Moda Adam Drive e Lady Gaga viveram o casal Gucci no cinema. Imagem: Reprodução

De Galliano a Gucci; 5 ícones da moda que ganharam biografias nas telas

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Luxo, sedução e intrigas. A vida dos grandes nomes da moda mundial é uma verdadeira novela mexicana — e o cinema sabe disso

Um a um, todos os grandes ícones do mundo da moda vêm ganhando apimentadas biografias, em filmes e séries, que passam a limpo os bastidores das suas vidas. Os formatos variam. Há biografias autorizadas, não autorizadas, filmes “baseados em fatos reais” e ficções, que retratam uma personagem tão análoga à da vida real, que fica fácil fazer a assimilação.

É o caso de O Diabo Veste Prada, de 2006. No filme, a atriz americana Meryl Streep interpreta a editora de uma revista de moda implacável, cujo poder de “levantar ou derrubar” a carreira de um estilista fazia com que todos se curvassem a seus desejos. Quando o filme foi para os cinemas, o universo fashionista pegou a bola no ar: a trama era fictícia, mas os roteiristas claramente se basearam na editora-chefe da revista Vogue estadunidense, Anna Wintour, considerada a pessoa mais importante da indústria.

Tal mundo, pautado pela beleza, a vaidade e os produtos de alto luxo, é um prato cheio para tramas tão amadas pelos roteiristas. Se em qualquer meio competitivo a ambição desmedida fertiliza as mais absurdas tretas, uma passarela sobrea a qual desfilam quase todos os pecados capitais inspira a mais mexicana das novelas. E as pessoas “comuns” adoram ver gente bonita e rica se dando mal.

Depois de O Diabo Veste Prada, o cinema e as plataformas de streaming adicionaram ainda mais doses do ingrediente “reality” às suas produções, contando histórias verdadeiras, como o caso do assassinato de Gianni Versace. A icônica Coco Chanel, além de modelos como Veneno, Edie Sedgwick e Gia, ganharam filmes dramáticos baseados em sua história de vida.

Abaixo, listamos as cinco produções mais recentes do mundo do cinema, para você entrar de cabeça no melhor (e no pior) do mundo da moda.

High & Low – John Galliano (2023)

Como bem entrega o título, High & Low é um documentário sobre ascensão e queda, dirigido por Kevin MacDonald. John Galliano foi um poderoso e bem-sucedido estilista de moda entre os anos 90 e 00, até que encerrou sua carreira de vez em 2011, envolvido em acusações de racismo e antissemitismo potencializadas pelo abuso de drogas.

O filme traz entrevistas com supermodelos e personalidades (tem até a própria Anna Wintour) e revisita toda a carreira de Galliano.

Casa Gucci (2021)

A cinebiografia dirigida por Ridley Scott foi construída para nascer com um clássico. No elenco, Al Pacino, Jared Leto, Adam Driver e Lady Gaga.

O drama conta a história da dinastia de moda comandada pela família Gucci. Traição, assassinato, luxo, tem tudo ali. Críticos familiarizados com o universo da moda classificaram o filme como “exagerado”, trazendo estereotipias simplistas de personagens reais. Adicione ao novelão cenários paradisíacos da Itália e temos uma superprodução.

Halston (2021)

Para virar filme ou série de moda, tem de acabar mal. E com Halston, estrelado por Ewan McGregor e dirigido por Daniel Minahan, não é diferente. A minissérie conta a história da vida do estilista de moda que criou os chapéus usados por Jacqueline Onassis, esposa do presidente americano John Kennedy.

A família de Roy Halston Frowick ficou possessa da vida e o estúdio respondeu com o cliché: trata-se de uma obra de ficção baseada em um personagem real. Só precisa explicar para cada um que for assistir.

American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace (2018)

Focada muito mais no crime que tirou a vida de um dos maiores estilistas da história, Gianni Versace, do que em sua história de vida (e por consequência, da indústria da moda), a segunda temporada de American Crime Story disseca as circunstâncias de sua morte e, claro, todas as tramas envolvidas em uma disputa que envolve traições motivadas por muito, mas muito dinheiro.

Criada por Ryan Murphy, a série retrata, em cada temporada, crimes famosos da história recente.

Yves Saint Laurent e Saint Laurent (2014)

Se uma cinebiografia não é suficiente, o francês Yves Saint Laurent tem duas. E lançadas no mesmo ano. E opostas!

Yves Saint Laurent foi criada com o aval da família do estilista, em especial seu companheiro, Pierre Berge. A produção teve acesso aos arquivos pessoais do artista, a conversas com pessoas de seu círculo íntimo e o apresenta ao público como um gênio criativo, iluminado e simpático.

Seu filme rival, chamado apenas Saint Laurent, apresenta (de forma “não oficial”) as duas caras de YSL. Durante o dia, um profissional perfeccionista e criativo. Depois do expediente, um festeiro doidão e hedonista. Assista aos dois!

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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