O C6 Fest está na área: vem ver o guia que preparamos
Assim que saiu o anúncio do line-up do C6 Fest, confesso que deu uma sensação de flashback das curadorias do finado Free Jazz. Não à toa, o C6 Fest é uma realização da Dueto, a produtora responsável pelo histórico Free Jazz e, mais tarde, Tim Festival, que, pasmem, rolou de 1985 a 2001. O C6, patrocinado pelo banco de mesmo nome, acontece em São Paulo, no Parque Ibirapuera, entre os dias 19 e 21 de maio; e no Rio de Janeiro, no Vivo Rio, entre os dias 18 e 20 de maio. Separamos o que achamos que vale a pena ver de cada palco. E, olha, tem muuuita coisa legal, vem ver.
A edição do Rio de Janeiro é mais enxuta que a de São Paulo, se por um lado não é de todo bom, já que a cidade não recebe o line-up inteiro, por outro é bom, porque fica mais fácil de escolher o que ver.
Dia 18/ 05
Clubbers, uni-vos!
O Kraftwerk volta ao país pela sexta vez e apresenta seu mais recente show, que, apesar de ser 3D, como nas últimas vezes, desta vez a banda utiliza uma tecnologia mais avançada, e os visuais são ainda mais imersivos. Pra quem já viu a banda, já sabe: é sempre legal. Pra quem nunca viu, vale a pena, porque além de tudo é um clássico!
Já o Underworld só passou pelo Brasil uma vez – para a tristeza da cena clubber oldschool. Foi em 2006 numa rave do club Sirena em Indaiatuba e no Rio de Janeiro numa edição do Creamfields. Se você tem mais de 30 anos ou curte música eletrônica, esse show é MUITO imperdível, sim.
Dia 19/05
Esse é ‘o’ dia para os amantes de jazz e vertentes.
Domi & JD Beck é um duo de jazz formado pela tecladista francesa Domi Louna e pelo baterista americano JD Beck. O duo já trabalhou ao lado de nomes como Thundercat, Anderson .Paak, Herbie Hancock, Ariana Grande e Bruno Mars – nada mal, né? Eles lançaram seu álbum de estreia, Not Tight, em 2022, que contou com participações de nomes como Snoop Dogg, Busta Rhymes e Mac DeMarco. Tá, mas o que esperar do som? O estilo deles é único e mistura elementos de house, techno, drum and bass e outros estilos de música eletrônica. Ou seja, som para colocar os modernos na pista.
Já a Samara Joy é a artista que levou o Grammy de artista revelação em 2022 – aquele que a Anitta também concorreu. O seu álbum de estréia contou com produção do violonista Pasquale Grasso. As versões dela de clássicos do jazz deixaram a crítica especializada de queixo caído, espere voz aveludada e clima intimista.
Se você já viu o programa do Stephen Colbert, então já conhece o Jon Batiste. Ele é pianista, cantor, compositor e líder da banda Stay Human, que acompanha o programa norte-americano. Ele é considerado um dos maiores nomes do jazz contemporâneoo, mas explora outros gêneros como o soul, funk, pop e R&B.
Dia 20/05
Dia de rock, quer dizer, indie, bebê!
O Terno Rei você talvez já conheça de outros carnavais, afinal eles viraram um dos maiores nomes do pop alternativo atual. Mas, apesar do perfume pop, as letras e a sonoridade levemente melancólica dão o tom de clima ‘indie’ da noite.
A banda Black Country New Road lançou o álbum de estreia em 2021 e chamou atenção com um som que é uma fusão de pós punk, pós-rock e até mesmo art rock. Se estivéssemos em 1995, falaríamos que o som é quase um shoegaze, mas como é 2023, a história é outra. E o som é bem do interessante.
Já o The War on Drugs lembra aquela pegada indie mais envolvente do tipo que dá pra dançar e cantar junto. A pegada é similar ao Band of Horses, The National e Kurt Vile, que inclusive já teve colaboração do vocalista da The War on Drugs, o Adam Granduciel.
Em São Paulo o clima é bem de festival, apesar dos ingressos serem vendidos por palcos. Além de todas as belezinhas que se apresentam no Rio, São Paulo conta com mais um time de artistas incríveis. Separamos alguns dos destaques, veja:
Auditório do Ibirapuera
Veja bem, esse ‘palco’ vai ser só o creme. Mas não tem como não dar destaque para Nubya Garcia. Ela é uma das maiores saxofonistas do jazz contemporâneo e o mais legal é que o som dela é um mashup de jazz, afrobeat, reggae e tem até mesmo sonoridades do Candomblé.
Mas, se o seu negócio é jazz tradicional, então não dá pra perder o Tigran Hamasyan. Ele é apenas considerado um dos maiores pianistas e compositores do jazz mundial.
Arena Externa Met Life
Se Underworld e Kraftwerk não fossem o suficiente, o Juan Atkins, um dos pioneiros do techno, apresenta seu live sob o pseudônimo Model 505. Mas, aquela coisa, né, ele deve mandar No UFOs em algum momento.
Tenda Heineken
As modernas não vão querer perder Arlo Parks e Christine and The Queens. Christine entrega não só música como também performance – vale a pena!
O camaronês Blick Bassy virou queridinho desta redação com sua música que mistura jazz, música folclórica de seu país com sutis bases eletrônicas. Cantando na língua Baasa, um dos muitos dialetos de Camarões, ele vai apresentar músicas de seu mais recente álbum, Madibá. O som é um mix de música folclórica e contemporânea, um refresco pros ouvidos.
Pacubra/ Tokyo
Disco Tehran, Gop Tun, Selvagem, Feminine Hi-Fi, Cremosa Vinil… Pensa num palco que não tem erro! Esse é garantido e ainda tem o clima pista, bem pra se jogar (com moderação, claro!)
A verdade é que o C6 vai ter muita coisa interessante, Mdou Moctar, Tributo ao Zuza Homem de Mello, ‘1973’ Por Juçara Marçal e Kiko Dinucci, Kaê Guajajara, Nômade Orquestra, Caetano Veloso, Xenia França… Aonde você escolher cair, vai dar bom!
C6 Fest – Vivo Rio
18 a 20 de Maio
Vivo Rio – Avenida Infante Dom Henrique, 85, Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
C6 Fest- Parque Ibirapuera
19 a 21 de Maio
Parque Ibirapuera. – Av. Pedro Álvares Cabral,0, São Paulo – São Paulo