Discos de Natal Foto: Reprodução/Shutterstock

6 discos de Natal absurdos (e que você nem sabia que existiam)

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Os álbuns natalinos são uma tradição americana que ganhou o mundo todo — mesmo os mais estranhos!

Todo encontro precisa de música. Mesmo os de família, instituição tão castigada nos anos de polarização política que vivemos até 2022. Mas o Natal sobreviveu. E nada impede de que você passe com os familiares que: grupos de amigos, seus vizinhos, a comunidade hippie em que você está fazendo um retiro espiritual, ou até mesmo aquela “família premium”, núcleo familiar seleto, só com os parentes legais e livres de grupos de notícias de WhatsApp.

Ninguém precisa ficar de fora da diversão, ouvindo Frank Sinatra ou horrendos covers de Nouvelle Vague na ceia ou almoço natalino. Pelo menos, é assim que pensaram vários produtores musicais muito doidos, que resolveram lançar os discos de Natal mais improváveis da história da música. A prova de que Papai Noel não se esquece de ninguém.

Como de louco, todos temos um pouco, vai que um deles não vira a trilha sonora oficial do seu feriado? Vamos lá:

1. Metaleiro é família

Não é novidade. Todo metaleiro, ainda mais depois dos 30, é o bicho mais família que existe. E, nos piores casos, família conservadora.  Desses que passaram a adolescência escutando Mötley Crue e agora dizem que “funk só fala de putaria”.

Para fazer a trilha sonora dos grisalhos cabeludos, coloque na disqueteira o We Wish You A Metal Christmas And A Headbanging New Year, de 2008. Uma insana coletânea de músicas natalinas que tem até Alice Cooper e Scott Ian (do Anthrax) representando.

São 16 reinterpretações de clássicos natalinos enfeitados por solos de guitarras e baterias aceleradas. E, na moral, quando ouvimos Alice Cooper cantando Santa Claws is Coming to Town, a vontade é de sair correndo e se esconder.

2. Os punks não gostam de amor?

Pelo menos, no Natal, sim. Tanto que em 2013 o Bad Religion um disco inteirinho com canções natalinas, chamado Christmas Songs. O fato de uma banda com o nome de “Bad Religion” se prestar a gravar um disco inteiro para celebrar o feriado mostra que, acima de tudo, é uma época de exceções.

O grupo californiano é conhecido pela exímia habilidade vocal. E deixam claro já na introdução da primeira música, Hark! The Herald Angels Sing. É como abrir a porta de casa na noite de 24 de dezembro e dar de cara com cinco punks cantando. E feliz Natal!

3. Passe o natal com Snoop Dogg e sua turma

Com o sugestivo nome de Christmas on a Death Row — tradução: “Natal no corredor da morte”, pavilhão onde os condenados à pena capital nos Estados Unidos ficam hospedados antes da execução —, Snoop Dogg convidou seus amigos para um baita de um disco.

Importante contextualizar, Death Row é o nome de sua gravadora, então dá para interpretar o título como “Natal com a Death Row”. De qualquer forma, não deixa de ser um nome sugestivo.

Além de Dogg, estão presentes na compilação de 1996 Michel’le, Danny Boy e O.F.T.B., entre outros. E, ao contrário da grande maioria dos álbuns do tipo, não se trata de regravações de canções clássicas natalinas, mas material inédito.

4. Até tu, Bob Dylan?

Bob Dylan, depois de velho, resolveu flertar novamente com o cristianismo — comportamento que também tomou os corações de outros artistas, como George Harrison e Jack Kerouac.

Em Christmas In The Heart, o ícone folk americano e Nobel da literatura regravou canções típicas com um voz tão rachada que mais parece Tom Waits (cantor que, convenhamos, poderia fazer um disco de Natal fantástico).

O resultado divide opiniões. Afinal, é difícil imaginar o rabugento Dylan em uma ceia com a família. Que mágico é o espírito natalino!

5. Natal espacial psicodélico

O Flaming Lips, mesma banda que criou um bizarro enfeite de árvore em forma de feto prateado, já lançou um dos mais malucos discos da história do feriado.

Contando uma história de um Natal fora do Planeta Terra, Christmas On Mars é muito, muito louco. Experimental até o talo, o disco de 2008 é uma espécie de ópera rock com abduções, contatos imediatos e outras doideiras.

Vale a audição. Mas um aviso de amigo: não vai cair bem durante a ceia com a família.

6. Afastem os móveis da sala e bora pro arrasta-pé

Família alimentada, hora de partir pro baile. Natal Nordestino é uma compilação capitaneada por Elba Ramalho, só com temas natalinos de artistas do NE, como Anastácia, Maria DaPaz, Paulinho do Acordeon e vários outros.

Originalmente lançado só em Pernambuco, foi para as plataformas digitais e agora está acessível em qualquer parte do mundo. Ouví-lo é imaginar as tias e tios dançando pelo quintal mal-iluminado. Vibe boa da porra!

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Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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