Hip-hop Foto: Reprodução/Internet

Com homenagens a Beastie Boys e Wu-Tang Clan, Nova Iorque celebra o hip-hop

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Depois de nomear uma praça com o nome dos Beastie Boys, cidade cria o “Wu-Tang Day”

Em setembro deste ano, uma cerimônia com a presença ilustre dos dois Beastie Boys ainda vivos, Mike D e Ad-Rock, batizou a praça entre as ruas Ludlow e Rivington, em Nova Iorque, oficialmente como Beastie Boys Square. O local foi imortalizado na capa de um dos mais importantes discos da banda, o Paul’s Boutique, lançado em 1989.

A ideia partiu dos fãs, que organizaram uma petição, acatada pela prefeitura, sugerindo a adoção do nome, em homenagem aos sensacionais serviços prestados pelo trio à música norte-americana è a cultura da cidade, berço da cultura hip-hop.

Hip-hop

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O nascimento tido como oficial do estilo data de agosto de 1973, quando alguns jovens organizaram uma festa no Bronx, colocando o DJ Kool Herc para comandar a pista (o jardim do apartamento onde moravam). No ano em que celebra seu cinquentenário, Nova Iorque reconhece definitivamente a importância desse gênero musical para as “periferias” da cidade e, por tabela, do mundo todo.

Quem recebe os louros agora são outros filhos ilustres, a crew Wu-Tang Clan, que ganhou o seu próprio dia oficial, o “Wu-Tang Day”, da gestão do prefeito Eric Adams. O dia escolhido foi 09 de novembro, que, neste ano, marcou o aniversário de 30 anos do primeiro álbum, Enter the Wu-Tang (36 Chambers).

36 Chambers, cujo primeiro verso é “bring da motherfuckin ruckus” (“traga a porra do tumulto”, em tradução livre), não foi recebido pelo pessoal de terno e gravata, à época de seu lançamento, como poesia de alto nível para o jovem americano padrão. O Wu-Tang, assim como tantos outros artistas negros do gênero, precisou empurrar goela abaixo suas mensagens de insatisfação e revolta.

O tempo passa, e 30 anos foram suficientes para que se compreendesse o valor desta cultura para a sociedade americana. O rap pulou a cerca dos guetos e caiu no gosto de jovens de todas as classes, fazendo, inclusive, a cabeça das pessoas que hoje são vereadores e prefeitos das cidades de lá, quando estavam “na facul”.

Ontem (09), em celebração ao primeiro Wu-Tang Day, o Empire State Building ficou iluminado durante a noite com as cores amarela e preta, características do grupo, assim como foi tocada uma celebração de três dias de shows do seu líder, RZA, no Gramercy Theatre. O artista, acompanhado por uma orquestra ao vivo, se apresentou consecutivamente nos dias 07, 08 e 09.

O primeiro dia do Wu-Tang Clan em NYC ainda contou com uma lojinha provisória no East Village vendendo itens da banda, incluindo relançamentos em vinil.

Segundo a DJ Mag, as comemorações ainda incluem a exibição do documentário A Wu-Tang Experience: Live At Red Rocks Amphitheatre, no Hip Hop Education Center, que fica no famoso Lincoln Center, na próxima quarta-feira (15).

O Dia Mundial do Hip-Hop será celebrado neste domingo (12). Leia aqui nossa reportagem especial sobre como o pátio da Estação São Bento, em São Paulo, foi determinante para o surgimento da cultura no Brasil.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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