Músicas polêmicas Imagem: Reprodução

5 músicas polêmicas que precisaram ter suas letras alteradas

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Censura, exigências de gravadora ou deslize: às vezes, artistas precisaram correr de volta ao estúdio para regravar suas canções

Recentemente, o grupo inglês The Prodigy mudou a letra de sua música mais famosa, Smack My Bitch Up (“espanque minha vagabunda”, em tradução livre) para os shows na Inglaterra. O objetivo, óbvio, era tirar da canção a conotação de violência doméstica.

Não foi a primeira vez, e provavelmente nem a última, que artistas saem correndo para retificar deslizes em suas composições. Em vários casos, até mesmo regravações foram feitas.

Conheça cinco artistas que passaram por situações semelhantes ao Prodigy, e não pouparam esforço para limpar a sujeira!

The Kinks – Lola (1971)

Tira a Coca daí

Lola, um dos maiores sucessos da banda inglesa The Kinks, conta subliminarmente sobre o encontro de seu empresário Robert Wace com uma trans em Paris. Mas o problema que levou a banda a correr de volta ao estúdio não foi esse.

Na letra, o grupo cita Coca-Cola, e a BBC, estatal de TV britânica, não permitia anúncios de marca escondidos em letras de música, o que impediria a apresentação do Kinks nos mais assistidos programas de música da época, e também em suas rádios.

A solução foi fazer uma nova versão, mudando o nome do refresco para Cherry Cola. Isso, claro, muito antes da gigante das bebidas ter lançado a sua Cherry Coke.

Michael Jackson – They Don’t Care About Us (1996)

Inexplicável verso antissemita

Até hoje, segue inexplicável a inclusão, por Michael Jackson, de versos antissemitas em They Don’t Care About Us, até porque vários integrantes do alto escalão de sua equipe eram judeus.

O rei do pop cantava “jew me, sue me, kick me, kike me” na versão original. Jew, judeu em inglês, acrescentado de “kike”, termo pejorativo atribuído ao povo judaico, enfureceu líderes religiosos na época, fazendo com o que o cantor se retratasse e gravasse uma nova versão, alterando os versos para “to me, sue me, kick me, strike me”.

A equipe de Jackson colocou a conta na “inocência” do cantor.

Sean Kingston – Beautiful Girls (2007)

Baladinha suicida

Como pode uma baladinha soul, toda trabalhada na Disney, com o astro infantil Sean Kingston, falar sobre suicídio em alguns de seus versos, provocado pela rejeição de uma garota bonita?

Essa nem Freud explica, mas os empresários de Kingston tiveram de tentar, ao serem chamamos no quartel general da gravadora, depois que a música já estava sendo promovida. O artista escreveu “você me faz um suicida quando diz que tudo acabou”, bem no refrão, repetido à exaustão.

As rádios, uma atrás da outra, removeram Beautiful Girls de suas playlists, até a gravadora entregar uma nova versão, mudando “suicidal”, por “in denial” (em negação).

The Black Eyed Peas – Let’s Get It Started (2005)

Chega de capacitismo

Lançada em 2005 no álbum Elephunk, Let’s Get It Started chegou ao número 20 da parada Billboard e é um dos maiores sucessos do Black Eyed Peas. A faixa fala sobre ficar doidão e festar, tema de vários de seus sucessos.

O problema é que, na versão original, lançada em disco, o nome da música é “Let’s Get Retarded” (vamos ficar retardados, em português), então uma gíria usada para chapar o coco, em um momento em que não se discutia tanto o preconceito capacitista.

Tão logo foram alertados sobre o tema, os integrantes do grupo se desculparam publicamente pelo deslize e mudaram o título e a letra.

Taylor Swift – Picture To Burn (2006)

Piadinha homofóbica

Em Picture to Burn, Taylor Swift tirava um sarro de seu ex-namorado. Para ridicularizar o bofe, a cantora resgatou seu passado caipira e fez piadas insinuando que agora tinha relacionamentos homossexuais.

A letra, claro, pegou bem mal, e Swift tratou de gravar uma nova versão, retirando os versos que tratavam do assunto.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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