
Papo reto: se você cresceu ouvindo Cypress Hill, Public Enemy, Pavilhão 9 e Câmbio Negro, encontrou um novo álbum para chamar de seu. ASSALTOS E BATIDAS, o sétimo do rapper de Belo Horizonte FBC, é uma paulada. Disco para ouvir botando fogo em viatura da polícia. E um belo resgate do rap de front, de bater cabeça e, claro, protestar contra as injustiças sociais.
O músico lançou no último dia 06 algo específico: “quero que soe como os melhores trabalhos de época áurea do hip-hop”. Conseguiu, e fez um dos melhores discos da década para o estilo — cru, vigoroso e animador. Ouvi-lo dá uma vontade imensa de estar em um show do artista. 11 músicas bem amarradinhas, com sonoridade contínua (conceito, que chama) e, para os apressados, a música de entrada, Cabana Terminal, já uma das mais ouvidas de FBC.
ASSALTOS E BATIDAS conta ainda com as participações de Coyote Beatz (presente em oito faixas), Nathan Morais, Jackson Canga, Pepito e DJ Cost, todos parças. O alvo das letras gira em torno dos dramas da periferia: violência policial, bandidagem (falam até de Jimmy Hoffa, mezzo sindicalista, mezzo gangster estadunidense), injustiça e violência. Sempre chamando o povo para cima, para dentro e para a luta. Nos beats, FBC nada de braçada, fazendo rap old school puro, empoderado pela larga experiência que tem nos palcos e estúdios.
Entre no carro e coloque o álbum no último volume. Rode devagar pela cidade ao som, reparando em tudo o que está fora do lugar. Esta é a função da obra, cujas músicas serão muito ouvidas nas festa brasileiras — pode confiar!
