Teorias da Conspiração Imagem: Reprodução

De Kubrick a ‘Chaves’: as 5 melhores teorias da conspiração em filmes e séries

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Descubra as interpretações mais absurdas (e hilárias) que fãs criaram para grandes clássicos do cinema e da TV

Imaginação e tempo livre são os ingredientes para boas teorias da conspiração. O mundo está repleto delas, e as mais leves e divertidas (embora envolvam temas macabros, como a morte e o inferno) são as que vêm dos filmes e séries. Roteiros escondidos, entregando verdades que só os escolhidos são capazes de compreender.

Pare o que está fazendo para dar boas risadas (ou mudar o rumo de sua vida) conhecendo as cinco teorias da conspiração mais bacanas do maluco universo da internet, envolvendo roteiros de filmes e a mais amada série infantil pelos brasileiros!

O Iluminado (1980)

Uma confissão de Stanley Kubrick

Uma teoria da conspiração dentro de outra. Tem gente que a acredita que o homem jamais pisou na lua em 1969, após uma viagem com a nave Apolo 11. Tudo teria sido uma estratégia dos Estados Unidos, para não ficar atrás da corrida especial com a União Soviética. Para filmar e transmitir ao vivo um falso pouso na lua, a NASA contratou ninguém menos do que Stanley Kubrick.

Baseados nessa “certeza”, conspiracionistas juram que o diretor escondeu pistas em seu grande filme de horror, O Iluminado, para confessar que realmente participou da maior fake news dos anos 60. No filme de 1980, o garoto Danny usa um suéter com um bordado da Apollo 11, mas ao lado de explosões, sugerindo que a nave jamais chegou à lua. Kubrick também mudou o número do quarto maldito para 237 (no livro, o quarto é número 217). O motivo? 237 mil milhas é a distância da Terra à Lua. Além disso, há foguetes em diversos itens da decoração do hotel do filme, principalmente em seu carpete — um tema que aparamente não faz nenhum sentido em um hotel clássico para esquiadores.

Como em todas as teorias da conspiração, é muito difícil saber ao certo de quem foi a epifania lunática. Mas sabe-se que esta história foi popularizada por Jay Weidner, no documentário Kubrick’s Odissey I, de 2011.

Peter Pan (1953)

Peter Pan é mau e o Capitão Gancho é bonzinho

Uma das mais curiosas teorias da conspiração referentes a filmes envolve a animação Peter Pan. Para os crentes, Peter é, na verdade, um anjo da morte, que leva crianças falecidas para um lugar que não existe, a Terra do Nunca, e onde eles nunca crescem (por que já faleceram, né?).

Alguns peritos da maluquice vão além: Peter Pan aprisiona as crianças em um purgatório, e impede que suas almas sigam o caminho do paraíso. Capitão Gancho, na verdade, é um menino que escapou de Peter Pan, cresceu e agora luta para impedir que aprisione as almas de outras crianças. A ideia, presente em uma porção de vídeos em redes sociais, é anônima. Virou lenda urbana.

Titanic (1997)

Jack é um viajante do tempo

Esqueça a história romântica. Jack é um enviado da Skynet, a nação de robôs de O Exterminador do Futuro, que afundou o Titanic para acabar com a linhagem sanguínea de John Conner, que um dia lideraria a resistência contra os robôs. Para descolar dinheiro para a passagem, o viajante do tempo sabia os resultados das apostas.

Após salvar Rose, segundo os conspiracionistas, Jack afunda como a massa de um objeto de metal, e não de um humano, provando que realmente é uma máquina. Há também, sobre Titanic, uma segunda teoria: a de que Jack não existe, mas é uma alucinação criada pela depressão de Rose. As duas começaram a pipocar em fóruns especializados a partir de 2020, com autores desconhecidos.

Esqueceram de Mim (1990)

O pequeno Kevin cresceu e virou o Jigsaw, de Jogos Mortais

O que esperar de um garoto que tinha um estranho prazer em testemunhar o sofrimento físico dos dois malucos que tentavam assaltar sua casa, além de grande habilidade em construir armadilhas? Que ele se tornasse um psicopata, capaz de repetir o comportamento criando o ambiente de Jogos Mortais.

Sim, Kevin McCallister, de Esqueceram de Mim, virou o Jigsaw apoiado pelo trauma de ser simplesmente esquecido por sua família rotineiramente. E tem mais: no filme, o pessoal do bairro fala que o “velho” vizinho dos McCallister, é um serial killer. Seria ele quem o adotou depois que o moleque foi insistentemente abandonado pelos pais? A partir de 2015, fãs passaram a sacar as similaridades entre os dois personagens. A partir daí, a história não para de crescer.

Chaves (1973 – 1980)

Todo mundo no inferno

Esta é macabra. Todos os personagens do seriado Chaves já morreram e estão presos à danação eterna graças aos pecados pelos quais foram condenados. Cada um representa um pecado capital: Luxúria (Professor Girafales), Gula (Chaves), Avareza (Sr. Barriga), Preguiça (Seu Madruga), Inveja (Quico), Ira (Chiquinha) e Vaidade (Dona Florinda).

As pistas de que a turma vive no inferno: oito é o número que representa o infinito. Na série, Chaves vive na casa 8, com uma mulher desconhecida (a morte). Seu Madruga é sempre cobrado pelos 14 meses de aluguel atrasados (nunca 15, 16,17…), denunciando que estão vivendo um castigo eterno e cíclico, assim como o Sr. Barriga sempre toma uma pancada do Chaves quando aparece na vila. O mais louco é que esta teoria tem dono: um historiador pós-doutorado do México, chamado Ademir Luz.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.