Madonna Madonna na Arena O2, em Londres. Foto: Reprodução

5 processos judiciais absurdos que músicos levaram de seus fãs

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Madonna está sendo processada porque atrasou o seu show, mas isso não é nada perto de outros casos

Processos judiciais são comuns no meio artístico. Afinal, como disse o diretor artístico Zé Ricardo em entrevista recente ao Music Non Stop, eventos “têm tudo para dar errado”. Além disso, nos Estados Unidos, onde o sistema judiciário é mais rápido do que o nosso, processar o vizinho que lhe enche o saco, o motorista de trânsito que te dá uma fechada, ou até mesmo o supermercado cujo chão molhado lhe provocou um escorregão, chega a ser um procedimento rotineiro.

No entanto, a última coisa que passa pela cabeça de uma estrela do pop, acostumada com uma vida recheada de mimos, presentes e atendimento cego às suas mais loucas exigências, é que um fã, aquele ser humano apaixonado que o idolatra, vá lhe “botar na justiça”.

Assim como a idolatria cega a um artista nos faz pensar em quão saudável é a mente de um fã, quando o amor vira ódio, as vinganças recalcadas com o amor traído se apresentam de forma tão biruta quanto a admiração que antes sentiam. E isso, nos EUA, se reflete em processos jurídicos estapafúrdios.

Madonna (junto com a empresa Live Nation) está sendo processada por Michael Fellows e Jonathan Hadden. Ambos compraram ingressos para o show de Nova Iorque da Celebration Tour, atual turnê da diva. Chegando à casa de shows, no Brooklyn, tiveram que suportar um atraso de mais de duas horas até que a cantora subisse ao palco, em espetáculo que acabou depois de 01h da manhã.

Os reclamantes alegam que, ao sair, não tinha mais transporte público, táxis estavam escassos e tiveram de gastar um dinheirão para chegar em casa.

Ao bem da palavra — e segundo a opinião deste que voz escreve, tão simpaticamente —, os caras estão é certos. Madonna voltou pra casa de limusine, enquanto milhares de fãs tiveram de se estapear por um Uber.

Mas existem, nos anais da justiça estadunidense, casos hilários de processos movidos por fãs revoltados. Conheça cinco capazes de deixar o mais careca dos juízes de cabeça em pé:

O mistério do bebê emprestado

Réu: Jessica Simpson

Autores: Christopher Hurst e Tracy Gregory

Christopher e Tracy, pais zelosos, pegaram para folhear a revista teen OK (não se sabe se foi no consultório do dentista ou na banca de jornais). Na capa, Jessica Simpson e a manchete “meu primeiro dia como mamãe”. Ao lado de Simpson, uma foto menor mostrava um bebê recém-nascido que, na verdade, era o filho deles, e não da celebridade.

Aparentemente, a artista não queria expor a foto do filho real e, para resolver o problema, a revista pegou uma foto aleatória na internet, em que Simpson segurava no colo o filho dos fãs, que ficaram putos da vida.

O caso da salsicha voadora

Réu: Derick Wibley

Autor: Michael Sumore

Derick Wibley estava com sua banda, Sum 41, em um jogo de baseball. A fim de uma picardia, resolveu arremessar seu hot dog na galera que estava mais abaixo na arquibancada, acertando o pobre Michael Sudore, que seguiu assistindo seu jogo, chateado com o agressor anônimo.

O problema é que um dos integrantes filmou a ação “super rock’n’roll” de Wibley, e o ataque aéreo foi incluído nos extras do DVD Does this Look Infected?. Sumore, fã da banda, assistiu ao DVD e pôde reviver aquele triste momento em que foi acertado por uma salsicha, dando-se conta de que quem a atirou foi ninguém menos que Wibley.

O resultado? Um processo judicial nas costas da banda. Sumore alegou que a salsichada lhe causou “profundos traumas psicológicos” e pediu a bagatela de seis milhões de dólares de indenização.

A vítima que queria demais

Réu: Jon Bon Jovi

Autor: Samuel Bartley Steele

O músico Samuel Bartley Steele, ao ouvir I Love This Town, the Jon Bon Jovi, deu um pulo do sofá. “Esta música é minha!” O fã notou profundas semelhanças da canção com uma de sua autoria, chamada (Man I Really) Love This Team, uma declaração de amor ao seu time de baseball, o Boston Red Sox.

Quando o processo judicial chegou no fórum, nada havia de novo. Acusações de plágio em um mundo com milhões de músicas e apenas sete notas musicais são rotineiras. É que os advogados de Steele deixaram o melhor para o final. Pediram a indenização de surreais 400 BILHÕES DE DÓLARES, dez vezes mais do que o faturamento de toda a indústria musical estadunidense em um ano.

Processado até no túmulo

Réu: Michael Jackson

Autor: Anônimo

Michael Jackson sofreu em vida uma série de processos, muitos deles encerrados através de acordos milionários. Documentários pró e contra Michael, até hoje, divergem a inocência do artista e suas terríveis acusações.

Mas o que nem mesmo o mais astuto advogado poderia imaginar é que o fantasma de Jackson também seria convocado ao banco dos réus. Um fã inconformado o acusou de não ter cantado em um seu primeiro álbum póstumo, Michael, de 2010. O autor do processo chegou a contratar um perito em áudio, que confirmou que três das músicas do disco não foram mesmo cantadas pelo astro.

O mistério do batom vermelho

Réu: Rihanna

Autor: Anônimo

Desejando a boca vermelha e carnuda de sua grande diva, uma fã vislumbrou a realização de seu sonho através de um batom pela MAC Cosmetics, propagandeado por Rihanna em campanhas publicitárias. O que era uma linda relação de amor capitalista virou um mistério bucal. A fã jura que pegou herpes usando o batom, que foi aplicado em sua boca em um stand de ativação de marca, dentro de um dos shows de sua turnê. Quando viu a primeira pereba, meteu um processo na cantora.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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