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Nostalgia clubber e despretensão: bar vira reduto de DJs e festeiros da cena eletrônica

Mitocôndria

Foto: Divulgação

Construído no Cambuci, em SP, Mitocôndria mescla estilo informal com “minimuseu” da cultura noturna da cidade

Cerveja barata, petiscos, desapego estético e… underground dance music!

O novo Mitocôndria, no bairro Cambuci, é mais um empreendimento para a histórica lista de lugares improváveis na boemia paulistana.

Passando longe do conceito champanhe, camarote e salto alto, o espaço já recebeu em sua “cabine” (equipamento montado sobre caixas de cervejas) a nata da discotecagem paulistana — Camilo Rocha, Glaucia ++, Mimi, Andrea Gram e Danny Banny, entre vários outros — botando som para animados clubbers atrás da “experiência” do bar: dançar, encher a lata e gastar pouco.

Até o DJ Mauro Borges, imortalizado em uma foto que fica dentro de uma gaiola (homenageando as noites em que tocava no Massivo), marca presença na casa, cuja coleção — uma espécie de “minimuseu” da cena clubber paulistana —, além de fotografias, conta com outros itens bacanas, como pastas de flyers antigos, que você pode pedir para conhecer e folhear.

Foto do DJ Mauro Borges dentro de uma gaiola com CDJs no Mitocôndria. Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Inaugurado em janeiro e com programação de quinta a sábado, das 16h às 24h, o Mitocôndria tem raízes no cenário musical da cidade. Foi criado por Daniel Costa (o DJ DCozta) e por Cláudia Pontes (a Claudinha), experiente nos arrasta-pés eletrônicos. Costa foi um dos “fundadores” do minimal no Brasil com a Motronic, a primeira festa do gênero em SP. Depois, trilhou uma carreira forte como DJ, chegando a integrar, na década passada, o destacado duo Lacozta, com L_cio.

Já Pontes é produtora cultural e gerente financeira de diversos projetos independentes e eventos em massa de São Paulo, atuando de forma direcionada ao atendimento de backoffice, administrativo e produção executiva. Reúne em seu portfólio eventos para Chanel, Nintendo, Heineken, Cartel011, Mamba Negra e Festa Dando.

Graças aos esforços da dupla, aos poucos, amigos e agregados foram se reunindo na sua pista de dança — que, no caso, é a calçada mesmo.

Fachada do Mitocôndria. Foto: Photografobia/Divulgação

O banheiro do Mitocôndria. Foto: Cláudia Guimarães/Divulgação

— No Cambuci não tem nada. Eu moro aqui do lado e tive a ideia. Chamei alguns amigos e a Cláudia ficou comigo na parada. A ideia sempre foi a de colocar os DJs para tocar — conta o modesto Dani.

O que se busca em um boteco é justamente aquele caos inóspito e informal, que nos traz a tranquilidade para buscar a linha que perdemos conforme as garrafas vão se enfileirando no balcão. Além disso, tem hora que ninguém aguenta mais conversar sentado por horas a fio. Para resolver essa questão, ninguém melhor do que um bom DJ.

Não é só no Cambuça que o Mitocôndria é único. Estabelecimentos assim são raros na cidade toda.

Instalação artística no bar. Foto: Divulgação

Serviço

Mitôcondria Bar

Endereço: R. Silveira da Mota, 306 – Cambuci, São Paulo – SP

Funcionamento: de quinta a sábado, das 16h às 24h

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