O cantor e compositor carioca Kamaitachi. Crédito: ONErpm/Divulgação

Kamaitachi, novo ídolo da molecada, responde a perguntas de duas representantes de seu público, Luna, 13, e Maia, 11.

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Nunca aquela frase “você não gosta de mim, mas sua filha gosta”, trecho da música Jorge Maravilha, escrita por Chico Buarque em 1973, foi tão atual. É que, enquanto muitos pais e mães estão devorando suas timelines no Instagram, seus filhos e filhas estão grudados nas plataformas digitais ouvindo o ídolo de uma nova geração indie, o cantor e compositor carioca Kamaitachi, de 24 anos. Se você nunca ouviu falar dele, por favor, continue por aqui.

O cantor e compositor Kamaitachi tem vídeos com dezenas de milhões de views no YouTube. Foto: ONErpm/Divulgação

DE RAFA PARA KAMAITACHI

Rafael Gonçalves nasceu em Campo Grande, Rio de Janeiro, em 1999. Desde 2017, tem lançado músicas sob a alcunha Kamaitachi e tem se destacado por suas letras profundas e melancólicas, sempre acompanhadas por um violão de indie rock. Com seus clipes legendados, ele ultrapassou a marca de 100 milhões de plays em seu canal. Sua música mais famosa, Morgana, tem quase  30 milhões de visualizações.

Kamaitachi lançou sua primeira música aos 18 anos, gravada e editada pelo celular. Foto: ONErpm/Divulgação

PAPO RETO COM A GERAÇÃO ALPHA

Suas músicas falam direto ao coração das gerações Alpha e Y, turma que já nasceu com um celular na mão. A primeira faixa gravada pelo cantor foi Chuva de Sexta, lançada 2017, quando ele tinha 18 anos, e foi editada e gravada pelo smartphone.

Sua música mais famosa até hoje, Morgana, foi lançada em 2019. Como em outras canções escritas por ele, fala sobre uma garota gótica meio sem noção.

Kamaitachi sabe se comunicar com essa turma e fala uma língua que praticamente exclui quem tem mais de 40, como é o meu caso. Comecei a ouvir as músicas do cantor no carro, acompanhada das minhas filhas, e nem sempre curti as letras, quase sempre bem deprês. Mas a vida é cíclica, quantas vezes meu pai teve que escutar a mesma música do Joy Division ou do The Cure me levando para a escola?! Karma is a bitch!

A ENTREVISTA

Foi pensando nessas idas e vindas da vida que tive a ideia de perguntar se minhas filhas, Luna, de 13 anos, e Maia, de 11, superfãs do Kamaitachi, gostariam de entrevistá-lo, quando recebi de sua distribuidora, a ONErpm, o release sobre sua nova música, 6 Balas (Ato II).  A faixa é a continuação de 6 Balas, lançada apenas algumas semanas antes, para comemorar 5 anos de carreira do cantor. A letra é uma epopeia com temática de velho-oeste numa letra quilométrica que deixaria Renato Russo orgulhoso.

As irmãs Maia (de rosa) e Luna durante entrevista com Kamaitachi. Foto: Claudia Assef

 

A capa do single 6 Balas (Ato II), de Kamaitachi

As meninas ficaram animadíssimas com a possibilidade de entrevistar um ídolo que faz parte do cotidiano delas: escutam no banho, no carro, no celular. Fizeram a lição de casa e chegaram para a entrevista preparadas. Não sei se sou eu, mas achei que elas arrasaram. Dá o play.

Claudia Assef

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Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.

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