Fã de The Killers Gabriel Bunho com Brandon Flowers e Ronnie Vannucci Jr. Foto: Acervo pessoal

“Perguntaram se o Brandon Flowers era cheiroso”: fã que tocou bateria com The Killers dá aula de obstinação

Flávio Lerner
Por Flávio Lerner

Gabriel Bunho conta como foi subir no palco do Primavera Sound São Paulo 2023

O designer gráfico Gabriel Bunho, 25 anos, deu uma aula sobre como ter coragem e meter a cara, mesmo quando você não está completamente preparado, transforma o mundo. Guitarrista da banda de trash metal Exkil, o eclético paulista de Piracicaba não é um fã de The Killers desde criancinha e mal sabia tocar bateria; ainda assim, encarou o desafio de substituir Ronnie Vannucci Jr em For Reasons Unknown, uma das escolhas do setlist do grupo americano neste Primavera Sound São Paulo 2023.

Entusiasta da banda de Las Vegas há mais ou menos dois anos por influência da esposa, Sabrina Souza Consolmagno Bunho, o rapaz descobriu na GP Week de 2022, em São Paulo, que o Killers eventualmente chamava fãs para tocarem bateria em For Reasons

“Quando terminou o show, eu já tava com isso na cabeça: eu iria querer ver The Killers mais de perto [numa próxima oportunidade], e se possível, subir no palco”, contou ao Music Non Stop.

Como ele não era baterista, fez uma meia dúzia de aulas com Evandro Kandalaft Filho, o batera da Exkil. Definido o objetivo e preparado pra missão, levou um cartaz com o pedido. E deu certo.

Fã The Killers

Cartaz levado por Gabriel Bunho que brinca com a letra de “For Reasons Unknown”: “Se o destino for gentil, eu vou ser o seu baterista nesta noite”. Foto: Acervo pessoal

“Demorei pra ir atrás das aulas. Devia ter começado antes, pra pegar mais a malícia do instrumento. Mas foi tranquilo, eu sabia que iria conseguir fazer, porque o arranjo da música é mais simples. Até achei que poderia ficar nervoso por causa da quantidade de pessoas e pelos músicos que estavam ali, mas fiquei bem confortável. Foi uma sensação incrível!”, continua, antes de revelar que, no fim das contas, tudo se trata sobre ter atitude.

“O mais importante mesmo era acreditar. As pessoas podem pensar que é impossível você subir no palco da banda que você gosta, mas tem vários artistas que fazem isso, e é um privilégio. Quando eu saía do Autódromo [de Interlagos], a galera parava pra conversar comigo, e eles acharam demais que eu subi lá — nem tanto por tocar, mas por estar com os músicos. A galera ama o Brandon. Não sei quantas pessoas me perguntaram se ele era cheiroso”, relatou, aos risos.

— E ele era? — perguntei.

“Acho que pra quem estava num show fazia mais de uma hora, tava bom!”, brincou.

Agora, o objetivo de Bunho é se apresentar em palcos deste tamanho com a própria Exkil. E para quem define metas claras e as executa com tamanha determinação, não há de se duvidar que ele consiga.

Flávio Lerner

https://flaviolerner.medium.com/

Editor-Chefe do Music Non Stop.

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