Leiloca Pantoja é a DJ montada que faz a alegria das pistas com suas escavações de disco music há uma década

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Lembro como se fosse hoje a primeira vez que ouvi um set da Leiloca Pantoja. Na época eu fazia com o Camilo Rocha uma festa chamada Discology, no Lov.e Club, uma das poucas noites onde se podia ouvir disco music e outras escavações arqueológicas – estamos falando de 2004-05, por aí. A festa em questão era no apartamento do DJ e produtor Luca Lauri, do No Porn, acho que era aniversário dele, e uma tal de Leiloca Pantoja ia tocar. Já adorei o nome.

Quando cheguei ao apê, logo notei no DJ, um bofe alto, de boné, que tocava uma música que eu amava e pouco ouvia tocar no noite: Get On The Funk Train, do Munich Machine, com seus quase 15 minutos de ferveção disco.

Get On The Funk Train – Munich Machine

Leiloca estava à paisana, e lá fui eu me apresentar para o colega jornalista Edwin Paladino, seu nome verdadeiro. Com aquele bom gosto e conhecimento, lógico que ia dar certo. Sua estreia oficial como DJ aconteceu pouco tempo depois, em 2005, no Vegas, clube que entrou para a história ajudando a repaginar o que ficou então conhecido como Baixo Augusta.

Desde então, Leiloca tem brindado as festas onde toca com o mais puro creme da disco music, sempre montada e belíssima. Suas divas vão de Rita Lee, Debbie Harry e Carmen Miranda até Diana Ross, Gal Costa e Donna Summer, e um tiquinho de Elizabeth Taylor e As Frenéticas.

Leiloca realmente “aconteceu” como DJ nesses 12 anos. Tem tocado em festas e festivais pelo Brasil (tocou no Rock in Rio em 2015 e se apresenta no MilkShake dia 16/6), e é residente das festas UltraLions, no Lions, Shout, no Yacht, Ursound, no Hotel Cambridge, além da Casa 92, Sala Especial, e Igrejinha Bar, em São Paulo. Apresenta-se também bimestralmente na noite Wolf, no Clube 88, em Campinas.

A agenda cheia como DJ a afastou definitivamente das redações e do jornalismo. No lugar, Leiloca abriu uma empresa de sonorização de festas, a SuperDisco, que aluga equipamento de som para DJs e eventos. Nada mais justo do que a gente falar com Leiloca aqui na coluna #MillerMusic. Então aperta o play aí no set da DJ e voe pra entrevista.

Ouça Heat of The Sound, set de Leiloca Pantoja

Espelho, espelho meu, diz se tem uma DJ tão maravilhosa quanto eu?

Music Non Stop – Quais são suas lembranças musicais de quando era criança?

Leiloca Pantoja – Minha primeira lembrança musical é de um disco da Rádio Jovem Pan, cinza, que tinha Come to Me, da France Joli, que meu pai comprou na época, em 1979, e Never Gonna Say Goodbye, das Poussez! Lembro de colocar o disco na vitrola e enlouquecer com as batidas e os vocais. O Lança Perfume da Rita Lee também foi assim.

Ouça Lança Perfume, da Rita Lee

Music Non Stop – Você se lembra do que sentiu/pensou na primeira vez que entrou numa pista de dança – era matinê, boate, bailinho… descreva, please?

Leiloca Pantoja – Ah, lembro muito bem! Eu morava na Praia Grande e, aos domingos, eu e uma amiga íamos para a Zoom, em Santos, na matinê, das 15h às 19h. Isso era em 1986, era uma DELÍCIA! Tocava rock, disco-funk, ítalo disco, a energia era incrível e tinha uma pista tipo Saturday Night Fever, iluminada e colorida. Eu Amava!

Music Non Stop – Quem foi o/a primeiro/a DJ que te chamou fez querer ser DJ?

Leiloca Pantoja – Dimitri from Paris!

Primeiro disco do Dimitri From Paris

Music Non Stop – Você lembra como foi a sua primeira gig? Tava morrendo de medo?

Leiloca como Edwin tocando no Vegas em 2005

Leiloca Pantoja – A primeira vez que toquei em público foi na inauguração do Vegas, na Augusta, na festa do Jackson Araújo, em 2005. Fiquei muuuuuuito nervoso, toquei disco clássica, era época do electro, e rolou pencas! Foi uma Delícia! Como Leiloca, foi o Nenê Krawitz, na época da Lôca, que me viu montado e me chamou pra tocar no aniversário dele no clube. Disco no som também!

Music Non Stop – Se você pudesse beatificar algum DJ, quem seria?

Leiloca PantojaLarry Levan, Kerry Chandler e Dimitri from Paris! Ah, o Renato Lopes também! 😀

Renato Lopes era o responsável por iniciar o povo na música eletrônica

Music Non Stop – Que música salva qualquer vibe ruim da lama?

Leiloca Pantoja – Into the Groove, Madonna!

Music Non Stop – Em que momento você resolveu que ia tocar montada?

Leiloca Pantoja – Me montei algumas vezes pra me divertir por aí, e aí o Nenê, como escrevi acima, me viu de mulher e me convidou pra tocar!

Leiloca e Johnny Luxo no clube Jerôme

Music Non Stop – De onde veio o nome Leiloca Pantoja?

Leiloca PantojaLeiloca veio das Frenéticas, o grupo de mulheres disco dos anos 1970, e o Pantoja de umas das integrantes do grupo new wave Sempre Livre, dos anos 1980, Lelete Pantoja o nome dela. Tudo, né?!

Music Non Stop – Qual é a coisa mais legal de trabalhar na noite?

Leiloca Pantoja – Conhecer todo tipo de gente! Eu Amo!

AGENDA LEILOCA PANTOJA EM JUNHO

9/6 – Warm Up MilkShake Festival Brasil, no Jivago Social Club – Florianópolis/SC
10/6 – Sábado de Aleluia! – Igrejinha (SP)
14/6 – Toilette – Club Jerome (SP)
16/6 – Milkshake festival 2017 – São Paulo
16/6 – Polaroid – Casa 92 – Oficial (SP)
17/6 – Sábado de Aleluia! – Igrejinha
17/6 – Ursound Mega Pride! Edição 12 Anos (SP)
23/6 – Ultralions – Lions Nightclub (SP)
24/6 – Sábado de Aleluia! – Igrejinha
24/6 – Clube Alôca (SP)
30/6 – Sala Especial 92

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Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.

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