DJ Randall Foto: Reprodução

Quem foi DJ Randall, pioneiro do drum’n’bass falecido aos 54 anos

Jota Wagner
Por Jota Wagner

DJ britânico se estabeleceu como um dos grandes arquitetos do gênero

Cedo demais, um dos pilares do drum’n’bass mundial, DJ Randall, nos deixou nessa última quarta-feira, 31. O artista britânico que ajudou a moltar o subgênero de origem negra e periférica da música eletrônica faleceu aos 54 anos. As causas da morte não foram informadas, mas foram citadas como “trágicas” pela família.

Radall McNeill nasceu no leste de Londres em 1970. Tudo seguia tranquilo em sua vida até que bateu de frente com a acid house enquanto curtia o Carnaval de Nothing Hill, a festa de rua mais bacana da capital. Mas foi no movimento do jungle, ritmo quebrado e afrofuturista da cidade, que o artista realmente se encontrou. Randall mergulhou naquele oceano, decifrou-o e a a partir de tudo o que absorveu, moldou o drum’n’bass, ao lado de colegas como Grooverider e Fabio.

Quando não há nada, é preciso construir. E foi o que Randall fez. De mão pesada, o artista primeiramente cunhou a quebradeira do breakbeat, irmão do drum’n’bass, sempre com o peso e fúria que a mídia britânica chama de “hardcore”. Mas foi no bom e velho drumba que se estabeleceu como um dos grandes arquitetos do gênero.

Além das discotecagens e das produções, o DJ é responsável por uma grande contribuição ao cenário que ajudou a criar, a gravadora Mac 2 Recordings. Seu selo lançou dezenas de singles que se tornaram hits das pistas de dança de todo o mundo.

Apesar de estar longe das produções desde o começo dos anos 2000, quando o estilo saiu dos holofotes (apesar de seguir firme e forte no underground da música eletrônica), DJ Randall seguia na ativa e ainda teria muitas pistas de dança para emocionar.

Para entender de história, de música, de peso e de groove, ouça esta digitalização de uma fita cassete contendo um set mixado do DJ em 1993.

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.