Clipes banidos Imagem: Reprodução

Passou dos limites! 5 videoclipes que foram banidos da TV ou plataformas

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Chocar também faz parte da arte — menos para quem é o responsável pela programação de uma grande emissora de TV ou serviço de streaming

Todo artista sabe que aquela “causada” básica é muito boa para a carreira. Chocar traz click, gerando uma discussão entre defensores e repressores da linguagem. Muitas vezes, ela serve para nos sacudir e pensar sobre um assunto que estava adormecido lá na confortolândia. Em algumas ocasiões, porém, é apelação, pura e simples, para chamar a atenção do público.

Centenas de videoclipes foram recusados pelas emissoras e serviços de streaming, pelos mais diversos motivos. Claro que, em nossas clássicas listinhas do Music Non Stop, não cairemos em assuntos óbvios, como sexo e e ultraviolência.

Os cinco artistas que sentiram o corte da ceifa em seu trabalho aqui foram protagonizados de casos que beiram a bizarrisse. Chutar um cone na rua? Pode não. Tirar sarro com a Pepsi, menos ainda!

Confira as censuras mais divertidas, e sem sentido, aplicadas pelos canais de TV e streaming aos maiores artistas do pop mundial.

Foo Fighters – Low

A invenção da broderagem

Low tem a participação do ator Jack Black, amigo de Dave Grohl. No hilário roteiro, dois caipiras americanos chegam em suas caminhonetes para passar a noite em uma casa de beira de estrada. Porta dentro, o caos começa. Bebidas, drogas, destruição dos cômodos, tudo ao som da música dos Foo Fighters. Festinha pesada!

A MTV ficou o cabelo em pé quando viu a obra prima e tesourou na hora. Hoje, é possível assistir no Youtube.

Psy – Gentleman

K-Punk

O videoclipe de Gentleman, do superstar coreano Psy deveria ser proibido mesmo, pela falta de criatividade. Tanto a música, quanto o próprio vídeo são uma cópia desparatada de Gangnan Style, hit que devastou o mundo inteiro, enchendo os bolsos do artista (cuja menor necessidade é dinheiro, já que é herdeiro de uma família riquíssima de Seul).

O governo coreano, no entanto, ficou bem cabreiro com o videoclipe, e baniu sua exibição no país. O motivo? Psy chuta um cone de trânsito, logo nos primeiros segundos do filme. A atitude poderia ser uma má influência aos jovens.

Neil Young – This Note’s For You

Ninguém mexe com nossos patrocinadores

No vídeo promocional de This Note’s For You, Neil Young tira sarro de grandes companhias americanas, satirizando cenas de comerciais famosos da Pepsi, Budweiser e Coca-Cola. O resultado foi um verdadeiro chilique na administração da MTV americana, afinal, os três eram grandes anunciantes do canal e poderiam ficar ofendidos.

A proibição levantou discussões no meio do entretenimento. Aquela história… o que é arte, o que é liberdade de expressão, quais os limites do humor, etc. Pegou mal, e a emissora liberou o clipe um ano depois.

O resultado? This Note’s For Your ganhou o prêmio de Vídeo do Ano, no MTV Awards, em 1989. Assista aqui.

Robin Thike feat. T.I. e Pharrell – Blurred Lines

Mamilos são polêmicos

Blurred Lines bateu um milhão de visualizações logo no primeiro dia em que foi lançado, em 2013. Quem viu rápido, viu. Quem não viu, não vê mais. A Vevo tirou do ar logo que percebeu que, no filme, modeletes dançavam só de calcinha, com os peitos de fora, enquanto Robin, T.I. e Pharrell performam.

O videoclipe que você vê hoje, nas plataformas de streaming, é igualzinho. Só que com as garotas totalmente vestidas.

Madonna – Like A Prayer

Testando os limites da TV americana

Em Like A Prayer, a mensagem de Madonna é bastante clara: vamos ver até onde eles aguentam. “Vamos botar um monte de símbologias católicas no filme?” Bóra! “E um personagem que lembraria um Jesus negro?” Bóra também! “E se eu tascar um beijão nele?”

Pois é, não aguentaram. As TVs americanas se recusaram a transmitir o videoclipe, alegando ser “controverso demais”. Depois de muito barulho, a maioria dos canais decidiu liberar sua exibição. Mas a Pepsi não quis comprar a briga, rompendo o contrato que tinha com a cantora.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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