Sigur Rós e o 11 de setembro

music non stop
Por music non stop

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Já faz seis anos, mas eu me lembro até da roupa que eu estava usando quando vi pela TV as primeiras imagens da catástrofe do 11 de setembro. Era de manhã e eu estava parando o carro no estacionamento quando minha amiga Sil Ruiz me ligou falando sobre o ataque às Torres Gêmeas.

“Como sempre, a Sil exagerada…”, pensei, enquanto subia as escadas para o quarto andar do prédio da Folha – esperar o elevador tinha ficado impraticável. Quando cheguei à redação, meu queixo caiu. O andar estava lotado de gente – uma coisa bem incomum pra uma manhã em qualquer redação -, a maioria com os olhos grudados em alguma televisão.

A imagem na tela era aquela que certamente também ficou grudada na sua retina. Choro, poeira, gente pulando dos prédios. Um tragédia como nem eu nem ninguém jamais havia presenciado ao vivo na TV. Naquele dia, eu tinha chegado cedo porque precisava escrever, para o fechamento do dia seguinte, uma matéria sobre o Sigur Rós, quarteto islandês que eu havia entrevistado uns dias antes.

Além da entrevista, eu tinha que escrever a resenha do álbum Ágaetis Byrjun, que eu já vinha escutando obssesivamente naquelas semanas.

Escrever uma matéria e, sobretudo, uma resenha num dos dias mais tristes da minha vida foi quase uma missão impossível. Enquanto ouvia aquelas músicas profundamente melancólicas no meu fone, as imagens do terror iam tomando proporções cada vez maiores.

Até hoje não sei como consegui terminar o texto.

Fato é que o disco do Sigur Rós, pra mim, virou a trilha daquela merda incomensurável. Apesar de ter gostado muito do CD, nunca mais quis ouví-lo. Até hoje. Ainda agora, é difícil ouvir a música “Starálfur” sem ficar com o estômago embrulhado.

PS – Peguei a música diretamente da fonte, o site www.sigur-ros.co.uk/media/index.php . Lá, além dela, há várias faixas disponíveis para download gratuito.

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