K-pop Crédito: Divulgação BTS é um dos maiores sucessos do K-pop

Coreia do Sul vai criar vistos especiais para fãs de K-pop

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Governo coreano segue turbinando seu mais lustroso produto cultural. País também anunciou a criação de vistos de residência para os “nômades digitais”

Rapaz, a Coreia não brinca em serviço quando o assunto é espalhar sua cultura para o mundo através do K-pop!

Duas novidades foram anunciadas no começo deste ano, para deleite de quem é apaixonado pelo país, com a criação de dois tipos de vistos especiais. Um, para os fãs da chamada “K-culture” — a cultura sul-coreana, que tem no estilo musical o seu carro-chefe —, e outro, de residência, para os ditos nômades digitais: profissionais que querem viver na Coreia do Sul trabalhando remotamente para empresas internacionais. As informações são da Forbes.

Os detalhes para o visto Hallyu (Onda Coreana, em tradução livre) ainda serão divulgados pelo governo, até meados de 2024. Mas as intenções são claras: divulgar ainda mais a produção cultural nacional, principalmente para gerações futuras. Tanto que foi anunciado com o sugestivo nome de “Visto de Treinamento em K-culture”. A ideia é formar embaixadores informais do estilo de vida coreano.

No caso do visto para nômades, funciona assim: o governo permite aos interessados viver por até dois anos na nação, desde que trabalhem remotamente para empresas de outro país (o visto não vale para quem quer morar e trabalhar em companhias coreanas). A sacada é genial: o profissional recebe dinheiro de fora, mas gasta dentro.

Conforme o Music Non Stop já te contou, o governo trata o K-pop — que já tem uma nação de fanáticos mundo todo — como uma ferramenta de propagação da cultura (e do turismo, e dos negócios…) nacional. Incentiva e subsidia empresas que trabalham internacionamente com as boy e girlbands asiáticas.

O gênero é uma febre mundial. Grupos como o BTS, por exemplo, já se cansaram de bater recordes em rankings de plataformas de streaming e da Billboard — mapa da música pop global —, graças a um intenso trabalho do Ministério da Cultura de lá. De dar inveja, não?

O faturamento e o turismo gerado pelas bandas do gênero é tão importante para a economia do país que a pausa imposta pelo governo ao BTS, para que seus integrantes prestassem o serviço militar obrigatório, impactou no PIB.

Os artistas em atividade podem pedir um adiamento na apresentação ao serviço militar para não terem suas carreiras impactadas. Os integrantes do grupo, no entanto, chegaram no limite possível, e tiveram que vestir os coturnos. A exigência é indispensável para o governo graças às constantes tensões militares com a irmã birrenta, a Coreia do Norte.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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