Ca7riel & Paco Amoroso e mais 5 grupos argentinos que você precisa conhecer
Nas mais diversas vertentes, o rock está no sangue dos nossos hermanos. Por isso, são capazes de produzirem grandes atrações musicais
Quando fomos a Buenos Aires para cobrir a edição argentina de 2023 do Primavera Sound, reparamos em um fato interessante. Embora o evento rolasse nos mesmos moldes que o brasileiro, com line-up a partir das 16h, a grande maioria dos compradores de ingresso chegou apenas para assistir aos headliners, no final da noite. No dia seguinte, comentamos o fato com o jovem vendedor de uma adega, que nos respondeu: “os argentinos não gostam dos festivais, gostam dos shows”.
A explicação era justa. Eles estavam mais do que acostumados a lotar casas de shows e estádios para ver um único artista. Fizeram isso, inclusive, em anos passados para ver shows exclusivos de The Cure e Blur, os dois headliners do Primavera naquele ano. Buenos Aires tem uma tremenda paixão pela música, e em especial pelo rock, que está no sangue dos argentinos — a ponto de serem donos de grandes cenários em diversos subgêneros, mesmo com uma população cinco vezes menor do que a nossa.
Nossos hermanos são mestres em produzir e cultuar grandes astros. Se falamos em punk, tiveram o Attaque 77. No ska, Los Fabulosos Cadillacs. No rock alternativo, Soda Stereo. E os caras tem até mesmo seu próprio Mick Jagger, o icônico rockstar Charly Garcia.
Recentemente, a redação do Music Non Stop caiu de quatro com a apresentação para o Tiny Desk da dupla Ca7riel & Paco Amoroso. Dois moleques altamente influenciados por Jamiroquai e Manu Chao, fazendo um baita de um groove com uma banda espetacular de figurinos espalhafatosos. Funky, música latina e até samba no som dos caras.
A apresentação nos lembra que não dá para virar as costas para a Argentina, no que diz respeito à musica. Basta piscar e os olhos e os amigos chegam cheios de novidade. Prestando o devido serviço aos amantes do som, hora de conhecer cinco novidades argentinas que você não deve deixar passar despercebido.
Winona Riders
O grupo abriu o Primavera Sound em 2023 e acabou de estrear em São Paulo, com show lotado no Bar Alto, no último dia 17 de outubro. Além do nome sensacional, o Winona Riders ainda conta com um rock de estética shoegaze noventona.
Las Ligas Menores
As meninas do Las Ligas Menores despontaram para o universo indie nos últimos anos, também já passaram para o Brasil e são queridinhas dos Estados Unidos e da Europa. Como é de se esperar vindo de terras portenhas, abusam de boas referências, como Stereolab, Pixies e Belle & Sebastian. Vale cada nota.
Sara Hebe
Rapper que junta o melhor do hip-hop com a mentalidade riot grrrl, Sara Hebe faz um belo som e já beliscou relevância nos Estados Unidos. Passou também por São Paulo há alguns anos, e volta em 2025 para mais shows. Portanto, fique atento para curtir a catarse de suas apresentações por aqui.
Bandalos Chinos
“Chino” é uma gíria bastante pejorativa para se referir aos argentinos de origem andina, cujos olhos puxados lembram os chineses. Geralmente, uma forma de expressar preconceito com os argentinos “não europeus”. Não são poucos, porém, que assumem a expressão como forma de contragolpe. Para não se confundir com o grupo de música tradicional Los Chinos, esta turma de amigos renomeou o seu grupo como Bandalos Chinos, para fazer indie rock cool e viajante, com influências de krautrock e, novamente, Stereolab.
Fin del Mundo
Moderníssimas, as garotas do Fin del Mundo mostram que o rock feminino argentino anda muito bem, obrigado. As garotas já passaram pelo Brasil e voltaram de uma bela turnê europeia e estadunidense. As minas tem uma pegada Sonic Youth estonteante. Vale conferir.