Feminista Laurie Anderson. Foto: Tim Knox/Divulgação

Ouça o 1º ‘manifesto feminista’ da história da música eletrônica

Jota Wagner
Por Jota Wagner

De 1977, coletânea New Music For Electronic and Record Media está prestes a ganhar reimpressão em vinil

Em 1977, um disco fundamental foi lançado nos Estados Unidos. “Um verdadeiro manifesto feminista”, segundo a 1750 Arch Records, uma gravadora de música experimental e avant garde fundada por Thomas Buckner. New Music For Electronic and Recorded Media é uma coletânea somente com mulheres produtoras de música eletrônica, a primeira da história.

Na compilação, nomes como Laurie Anderson, Pauline Oliveros, Johanna Beyer, Annea Lockwood e Laurie Spiegel. A peça reuniu a nata da produção ao norte do equador, juntando artistas que mais tarde seriam reconhecidas como fundamentais na história da eletrônica.

Quase 50 anos depois, New Music For Electronic and Record Media ganhará, pela primeira vez, uma reimpressão, graças ao projeto de aniversário de dez anos da Blume, selo que teve a eficácia de encontrar Buckner e licenciar a pérola feminista.

“Uma excitante, aberta e criativa visão da música eletrônica, diferente das agonizantes, expressionistas e puramente eletrônicas (sintetizadas) fórmulas atuais. Aqui, temos compositoras mixando mídias e materiais sonoros de formas verdadeiramente inventivas”, podia se ler na capa original do disco, hoje disputado por colecionadores.

Para a reedição, a Blume convidou jornalistas como Jennifer Lucy Allen e Bradford Bailey para atualizar as informações dos artistas na contracapa. A tracklist é a mesmo da versão original, e você pode conferir o disco todo na íntegra pelo player abaixo:

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.