Penguin Prison junta Abba, Michael Jackson e beats cavernosos

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Chris Glover disse tchau pro coral gospel com Alicia Keys e virou pinguim

Com dois singles lançados (Animal Animal e The Worse It Gets) e uma lista de remixes de arrepiar (como este de I’m Not A Robot, da Mariana & The Diamonds, que você baixa aqui), o nova-iorquino Chris Glover virou um dos nomes do ano de 2010 na música. Não exatamente como Chris Glover, mas com um nome um tanto sinistro para este mundo ecologicamente correto: Penguin Prison.

Fã de Michael Jackson, Nat King Cole e Nirvana, Glover apurou seu refinado paladar na Performing Arts School de Nova York, onde também estudava a diva black Alicia Keys – bem antes dela atender por este aka. Com ela, Glover cantou no coral gospel da escola – daí se explica sua bem treinada voz, de belo alcance, especialmente nos agudos.

Antes de se formar, Glover já havia recebido um convite do rapper Q-Tip (MC do A Tribe Called Quest) – convite este que acabou recusando, por, digamos, incompatibilidade sonora – e formado uma boy band de brincadeira chamada The Smartest People At Bard.

Em 2009, veio o primeiro single, Animal Animal, lançado pelo selo Neon Gold. Pop, divertida, abusada, a música é quase um passeio de Michael Jackson (ok, exagero) pela Disneyland. Ouça.

Foi o bastante pra deixar blogs em fúria, sedentos pelo segundo lançamento oficial da Prisão de Pinguim, coisa que só chegou em 2010. Daí veio essa coisa meio Abba com Stardust puxada no molho de Elton John. Supergay, superlinda. Worse It Gets

Eis que 2010 virou o ano do pinguim. E olha que ele ainda nem lançou um álbum. Mas aí também pode ser coisa de veia esperar por um disco pra ver se o artista é bom mesmo. Então, tá bom, já é o ano do pinguim pra mim. Essa Something I’m Not só veio pra confirmar isso. Assista:

Claudia Assef

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Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.