We Are The World Foto: Reprodução

5 fatos sobre “We Are The World”, música filantrópica que ganhará documentário na Netflix

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Ação encabeçada por Michael Jackson e Lionel Richie juntou 63 milhões de dólares para combater a fome na África, em 1985

Na metade dos anos 80, uma reunião de estrelas da música jamais vista se juntou no estúdio de Jim Henson, em Hollywood, para gravar uma canção.

O resultado, a música We Are The World, que virou videoclipe e disco, se tornou um dos maiores sucessos mundiais quando o assunto é campanha para arrecadação de fundos. Juntou 63 milhões de dólares para ONGs que lutavam contra a fome na África, ganhou dois Grammys e rendeu, imaginamos, uma bela afterparty com a nata da música pop mundial.

O processo e o dia das gravações virou um documentário da Netflix, chamado The Greatest Night In Pop, dirigido pelo vietnamita Bao Nguyen, com estreia marcada para 29 de janeiro.

Conheça cinco fatos curiosos sobre o projeto, que mudou o mundo da filantropia musical!

USA for Africa não significa United States Of America

O nome da organização que tornou possível o projeto de We Are The World é USA for Africa. No entanto, ao contrário do que todo mundo pensa, a sigla da ONG não significa United States Of America.

USA é uma abreviação, na real, para United Support Artists For Africa (Artistas Unidos em Apoio à África). O projeto permitiu, através dos esforços de Michael Jackson e Lionel Richie, a união de um time de peso do pop mundial: foram 45 artistas americanos, incluindo Cindy Lauper, Bob Dylan, Stevie Wonder e mais uma talagada de estrelas de igual quilate.

Michael vai? Então não vou!

Prince, gigante nem 1985 depois de ter lançado o sensacional álbum Purple Rain, foi convidado para o projeto. No entanto, um pequeno grande problema colaborou com a bola preta na participação. Prince e Michael Jackson eram, como o Music Non Stop te contou, rivais mortais.

Quando Prince ficou sabendo quem era um dos principais articuladores do projeto, rejeitou integrá-lo, por mais filantrópico que fosse. Como dizemos por aqui, “necas de pitibiriba”.

Quem teve a ideia genial?

Todos os créditos do projeto USA For Africa foram dados, ao longo da história, à dupla Lionel Richie e Michael Jackson. Em textos mais cuidadosos, o produtor Quincy Jones, responsável por organizar a patota toda, também recebe sua fatia do bolo.

Mas a verdade é que a mente criadora não foi a de nenhum dos três citados. Quem teve a ideia, na verdade, foi o músico e ativista jamaicano Harry Belafonte. Foi ele quem passou a mão no tefefone e convenceu Jackson e Richie a abraçarem a causa.

E cumpriu muito bem sua missão. Ambos não só toparam participar de We Are The World, como também vestiram a camisa e foram os principais responsáveis pelos convites ao time de estrelas.

Tudo culpa do Live Aid

De certa forma, Belafonte criou o USA For Africa como uma resposta ao concerto beneficente inglês Live Aid, que rolou no mesmo ano de 1985, em julho.

Fundado por Bob Geldorf, ex-vocalista da banda punk Boomtown Rats, o Live Aid arrecadou exatamente o dobro do concorrente estadunidense: 127 milhões de dólares.

O projeto rolava no esquema Teleton. Enquanto dois concertos sensacionais rolavam no estádio de Wembley, em Londres, e no John F. Kenedy, na Filadélfia, um time de voluntários recebia doações por telefone. No line-up do Live Aid, tocaram Queen, Elton John, Mick Jagger, David Bowie e Elvis Costello, entre outros.

Briga boa, não?

Bob Dylan foi, mas não foi

Anos depois da transmissão de We Are The World, um fã mais observador percebeu que Bob Dylan, durante a gravação, estava completamente perdido. Com cara de quem tinha queimado metade da produção anual de maconha em um só dia, o genial artista mal cantou, e muitas vezes parecia estar se perguntando, enquanto ouvia a música no fone de ouvido no estúdio: “onde é que estou e o que é que estou fazendo aqui, mesmo?”.

O livro de ouro de We Are The World

Veja quem foram os solistas na gravação (e do videoclipe) de We Are The World

Lionel Richie

Stevie Wonder

Paul Simon

Kenny Rogers

James Ingram

Tina Turner

Billy Joel

Michael Jackson

Diana Ross

Dione Warwick

Willie Nelson

Al Jarreau

Bruce Springsteen

Kenny Loggins

Steve Perry

Daryl Hall

Huey Lewis

Cindy Lauper

Kin Carnes

Bob Dylan

Ray Charles

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

× Curta Music Non Stop no Facebook