RuPaul Foto: Reprodução/Internet

RuPaul para além da “Drag Race”: artista que vem ao Brasil é gigante na música

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Em 1992, RuPaul ganhou o mundo com o hit Supermodel. Desde então, já lançou 14 álbuns de estúdio

RuPaul traz ao Brasil, neste final de semana, sua turnê RuPaul’s Drag Race Werq The World. A artista, acompanhada de vencedoras de seu reality show Drag Race, se apresenta em São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.

Mas você sabia que, para além de suas espalhafatosas performances televisivas que a tornaram famosa, a drag queen americana coleciona sucessos gigantescos no mundo da dance music — e abriu caminho a toda uma geração de artistas, incluindo Pabllo Vittar?

No início da década de 90, dance music e moda andavam de mãos dadas. As batidas e pianos inspirados na house music, com uma roupagem mais pop, eram ouvidas tanto nas passarelas quanto nas festas pós-desfile.

Madonna havia acabado de lançar Vogue. Deee-Lite arrasava com sua extravagância (drag) em Groove Is In The Heart. E RuPaul devorava sua fatia do bolo com Supermodel (You Better Work), com a qual estabeleceu, em 1992, seu casamento com a moda e as pistas de dança. Uma relação que duraria para sempre, e a levaria para o mundo do entretenimento televisivo como uma das mais queridas estrelas do meio.

As atenções estavam voltadas para o universo drag queen. Em 1994, o filme Priscila, A Rainha do Deserto registrava essa lua de mel. A Gaiola das Loucas, comédia que batia forte no preconceito e na hipocrisia conservadora americana, é de 1996 (uma refilmagem, com Robin Williams, do clássico de 1980).

Foi surfando nessa onda que RuPaul enfileirou um disco atrás do outro, somando nada menos que 14 álbuns! Os primeiros ainda foram lançados por gravadoras seminais na história da música festeira americana, como a Tommy Boy (de artistas como De La Soul, Afrika Bambaataa e Queen Latifah) e a Rhino (de Aretha Franklin, Depeche Mode e Bee Gees).

Na primeira estrofe de sua estreia no sucesso musical, ela mostrava que não estava ali de brincadeira:

“Era uma vez, uma garotinha negra dos projetos de Brewster, em Detroit, Michigan. Aos 15 anos, foi contactada por uma agência de modelos negros. Sua carreira então decolou (hora de trabalhar!)”.

Na sequência, e na intenção de entrar para sempre no mundo da moda, enfileira o nome de suas super modelos prediletas

Linda (work mama!)Naomi (she is fierce!)Christy (foxy lady, out of sight!)Cindy (I can feel it!)Claudia (sell the garment!)Niki (work the runway, sweetie!)

A turnê Werq The World, vendida como “o maior show de drags do mundo”, passará por São Paulo (26/11), no Vibra São Paulo; Curitiba (28/11), no Teatro Positivo; Porto Alegre (29/11), no Auditório Araújo Vianna; e termina no Rio de Janeiro (30/11), no Vivo Rio.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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