Música, natureza, ativismo e poesia: uma conversa com Xavier Rudd

Itaici Brunetti
Por Itaici Brunetti

Foi descalço em um dia chuvoso de São Paulo que Xavier Rudd recebeu o Music Non Stop para uma conversa. O músico australiano, que acabara de realizar shows lotados e concorridos no final de novembro em Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, dentro da Popload Gig, parecia não se importar com o clima frio e cinzento da capital paulista. Na verdade, ele estava bem à vontade.

Com nove álbuns de estúdio e oito ao vivo, o cantor, compositor e multi-instrumentista que usa de sua arte para divulgar o ambientalismo, veganismo e lutar pela situação dos povos nativos de sua terra natal, veio mostrar o seu mais recente trabalho, Storm Boy, de 2018. No papo, ele comentou sobre os concertos no país, de suas influências musicais, da mensagem que procura passar e também da conexão que tem com os fãs brasileiros. Tudo “numa nice”. E com o pé no chão.

Puxe uma cadeira e confira a conversa good vibes abaixo:

 

Xavier Rudd (Foto: divulgação)

 

Music Non Stop: dos shows que fez no Brasil, qual foi o seu preferido?

Xavier Rudd: Ah, cara! Todos foram incríveis. Mas o de Curitiba teve uma energia incrível. Foi lindo. 

Além dos shows, o que você fez de mais legal no Brasil desta vez?

Não muita coisa, pois eu estive muito ocupado. Você sabe, com viagens, entrevistas, essas coisas. Eu gostaria muito de ir até a Amazônia, pois nunca estive lá. Seria como um sonho. Mas, para ter uma ideia, nem curtir uma praia eu consegui dessa vez.

Por que os brasileiros gostam tanto da sua música?

Os brasileiros, assim como nós australianos, são muito culturais. Vivemos na mesma Terra, envoltos pelas belezas da natureza e lidamos com problemas similares. Eu canto sobre isso; natureza, ativismo e respeito. Então, acho que por isso é que os brasileiros se identificam tanto. Naturalmente, somos povos da natureza e nos preocupamos com ela. 

Qual é a mensagem mais importante em suas músicas?

Uma coisa que gosto de passar nas minhas músicas é que somos todos iguais, somos todos humanos. Não importa de onde você vem ou quem você é, no fundo somos todos iguais. Com as minhas músicas, quero que as pessoas façam uma viagem para dentro de si e lembrem quem realmente são.

O que é mais importante em uma boa canção: letra, melodia ou um riff de guitarra marcante?

Letra. Eu gosto de poesia e para mim a mensagem vem em primeiro lugar. Melodia é muito importante também, claro, mas os poetas me chamam mais a atenção.

Quem lhe inspira?

Meu cantor preferido acabou de morrer há duas semanas; Vaughn Benjamin, do Midnite. Ele dizia coisas muito fortes e importantes em suas letras. Foi uma perda irreparável. Muito triste. Nick Cave também é um dos meus favoritos. Ele é brilhante. 

Planos para um novo álbum?

Sim! Já tenho algumas músicas prontas. Provavelmente lançarei no próximo ano. Estou empolgado com elas e será diferente de tudo o que eu já fiz, mas sendo eu ainda, sem perder a essência. 

 

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