Mais do que maquiadora, Ronalda é uma artista que transforma maquiagem e looks em discurso artístico. Frequentadora de clubes noturnos desde os anos 80, ela passou por várias fases e modismos da noite, sempre se mantendo fiel à postura de causar sem prejudicar a diversão alheia, se montar como se aquela festa fosse a última de todos os tempos e dançar como se estivesse diante do melhor DJ do planeta. Não importa se você a encontrar numa festa de rua no Centro de São Paulo, em plena tarde de domingo, ou num baile de gala cujos ingressos são disputados a tapa, Ronalda será estará belíssima, com seus figurinos criativos e maquiagem estonteante. Ronalda não anda. Ela desfila.
Muito justo a gente chamar esta artista do fervo para contar um pouco sobre sua vida aqui na coluna #MillerMusic. “Acho que fui em quase todos os clubes da cidade, desde que comecei, nos anos 80”, resume a clubber. Vamos à entrevista completa? Depois passeie pelo lookbook que montamos com os figurinos mais legais de Ronalda.
Music Non Stop – Quando você começou a frenquentar a noite? Como era o rolê, quem eram os DJs?
Ronalda Bi – Comecei bem jovem, tinha um lugar na 23 de maio que se chamava Latitude 2001. Depois ia a lugares de lésbicas, como o Mustache, Shock, Sétima Arte, Ferros Bar e outros. Aí comecei a frequentar o SRA Krawitz, fui bastante. Também frequentei Madame Satã, Malícia, Nation, Stereo, Pix, Hell’s Club… tantos lugares. E, claro, fui muito no Lov.e. Acho que fui em quase todos os clubes da cidade. Lembro de ter dançado muito no Massivo também. Acho que os primeiros DJs que me chamaram a atenção foram Renato Lopes, Mau Mau e o Mauro Borges. Uma das noites mais inusitadas da minha vida foi a Festa Uó, eu nem sabia qual era o tema, fui com um look que acabou saindo na coluna Noite Ilustrada como uma das mais uó rs.
Music Non Stop – Como foi que você se interessou por música eletrônica?
Ronalda Bi – Acho que o interesse veio naturalmente, frequentava a Praça Roosevelt, onde tinha o bar Corsário. Tava tudo acontecendo, tudo novo. Muita montação, as drags. Este era o espírito dos anos 90.
Musica Non Stop – Qual a música que você mais acha a cara da noite?
Ronalda Bi – Eu amo Gypsy Woman, da Crystal Waters, mas tem tantas músicas que emocionam, Deee-Lite, George Michael… A memória já não é a mesma rs.
Crystal Waters – Gypsy Woman
Music Non Stop – Você virou um ícone de noite em SP. Conta algumas das noites mais legais da vida?
Ronalda Bi – Acho que as noites mais legais sem dúvida foram no Krawitz e no Lov.e.
Music Non Stop – Qual a vantagem de ser maquiadora e poder usar seus conhecimentos para o povo da noite?
Ronalda Bi – No começo eu não era maquiador, eu garimpava peças em bazar e vendia no Universo em Desfile [lendário brechó em Pinheiros, que alimentou guarda-roupas de muitos clubbers nos anos 90]. Depois fui morar com o Marcelo Sath e comecei a desfilar para a First, que é a agência [de profissionais de cabelo e maquiagem] em que estou até hoje. Acho que as pessoas me vêem sempre com boa maquiagem, produção, acaba sendo um pouco referência.
Music Non Stop – Se você fosse pra uma ilha deserta e pudesse levar 3 coisas, quais seriam?
Ronalda Bi – Música (DJ), produção (montação, roupas) e maquiagem.
Music Non Stop – O que acha mais legal das festas em São Paulo atualmente?
Ronalda Bi – Atualmente acho muito bacana as festas em galpões, na rua, em lugares inusitados, apesar de estar muito feliz com a volta do clubinho Jerome.
Music Non Stop – Como você faz pra se manter linda até nos afters? Leva um estojo de make na bolsa?
Ronalda Bi – Uma maquiagem bem feita dura bastante, produtos à prova d’água também, mas claro que sempre um retoque eu levo na bolsa.
Music Non Stop – Você faz o estilo simpaticona da boate sempre ou tem coisas que te revoltam na noite?
Ronalda Bi – Eu sempre saio pra me divertir, dançar. Então não deixo que ninguém atrapalhe esse momento. Com a idade, ficamos mais sábios, pra não sermos incomodados.
SE LIGA NO LOOKBOOK DE RONALDA BI
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