Selecionamos os melhores filmes dos últimos vinte anos para você assistir no mês do orgulho LGBTQIA+
Selecionamos filmes produzidos nos últimos vinte anos para pensar o Mês do Orgulho LGBTQIA+.
A Revolta de Stonewall é considerada o marco da libertação gay e a data, 28 de junho, passou a ser o Dia do Orgulho Gay, posteriormente alterado para Dia do Orgulho LGBTQIA+. Com o propósito de pensar sobre as reinvindicações da população LGBTQI+ selecionamos alguns filmes dos anos 2000 em diante que estão disponíveis na Netflix, Telecine e Prime Video.
XXY (2007)
Portador das duas características sexuais, Alex é levado por seus pais para viver em um vilarejo no interior do Uruguai. Uma vez que os médicos sugerem cirurgias para alterar a condição da criança a família entende o quanto aquilo é invasivo e criam o filho distante de outras pessoas. Mas, um dia a família recebe a visita de amigo que levam seu filho da mesma idade que Alex e entre eles surge uma atração. XXY é um dos poucos filmes que tratam abertamente da interssexualidade e não binariedade.
Tatuagem (2013)
No ano de 1978, o soldado Fininha (Jesuíta Barbosa) faz uma visita ao seu cunhado no cabaré Chão de Estrelas. Inesperadamente ele e o proprietário Clécio (Irandhir Santos) se apaixonam, vivendo um tórrido amor. Tatuagem mostra o quanto a liberdade está relacionada as escolhas que se faz. Um belo filme brasileiro sobre acolhimento e descobertas.
Amor Por Direito (2015)
Amor por Direito é baseado em uma história real. A detetive Laurel (Julliane Moore) se apaixona pela mecânica Stacie (Elliot Page), mas prefere esconder sua relação por viver em um ambiente conservador. Entretanto, ao ser diagnosticada com um câncer terminal a agente passa a lutar legalmente para que sua companheira tenha direito a pensão, após sua morte.
Kiki (2016)
Nas periferias novaiorquinas os bailes Kiki são ponto de encontro de homossexuais da região. A música e a dança promovem sobretudo o encontro e acolhimento da juventude gay e transgênero. Nesse documentário, dirigido por Sara Jordenö acompanhamos os relatos emocionantes dos participantes sobre suas relações com a família, sociedade e, além disso, a constante luta para poder existir.
A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson (2017)
Nascida no bairro do Queens, em 1945, Marsha P. Johnson era uma mulher transgênero, negra e drag queen que esteve a frente da Revolução de Stonewall. A mulher que se prostituiu para sobreviver, fez parte da história da arte como musa de Andy Warhol e foi a responsável pelo pontapé para as lutas pelos direitos civis da população LBGTQI+. O longa aborda a vida de Marsha, que veio a óbito em 1992, com o propósito de resgatar sua memória e reabrir as investigações sobre as circunstâncias de sua morte que nunca foi explicada.
Uma Mulher Fantástica (2017)
Marina (Daniela Vega), uma garçonete que também é cantora vive o luto pela morte de seu namorado. Por ser uma mulher transexual, Daniela enfrenta preconceitos da família e da sociedade que a tratam como culpada da morte do amado. Ainda que o filme aborde os preconceitos sofridos pelas mulheres trans ele não faz uso de cenas violentas graficamente para representar esses momentos. Ademais, na cerimônia do Oscar em 2018, Daniela apresentou uma das categorias e se tornou a primeira pessoa transgênero a subir no palco como apresentadora.
Antes o Tempo Não Acabava (2018)
O filme de Sérgio Andrade e Fábio Baldo consegue desfazer a imagem do indígena que se desloca da aldeia para a cidade do lugar comum que põe esse migrante como um selvagem que é educado pelo meio urbano. Dessa maneira os diretores conseguiram falar sobre o processo de adaptação de Anderson ao se mudar para Manaus e passar pelo processo de rompimento com algumas práticas culturais, dentre elas as relações sexuais e amorosas.
Conquistar, Amar e Viver Intensamente (2018)
O diretor francês Christophe Honoré consegue trazer nesse romance o amadurecimento de duas pessoas distintas em relação aos relacionamentos duradouros. Jacques (Pierre Deladonchamps) e Arthur (Vincent Lacoste) são pessoas que vivem seus relacionamento de maneira distante. Entretanto ao se conhecerem essa dinâmica passa por alterações e os dois passam a rever suas concepções de amor.
Margarita com Canudinho (2018)
Em Nova Dheli vive Laila (Kalki Koechlin) uma jovem com paralisia cerebral que tenta levar uma vida autônoma mesmo com suas limitações físicas. Além disso ela estuda na universidade local, integra uma banda, é inteligente, romântica e cheia de amigos. Logo após uma desilusão amorosa Laila se muda para Nova Iorque e lá conhece Khanum (Sayani Gupta), uma deficiente visual com a qual se envolve. Assim o filme fala sobre sororidade, bissexualidade e afeto além de abordar a sexualidade de pessoas com deficiência.
Elisa e Marcela (2019)
Em 8 de junho de 1901, na Espanha, Elisa e Marcela se casaram. Mas não ache que isso aconteceu em uma realidade paralela, pois essa história é real. Inspirado no caso do único casamento lésbico realizado pela igreja católica, o longa de Isabel Coixet aborda o romance que nasceu na juventude das duas mulheres e se manteve ao longo de suas vidas.
Indianara (2019)
Este documentário brasileiro conta a trajetória de Indianara Alves Siqueira. A transativista foi uma das idealizadoras da Casa Nem, abrigo para pessoas LGBTIs em situação de vulnerabilidade, localizada no Rio de Janeiro. Em suma, o longa mostra a resistência das pessoas transgênero e foi exibido em Cannes, concorrendo ao prêmio Palma Queer, em 2017.
Rafiki (2019)
O filme de Wanuri Kahiu faz história desde seu ‘nascimento’ por ser um filme queniano. O país que pune o sexo gay com 14 anos de prisão, baniu o título dos cinema, mas o longa fez sucesso no Festival de Cannes de 2018, concorrendo na mostra Um Certo Olhar. O longa conta a história de Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva), duas jovens que se apaixonam, mas não podem se relacionar pois seus pais são concorrentes políticos e a sociedade condena esse romance. Apesar da situação de superação o filme se aprofunda mais no amor do que na tragédia desse Romeu e Julieta contemporâneo.
Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019)
O filme de Céline Sciamma foi um dos títulos mais elogiados pela crítica especializada no ano de 2020. Na França do século XVII a pintora Marianne (Noémie Merlant) recebe a encomenda de pintar Heloíse (Adèle Haenel). Logo depois a artista se vê envolvida em uma mentira na qual deve observar a moça durante o dia e a pinta-la a noite, sem que ela saiba. Essa proximidade as une de tal forma a paixão surge entre as duas.
As Cores do Divino (2020)
Por meio de depoimentos de pessoas LGBTQ+ que estiveram ou estão ligados a alguma prática religiosa, As Cores do Divino é construído. O primeiro longa-metragem de Victor Costa Lopes, cearense, e conta com o depoimento de nove pessoas dentre eles católicos, evangélicos, umbandistas e espíritas.Pessoas de diferentes classes socioeconômicas foram entrevistadas para mostrar que as relações de fé que se reforçam quando essas pessoas são confrontadas acontecem similarmente em diferentes lugares da sociedade.