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Saiba como foi a maior edição do Só Track Boa Festival
Evento rolou entre os dias 14 e 15 de junho, na Neo Química Arena, em São Paulo
No último fim de semana, rolou a maior edição do Só Track Boa, festival da Entourage Live que faz muito sucesso com a cena eletrônica brasileira. Sendo uma das maiores comunidades segmentadas do gênero, como contamos aqui durante a visita técnica que fizemos ao local, 70 mil pessoas frequentaram os dois dias de evento, que teve mais de 50 atrações.
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Estrutura
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Palco NSD no Só Track Boa Festival 2024. Foto: Thiago Xavier/Divulgação
Já tendo passado pelo Canindé, o estádio do Portuguesa, e pelo conhecidíssimo Autódromo de Interlagos, o Só Track Boa Festival estreou na Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na Zona Leste paulistana. O festival foi realizado na área de estacionamento do local, com palcos montados entre as vagas demarcadas, e utilizou banheiros e praça de alimentação do próprio estádio, poupando o gramado e as arquibancadas. Isso ocorreu porque todo o planejamento de estrutura precisou passar pela aprovação do time segundo Marcelo Madueño, sócio e diretor de produção de eventos da Entourage.
Com decoração associada a elementos brasileiros como guaraná, açaí, vitória-régia e mais, o STB buscou adicionar esse brazilian flavour, como mesmo denominaram, em todos os cantos do festival.
Ativações como a komvibez (uma combi da Eletro Vibez com DJs se apresentando) e stand de curso para DJs com a ELAB fizeram parte do cenário, além de inúmeros pontos instagramáveis e até mesmo infláveis gigantes com o nome do evento. Um dos destaques foi o OGG, Only Good Games, iniciativa da STB com a Player 1, que levou influenciadores gamers ao evento e proporcionou ao público um espaço para diversão com jogos de PlayStation e simuladores da Stock Car, bem como um jogo de realidade virtual.
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Isso tudo era acessível para qualquer pessoa no evento. Inclusive, três modelos de tatuagem gratuita foram disponibilizados. Mas rolava aquela certa fila, né? Quem adquiriu os ingressos para a área vip contou com vista privilegiada para dois palcos, além de bares e banheiros exclusivos, área para descanso, tatuagem, maquiagem e food trucks.
E falando em fila, um dos problemas no festival foi exatamente esse. Sem estacionamento oficial, a comunicação do evento sugeria que a melhor opção fosse o transporte público, já que o metrô Corinthians-Itaquera fica praticamente em frente ao estádio e possui uma passarela para acesso ao local. Assim fez a maioria das pessoas.
O que prejudicou a experiência foi a existência de apenas uma entrada/saída do festival, o que gerou uma fila enorme no início e no encerramento, fazendo com que a dispersão fosse lenta. Observando o problema, no segundo dia a organização anunciou outros portões de saída.
Shows
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Palco LuvLab no Só Track Boa Festival 2024. Foto: @CllickdoClayton/Divulgação
Com um sistema de som potente nos três palcos, o volume e a qualidade estavam garantidos. A depender da sua localização, era possível ouvir o som do palco Oca e do palco LuvLab conflitando. Mas bastava uns passos para se direcionar ao seu preferido e tudo era resolvido. Os dois estavam posicionados logo na entrada, no lado direito. No esquerdo, quase dando a volta no estádio, estava o NSD, o palco principal, cheio de luzes e efeitos pirotécnicos.
Apesar da maioria dos artistas do line-up ser brasileira, parece que as atrações mais aguardadas eram as gringas. E mesmo com a valorização do país na curadoria para os três palcos, o som efetivamente mais brazuca concentrou-se no menor deles. É que o NSD e o Oca — maiores em estrutura — estavam pautados numa sonoridade voltada pro techno e suas ramificações, com alguns momentos na pegada da house, enquanto no LuvLab rolou uma verdadeira mistura com tempero brasileiro.
Na sexta-feira, 14, apenas seis nomes internacionais tocaram — Ashibah, Korolova, Gorgon City, Denis Sulta, Kölsch e Adam Beyer —, e entre 32 artistas, oito eram mulheres: GIU, Eli Iwasa, Carola, KENYA20hz, ANNA, Raffa Boeno e as já citadas Ashibah e Korolova.
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O techno melódico se misturou à afro-house e à house no NSD, e o tech house e techno correram para o Oca. No LuvLab, realmente, um laboratório de experimentos, principalmente no B2B entre Mochakk e Mu540. House, funk e vários outros sons se juntaram num caldeirão que formou a criação de um dos grandes acertos da edição: este terceiro palco.
No sábado, 15, dos 29 nomes, tínhamos seis mulheres — Jessica Brankka, Mila Journeé, ANNA novamente, Honeyluv, Curol e Barja —, e oito gringos: Massano, Camelphat, Joris Voorn, Kölsh novamente, Honeyluv, Franky Rizardo, Eli Brown e Francis Mercier.
Mais uma vez, o techno melódico tomou conta do palco principal. Vintage Culture, o “pai” da Só Track Boa, foi o show mais lotado de todos. Também foi o que apresentou mais efeitos de luzes e fogos, passando por hits clássicos do DJ e produtor e também seu mais novo lançamento, o álbum Promised Land. A homenagem a Ayrton Senna nos momentos finais do set foi cativante, mas poderia ter sido ainda mais emocionante se o artista tivesse escolhido um discurso em português do piloto.
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Palco Oca no Só Track Boa Festival 2024. Foto: Divulgação
House, tech house e techno se espalharam no Oca, com Eli Brown reunindo uma grande massa. No LuvLab, Cat Dealers estreou seu projeto paralelo Sapiens; Victor Lou apresentou o Victor Lab, um show construído a várias mãos, contando com guitarrista e cantores em versões para diversas faixas (e sim, um dos grandes destaques do evento); Francis Mercier (guardem esse nome, porque esse artista merece, um dos melhores da noite) mandou uma performance arrebatadora com sua afro-house, que chegou a convidar Luedji Luna para cantar; além do B2B cheio de sintonia de Curol e Barja; e até o psytrance de Dang3r deu as caras.
Vale lembrar que os dois dias contaram com o Momento Só Track Boa, cheio de fogos e visuais criados especialmente para tal finalidade.
A próxima edição do Só Track Boa Festival rola dia 14 de setembro, em Belo Horizonte (MG).
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