Tipitina Bar em SP. Jazz em São Paulo Tipitina Bar. Foto: Reprodução/Instagram

Cinco lugares raiz para ouvir e dançar jazz em São Paulo

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Se você gosta de ouvir jazz em inferninhos desconhecidos e provocadores ou torce o nariz para bares grã-finos que usam o gênero como “ambiência sofisticada”, vem com a gente!

Quando Jack Kerouac assistiu, anfetaminado, às primeiras apresentações de Charlie Parker no acabado hotel Cecil, no Harlem, em Nova Iorque, modificou sua forma de escrever, obedecendo à cadência do bebop desenvolvido pelo saxofonista americano.

O escritor beatnik ainda descreveu, mais de uma vez, a experiência em um inferninho escuro e enfumaçado, delirando ao som de vários de seus ídolos.

Por um tempo, o estilo foi cooptado por uma turma de pessoas que prezavam pela sofisticação. Lugares caríssimos, gentrificados e, geralmente, amantes de um jazz bem chapa branca.

Mas a resistência sempre esteve ativa, principalmente em São Paulo. Quem não se lembra do infernal Sarajevo, na Rua Augusta, “palco” para as infinitivas apresentações de Bocatto e seus amigos?

A equipe de espionagem do Music Non Stop encontrou cinco lugares da cidade onde o ambiente ainda remete às origens no Harlem. Bebida, gente e jazz experimental e rasgante. Siga o fio!

Nossacasa

O Nossacasa fica na Vila Madalena e tem ares abandonados, de buraco underground. O lugar é grande, conta com duas pistas e aqueles corredores de circulação labirínticos, que te obrigam a vagar em fila indiana.

A casa dedica a terça-feira para o jazz, no projeto Free.ta, grátis até a meia-noite. Bocatto, aliás, sempre toca por lá.

Onde fica: Rua Mourato Coelho, 1032 – Vila Madalena.

Tipitina

O Tipitina é um bar de jazz de primeira, que recebe bandas e discotecagens. O estilo varia e não tem um dia fixo para cada rolê. Mas as quintas-feiras são sempre reservadas para atrações jazzísticas, geralmente jovens e experimentadoras.

O ambiente é descontraído, e o burburinho na calçada, garantido. Vale acompanhar o Instagram da casa.

Onde fica: Rua Cardeal Arcoverde, 1849 – Pinheiros.

Antiquário Café

Aqui, saímos da temática fumaça escura para uma coisa mais vintage swing. O Antiquário Café funciona em um lindo casarão antigo, e uma sala com tapetes, vinho, sofás e velas recebe atrações de jazz e seus amantes todas as quartas-feiras.

Onde fica: Rua Guimarães Passos, 17 – Vila Mariana.

Whiplash

https://youtu.be/yqeI4SQqPLE?si=7Fm8ZW0o9GlCvdtI

O Whiplash é um teletransporte para a Nova Iorque Hell’s Kitchen dos anos 80. Piso de madeira, parede preta, piano de armário, sofás e uma qualidade acústica digna do músico mais cricri.

Apesar de a casa também apresentar o estilo em outros dias da semana, terça-feira é o dia chave para comer, tomar umas e ouvir nosso tão amado jazz.

Onde fica: Rua Dr. Melo Alves, 74 – Jardins.

Afrojam

A Afrojam é uma festa mensal de enaltação aos músicos negros,  que rolava às sextas-feiras no Mundo Pensante, e são, segundo nossa correspondente de jazz Adriana Arakake, “quentes”.

Ultimamente, a festa andou pulando a cerca — a próxima edição acontece na Casa Natura, em Pinheiros. Portanto, vale seguir o instagram do Afrojam para ficar atento aos dias e locais!

Como o nome entrega, o line up é regado a jam sessions de afrojazz.

Onde fica: Itinerante.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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