Estaria o fantasma de David Bowie ‘assombrando’ pequena ilha no Caribe?
Segundo Dylan Jones, ex-editor da GQ, o lendário músico tem feito aparições em bar que frequentou em vida
O roteiro é digno de um bom episódio do desenho animado Scooby-Doo. Um bar localizado em uma ilha do Caribe começa a ser assombrado por um fantasma. Rapidamente, Velma, Daphne, Fred, Salsicha e Scooby se deslocam para lá em sua perua colorida. Depois de muita confusão, o olhar científico da trupe desmascara o truque, revelando as verdadeiras intenções da trapaça.
Recentemente, veio à tona um caso como tantos outros que acontecem no mundo real ou nos episódios da animação, geralmente movidos por ganância. No entanto, como a história tem como protagonista o fantasma de um dos padrinhos do Music Non Stop, Sir David Bowie, resolvemos delegar a nosso departamento investigativo fantástico as devidas apurações.
A “denúncia” veio de ninguém menos do que Dylan Jones, ex-editor da revista GQ, uma famosa publicação internacional dedicada à moda masculina. Apesar de seu recém-lançado livro de memórias, These Foolish Things, tratar das histórias de um ativo profissional da moda, um dos capítulos que mais chamam a atenção é no que ele conta sobre as aparições de David Bowie, depois de sua morte, em um bar que a lenda costumava frequentar. Vale lembrar que Dylan também publicou uma biografia do astro logo após sua morte, em 2017, chamado David Bowie: A Life.
O mau (mau?) assombrado boteco em questão é o Basil’s, localizado na pequena ilha de Mustique, parte do arquipelogo de São Vicente e Granadinas, no Caribe. Aqueles micropaíses que a gente só sabe que existem graças às cerimônias de abertura das Olimpíadas. Mustique tem apenas 500 habitantes e menos de seis quilômetros quadrados, mas se tornou um refúgio para celebridades, justamente graças à sua exclusividade. Nomes como Mick Jagger, Bryan Ferry, Bowie e o próprio Jones chegaram a passar temporadas por lá.
O Basil’s é o único bar da ilha que fica aberto madrugada adentro. Junte isso ao fato de grandes astros estarem longe do assédio da imprensa, e qualquer leitor mais saidinho já pode imaginar o resultado: festas intermináveis em suas pequenas dependências. Pista número 1.
Segundo Nolan, Bowie era muito querido no boteco. Simpático com todos, costumava até mesmo subir ao palco para cantar junto do artista local que estaria tocando em algumas noites. E pelo jeito, o homem gostava tanto do lugar que resolveu seguir frequentando o Basil’s, mesmo depois de morto. O jornalista afirma que “é só você começar a frequentar o Mustique que será capaz de conhecer e conviver com o fantasma de David Bowie”. Pista número 2.
A ilha era ancestralmente habitada pela nação aruaque e, mais tarde, pelo povo chamado de caribe. Após a chegada dos espanhóis, foi tomada pelo plantio de cana de açúcar e, mais tarde, algodão. Hoje é exclusivamente dedicada ao turismo (a ilha atualmente é particular, administrada por uma empresa chamada The Mustique Company), não tem nem mesmo água potável e foi batizada graças à enorme população de mosquitos que assolavam os visitantes europeus. Seu drink mais famoso, disponível no Basil’s, é o Musgo Marinho, um coquetel com diversas variações na receita, com ingredientes que vão da cerveja ao rum e à água de coco. Pista número 3.
Conclusão do caso
Nos anos que antecederam sua morte, David Bowie era abstêmio. Segundo o próprio artista declarou em entrevistas, tomar “um só gole de álcool, para mim, significava o beijo da morte. Algo que me afastava de todos as pessoas que eu amo”. Além disso, o músico lutou por anos, em segredo, contra o câncer, tendo tempo suficiente para preparar-se para sua passagem. Isso significa que é completamente impossível que o genial astro do rock tenha decidido, no lugar de cumprir sua sina de Starman e vagar pelo espaço sideral, viver eternamente na esbórnia paranormal de um boteco qualquer, ainda que situado em uma ilha paradisíaca.
A Velma que habita nossa redação encontrou duas explicações para este mistério: a primeira é que os mosquitos da ilha andam tomando os restos de Musgo Marinho que sobram nas canecas do Basil’s, fermentando uma espécie de alucinógeno transmitido via picadas aos frequentadores do bar. Os infectados, já contaminados por tantas histórias prévias dos rolês de Bowie por ali, andam tendo visagens com o astro.
Outra possível explicação é que, secretamente, Dylan Jones aproveitou a grana de sua aposentadoria e comprou um hotel na ilha de Mustique. Histórias de assombração são ótimas para o turismo. A mansão da família Winchester, nos Estados Unidos, a mediaval cidade de York, na Inglaterra (a cidade mais assombrada do mundo), e até mesmo o distrito de Paranapiacaba (Santo André/SP) recebem legiões de visitantes atrás dos supostos fantasmas. Imagine se a assombração da vez fosse ninguém menos do que David Bowie? Jogada publicitária de gênio!