Depeche Mode Foto: Reprodução

#TBT cringeira: o dia em que o Depeche Mode se apresentou em um galinheiro

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Ícone do synthpop inglês já tocou em muitos palcos diferentes e gigantes festivais. Mas, no começo da carreira, teve de abrir algumas exceções

Quando fechamos os olhos e pensamos nos artistas que adoramos, sempre nos vêm à cabeça grandes episódios de sucesso. Shows inesquecíveis em grandes palcos iluminados, ou inferninhos lotados, cheios de energia catártica. Viagens, hotéis caros, sorrisos e seres humanos à sua volta.

O Depeche Mode foi a banda que mais rápido ascendeu ao sucesso entre seus pares da onda synth-pop, como OMD, Gary Numan e Human League, por exemplo. Criada em 1977, em uma pequena cidade do condado de Essex, o grupo primeiro deus seus pulos na música new wave, mas se apaixonou pelos sons sintetizados e eletrônicos que estavam vindo da Alemanha. Em 1981, seu primeiro disco, Speak & Easy, já tinha a cara do projeto que conhecemos hoje.

No início da carreira, o grupo formado por Dave Gahan, Martin Gore, Andy Fletcher e Vince Clarke costumava fretar ônibus para levar os amigos (animados dançarinos) aos shows que fazia por toda a Inglaterra. Com a torcida ganha, ficou conhecido por fazer os shows mais animados do cenário synth-pop e, já no começo dos anos 80, chamava uma baita atenção da mídia britânica.

Seu empresário, Jonathan Kessler, começou então a trabalhar a expansão da base de fãs, e teve a ideia de viajar com o grupo para a Alemanha, a terra que inspirou o synth-pop, graças ao Kraftwerk e todo o movimento chamado krautrock. Seria uma jogada de mestre: ganhar o respeito dos mestres.

O grupo partiu para as terras germânicas em 1983, disposto a divulgar seu nome por lá. Para isso, Kessler agendou alguns shows e aparições em programas de TV. E foi em um desses shows televisivos que tiveram que colocar à prova o quão grande era sua vontade em “aparecer” para os colegas germânicos.

Para apresentar o mais recente single, See You, os ingleses acabaram caindo em um programa de comédia, que recebia artistas para esquetes meio musicais, meio engraçadinhas, assim como faziam Os Trapalhões no Brasil. Kessler só esqueceu de contar para o Depeche Mode.

Quando chegaram ao estúdio, os roteiristas do programa haviam montado um galinheiro como cenografia, com animais vivos. Aquele era o palco. E a produção pediu para que Grahan segurasse uma galinha no colo enquanto cantava.

Ao contrário do que qualquer um poderia supor, toparam a parada. Garotos, e obstinados em se promover na Alemanhã, os quatro se posicionaram e gravaram o mais esquisito registro de que se tem notícia de uma banda que nunca teve nada de engraçadinho em suas composições ou estilo visual.

Prepare-se para assistir a um dos mais constragedores capítulos da história do rock. E se você, que está lendo isso, é um artista no começo da carreira, pense no Depeche Mode antes de surtar no camarim porque a produção não disponibilizou toalhinhas brancas!

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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