através da disco music. Naquele ano, o Brasil ganhava a sua discothèque mais famosa, a Frenetic Dancin’ Days. Sob o comando do jornalista e empresário Nelson Motta, a Dancin’ Days reuniu artistas, intelectuais, empresários cheios da grana e todos os doidões da época.
A “boite” (como se escrevia nos anos 70) serviu de berço para o sexteto feminino Frenéticas e inspirou uma novela de sucesso da TV Globo. Ou seja, chegou até onde o vento faz a curva no Brasil. Depois da novela, que tinha Sônia Braga no papel de mocinha, todo mundo achava bacana sair para dançar, conhecer o discotecário pelo nome e usar meinha soquete.
Não que a Dancin’ Days tenha sido a primeira, título ocupado pela New York City Discothèque, nem a mais legal das discotecas do país. Mas foi ela que colocou o termo “disco” na boca de tudo quanto é brasileiro. Para coroar seu sucesso, o dramalhão dançante da telinha foi ao ar em 1978, um ano depois do lançamento do blockbuster Saturday Night Fever (Os Embalos de Sábado à Noite). Toda moça queria ser a Sônia Braga. E todo rapaz, uma versão latina de Tony Manero, o personagem sexy de John Travolta.
Depois de produzir um fracassado festival de rock em Saquarema, no estado do Rio, Nelson Motta estava atolado em dívidas. Para pagar as contas, aceitou o convite da administração do ainda inacabado Shopping da Gávea para montar ali uma boate, que funcionaria durante alguns meses como publicidade para o centro de compras, antes mesmo de sua inauguração.
Com ajuda do DJ carioca Dom Pepe, em poucas semanas a casa era sucesso absoluto na zona sul do Rio de Janeiro.
Assim como aconteceu no mundo todo, os brasileiros arderam com a “Febre Disco”. Uma das grandes sacadas da casa de Nelson Motta era um show no meio da noite onde as garçonetes largavam as bandejas e subiam no balcão para cantar. O grupo foi batizado de As Frenéticas, lançou discos e virou um hit nacional.
Rita Lee e Roberto de Carvalho foram figuras primordiais para o sucesso da disco no Brasil. A rainha do rock, além de emprestar várias de suas canções para virarem versões dançantes de seus sucessos, ainda compôs o maior hit das Frenéticas, Perigosa, junto com o genial Roberto e Nelson Motta.
Só de falava em disco music no Brasil. Até o programa dominical Fantástico, motivado pelo desejo da TV Globo de bombar a novela Dancing Days, apresentou uma matéria direto de Nova York contando sobre a revolução cultural em curso apresentando o Studio 54 aos rincões do país. Tim Maia lançou seu disco Disco Club sucessos moldados para as discotecas. Casas noturnas de São Paulo e do Rio lançavam coletânas em vinil aos montes. Artistas de todos os lados se apresentaram para pegar uma fatia desse bolo, e produtores, como o próprio DJ Mister Sam e Lincoln Olivetti lançaram e produziram artistas como Gretchen, Lady Zu e Harmony Cats, já de olho nas vendas que o estilo estava gerando.
A volta do que nunca foi
A exploração desmedida das fórmulas da disco music pela indústria do entretenimento foi gerando cansaço em todo o mundo. E logo os DJs pesquisadores de novidade começaram se voltar para experimentações que geraram a house music, o techno e todos os subgêneros que vieram desde então.
A moda foi se renovando e a música também, mas os elementos da disco music jamais deixaram de aparecer em lançamentos de diversos estilos diferentes. No entanto, o gênero, o movimento, foi sendo deixado de lado até que o fantástico movimento de pêndulo, tão presente na história da música, se aproveitou de outro cansaço coletivo (desta vez, do peso e aceleração excessiva que assolou a música eletrônica nas pistas de dança) para fazer com que novos produtores revisitassem o estilo trazendo consigo novos recursos tecnológicos, experimentações, uma nova amálgama com outros universos musicais, mas mantendo a essência da disco music através de nomes como DJ Harvey, Crazy P, Faze Action (que já ganhou remix do brasileiro Benjamin Ferreira), entre tantos outros mundo afora, incluindo o duo anglosueco The Shapeshifters, que pisam em São Paulo para a Glitterbox.
A nova onda iniciada lá pelos idos de 2000 ganhou rótulos como nu disco, space disco e afins. Vale registrar que a turma da house music também fez sua suruba com a disco, gerando um subgênero denominado disco house.
Desde seu “retorno”, a verdade é que a disco music nunca mais saiu de cena e segue glamourosa desde pistinhas underground das grandes cidades até reluzir em discos de artistas como Roisin Murphy e Beyoncé.
Ou ainda em festonas como a Glitterbox, indicadas para novos e experientes adoradores da disco music e tudo o que ela significa na evolução do comportamento coletivo.
Aliás, a festa ganhou um documentário pra lá de bacana para saber mais sobre o assunto. Assista Where Love Lives – A Story of Dancefloor Culture & Expression, com depoimentos de Honey Dijon, Niky Siano, Simon Dunmore e muito mais.
Lançado em 2021, o documentário faz parte do catálogo da Amazon Prime e foi premiado em festivais internacionais de cinema. Hospedando sua discoteca do século 21 em locações renomadas em todo o mundo, como Space em Miami, Hï Ibiza, House Of Yes em Nova York e até o sagrado Royal Albert Hall em Londres, agora é a vez da experiência Glitterbox desembarcar em São Paulo, na Arca.
Agora é garantir seu ingresso com desconto exclusivo do Music Non Stop e se preparar para uma viagem pelo planeta disco e suas muitas variantes. Nunca uma véspera de feriado veio tão bem a calhar.
Glitterbox
Quarta, 7 de junho, a partir das 22h
Local: ARCA
Endereço: Av. Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina, São Paulo
Classificação etária: 18 anos (apresentação de documento na entrada).
Cerveja oficial: Beck’s *beba com moderação
Rádio oficial: Mix FM
Setores e Preços:
Pista: Lote 3: meia-entrada R$ 160 | solidário: R$ 192 | inteira: R$ 320
Backstage: Lote 4: meia-entrada R$ 360 | solidário: R$ 432 | inteira: R$ 720
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Line Up Completo
Aline Rocha (ouça)
Dave Lee ZR (ouça)
DJ Meme (ouça)
Melvo Baptiste (ouça)
Natasha Diggs (ouça)
The Shapeshifters (ouça)
Abertura: From House to Disco (ouça) b2b Lucas Rios (ouça)