Cillian Murphy Foto: Reprodução/BBC

‘Lembre-se, eu sou um ator’: Como Cillian Murphy conseguiu o papel principal em ‘Peaky Blinders’

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Personagens da série estarão em filme baseado na Primeira Guerra Mundial

Peaky Blinders fez um tremendo bem para a carreira do ator Cillian Murphy. E ele sabia disso, antes mesmo de conseguir o papel de líder da gangue irlandesa que protagoniza uma das séries mais queridas dos últimos tempos.

Antes de apavorar a Londres de 1919 com sua família boa de briga, Murphy havia atuado em filmes como Alerta Solar (2007), Voo Noturno (2005) e Dias Selvagens (2003), todos com alcance muito menor do que o seriado que se tornou um dos maiores sucessos produzidos pela Netflix.

O líder de gangue magricela, com 1,70m de altura, se transformou em um encrenqueiro gigante, ambicioso, problemático e, dada a magia cinematográfica, símbolo sexual entre o público, por mais psicótica que fosse sua personalidade. Mas aparentemente, as proeminentes bochechas rosadas e os olhos de bola de gude de Cillian não convenceram muito o diretor da série, Steven Knight, em um primeiro momento. Foi o que contou o astro ao programa de rádio Desert Island Discs, da BBC.

Sentindo que não era o favorito ao papel que representaria muito para sua carreira, o cotado ao Oscar pela atuação em Oppenheimer provou que, assim como a personagem que interpretaria na série, Thomas Shelby, era teimoso, e mandou a Knight a seguinte mensagem: “Steven, lembre-se: eu sou um ator. E eu acredito nisso. E eu penso que nossa missão, como atores, é a de nos transformarmos em qualquer coisa que o papel demande”.

A insistência, pelo jeito, funcionou. Poucos dias depois, Cillian Murphy foi chamado para fazer mais alguns testes.

O sucesso de Peaky Blinders não só trouxe uma tremenda exposição à atuação do artista, como também fez coçar a mão da Netflix para extrair mais da série. Tanto que Steven Knight foi chamado para dirigir um filme tendo os Blinders como protagonistas. Na mesma entrevista, Murphy contou que ele e o diretor estão finalizando o script (previsto para ficar pronto em abril), que terá a Primeira Guerra Mundial como cenário.

Constantemente questionado sobre um retorno da série, ele brinca: “Bem, se as pessoas estiverem dispostas a ver um Tommy Shelby cinquentão, eu estarei lá”.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

× Curta Music Non Stop no Facebook