Há exatos 46 anos, Joy Division subia no palco pela primeira vez (por pouco tempo)
Ainda usando o nome de Warsaw, grupo de Ian Curts e Peter Hook debutava nos palcos de Manchester
Poucos minutos após subir no palco pela primeira vez com sua banda, Peter Hook viu uma briga começa na plateia do pequeno clube Pips, em Manchester. O baixista não pensou duas vezes, largou o instrumento e se juntou aos briguentos para cair na porrada. Foi o suficiente para o gerente da casa expulsar todos do palco.
Assim foi a estreia ao vivo do Joy Division, no dia 25 de janeiro de 1978.
O quarteto ainda se chama Warsaw, nome roubado da música Warszawa, de David Bowie. O nome, no entanto, se parecia muito com o de outro grupo com certo renome no cenário underground inglês, o Warsaw Pact.
Ian Curtis, Peter Hook, Bernard Sumner e Stephen Morris decidiram então mudar o nome para Joy Division, desta vez inspirado no livro House Of Dolls, do escritor Ka-Tzetnik 135633, que assinava assim mesmo, com o nome e número que os alemães lhe deram no campo de concentração. Joy Division era o nome de um bordel que existia dentro do campo de prisioneiros judeus relatado na obra.
A mudança de nome foi estimulada, talvez, pela má sorte do primeiro show. O setlist da primeira apresentação tinha nove músicas, mas poucas foram executadas.
- Exercise One
- Leaders of Men
- Warsaw
- Failures
- Reaction
- Inside the Line
- Ice Age
- Day of the Lords
- Novelty
Os quatro cavaleiros de Manchester se juntaram dois anos antes do primeiro show, em 1976, e seguiram juntos até 1980, com o suicídio do vocalista Ian Curtis. Os remanescentes, como bem nos conta a história, seguiram com outro nome, New Order. Deram um tapa no som, adicionando componentes eletrônicos, e ganharam o mundo, encabeçando grandes festivais até hoje.
Em 1978, porém, o clima era brabo no underground da cidade inglesa. Chegou a ser comum, até 1980, que shows do Joy Division fossem interrompidos porque a plateia simplesmente preferia trocar tapas a prestar atenção na música das bandas, para desespero dos gerentes de casas noturnas.
Seu som depressivo, soturno, não parece combinar com a porradaria solta. Mas, na acinzentada Manchester, casava como arroz e feijão!