Jazz Foto: Reprodução

Os 12 melhores discos de jazz de 2023

Adriana Arakake
Por Adriana Arakake

Adriana Arakake apresenta a seleção com seus lançamentos favoritos deste ano dentro do estilo

Mais um ano terminando, todo mundo querendo férias e comemorar as festas. Nas ceias, não podem faltar pessoas queridas, comida boa e música, muita música. Então, que tal a gente ouvir um resumo do que foi lançado no jazz em 2023?

Sem nenhuma ordem especifica, aqui estão alguns dos álbuns que se destacaram neste ano para mim. Além de você poder conferir cada disco individualmente, montei a playlist abaixo, com alguns exemplares de cada um e mais outros artistas que não foram citados, mas também se esmeraram nos sons.

Solta o play e aumenta o volume!

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Yussef Dayes

Black Classical Music

Disco de estreia de um dos expoentes do jazz londrino, com várias participações especiais como Masego, Tom Misch e Sheila Maurice Grey (Kokoroko).

A bateria de Dayes dita o tom desse belo álbum, contando ainda com o baixo de Rocco Palladino, Venna (saxofone), Alexandre Bourt (percussão) e Charlie Stacey (teclados).

Brandee Younger

Brand New Life

Um culto a Dorothy Ashby de uma maneira totalmente pessoal. Este é Brand New Life. Entre composições próprias e releituras, a harpista mergulha no legado de Ashby com muito groove.

Produzido por Makaya McCraven, o disco tem ainda uma bela versão de If it’s Magic, de Stevie Wonder.

London Brew

London Brew

Celebrando o lendário álbum Bitches Brew, de Miles Davis, lançado em 1970, o coletivo reuniu alguns dos músicos mais importantes de jazz da atualidade, como Nubya Garcia, Shabaka Hutchings e Dave Okumu, e lançou, em abril de 2023, este disco inspirador, que começou ser produzido durante a pandemia.

The Gaslamp Killer & The Heliocentrics

Legna

Jazz-funk experimental, eletrônico, com influências da música latina e africana, criando um clima bem psicodélico.

Lançado em maio, Legna reúne o DJ e produtor Gaslamp Killer com o coletivo Heliocentrics, que já acompanhou nomes como Mulatu Astake e Orlando Julius, e dita o tom deste ótimo disco.

Sílvia Pérez Cruz

Toda la vida, un día

Tive o imenso prazer de assistir ao show de Sílvia Pérez no Sesc Jazz em outubro, e foi um dos melhores do festival. Me emocionei profundamente com suas composições próprias e especialmente com a interpretação de Sonhos, composta por Peninha, faixa do disco homônimo de 1977.

A voz doce e marcante de Sílvia, jazz, flamenco, fado, entre outros estilos mesclados, marcam Toda la vida, un día.

Allan Abbadia

Ifè

Dedicado a mestres como Pixinguinha, Abgail Costa, Letieres Leite e Moacir Santos, o disco lançado em abril é uma celebração à vida e à ancestralidade, do jazz clássico aos tambores africanos.

A sonoridade que Abbadia tira de seu trombone é impressionante, somada à percussão marcante. Álbum perfeito.

Charif Megarbane

Marzipan

Viciada nesse disco, apenas. Lançado pela Habibi Funk Records em julho, traz faixas gravadas em Beirute e Lisboa que misturam música libanesa ao funk, muito groove e psicodelia.

Megarbane tem um estilo muito particular que passeia pelo afrobeat, soul clássico e muito mais — tudo isso com um ar de cinema italiano dos anos 1960. Além disso, tem a impressionante marca de 80 álbuns em dez anos.

Christian McBride

Prime

Um pouco diferente do jazz moderno que marca trabalhos anteriores de McBride, Prime é cheio de experimentações. Vencedor de oito Grammys, o artista e seu quarteto (New Jam) lançaram em fevereiro esse finíssimo álbum, com composições originais e interpretações de Ornette Coleman, Sonny Rollins e Larry Young.

Count Basie

Late Night Basie

Uma deliciosa roupagem nova e moderna pra clássicos de um mestre. Count Basie ganha versões de vários artistas nesse álbum lançado em abril.

Entre os intérpretes, temos o grupo Soul Rebels, de New Orleans, o cubano Cimafunk, Lettuce, Nicholas Payton, entre outros.

Meshell Ndegeocello

The Omnichord Real Book

Em junho, a aclamada Meshell Ndegeocello fez sua estreia na Blue Note Records com esse lindo trabalho, profundamente influenciado pelo jazz, marcando um novo capítulo da carreira da artista, que chega ao auge.

Lakecia Benjamin

Phoenix

Com participações especialíssimas de Angela Davis, Dianne Reeves, Patricia Rushen, Wayne Shorter, entre outros, a talentosa saxofonista lançou em janeiro esse poderoso álbum.

Jota P

Baile dos Língua Preta

Novembro foi mês de receber esse disco-festa. Que delícia de som! Jota P, multi-instrumentista que acompanha Hermeto Paschoal há vários anos, lançou seu quarto disco solo.

Com composições próprias, vem acompanhado por Luiz Gabriel (trompete e flugelhorn), Raphael dos Santos (saxofone, violão, escaleta e piano), Danilo Silva (guitarra), Gabriel Biel (baixo), Luís Gustavo Rocha (bateria) e Pedro Vercelino (percussão).

Bônus track: Diego Estevam – Café à Margem

Sou suspeita pra falar do Diego Estevam. Admiro demais esse artista, arranjador, compositor e integrante de uma das minhas bandas preferidas, a Conde Favela.

Café à Margem é elegante e retrata a beleza de gestos simples observados pelo artista na periferia do ABC, onde cresceu, como o cafezinho em comunhão coletiva. Estou aguardando ansiosamente o álbum, Lúcido, que será lançado agora em janeiro.

Leia mais da coluna de Adriana Arakake!

Adriana Arakake

Adriana Ararake é DJ é especialista em Jazz, Soul e Blues do Music Non Stop.

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