Viola Davis Viola Davis. Foto: Reprodução

Para aproximar o Brasil de Hollywood, Viola Davis lança produtora em Salvador

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Baseada em Salvador, a Axé será uma ponte entre produções negras brasileiras e os EUA

A partir de agora, “as histórias” do Brasil terão um canal direto com o maior mercado produtor da sétima arte, em Hollywood, nos Estados Unidos. O anúncio veio nessa sexta-feira (03) pela voz de ninguém menos que da atriz americana Viola Davis, protagonista de sucessos como Histórias Cruzadas e A Voz Suprema do Blues.

Davis estava em Salvador, acompanhada de seu marido, o produtor e ator Julius Tennon, para participar da primeira edição brasileira do festival Liberatum. Juntos, lançaram a Axé, produtora baseada na capital baiana que surge como um corredor livre para que produções negras brasileiras cheguem ao mercado americano, berço de grandes financiamentos e de ótimos canais distribuição.

Em entrevista ao jornal A Tarde, Julius comentou sobre a qualidade do conteúdo feito no país, e ainda disse que “a Bahia está cheia de histórias para contar”. Sensacional.

“Eu estou muito feliz de estar aqui. […] E a gente acha que é uma grande oportunidade de trabalharmos juntos, com uma comunidade. Todo mundo está apoiando esse novo momento de conteúdo do Brasil”, acrescentou.

O primeiro produto anunciado da Axé é uma série de podcasts contando a história de Zumbi dos Palmares. Davis e seu marido já conheciam, previamente, um pouco da arte brasileira. Baseada nos Estados Unidos, a outra produtora do casal, JuVee, está adaptando para o país a obra Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues (1960).

A princípio, a Axé vai se dedicar ao conteúdo em áudio. No entanto, a biografia dos envolvidos entrega que logo as produções cinematográficas entrarão no cardápio.

Com palestras e rodas de conversa sobre a arte brasileira, a primeira edição brasileira do festival Liberatum, que se propõe a ser “uma nova plataforma de inclusão”, se encerra nesta segunda-feira (06), em Salvador.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.