Terror - Michael Jackson em Thriller Michael Jackson em Thriller. Imagem: Reprodução

Música e medo: 5 videoclipes dirigidos por gênios do terror

Jota Wagner
Por Jota Wagner

De Michael Jackson a The Killers, de John Landis a George Romero

Ramones, The Cramps, Black Sabbath. É gigantesca a lista de artistas que inundam suas músicas com referências vindas do terror.

Existem até subgêneros musicais com artistas que dedicam quase toda a sua obra ao tema — caso do horror punk, por exemplo, uma vertente do punk rock para aficionados no assunto.

Zumbis comedores de gente, alienígenas destruidores e toda sorte de sanguinolências usadas para dar um trato em nossos instintos mais animalescos.

A relação entre os dois mundos é de troca constante, tanto que diversos cineastas famosos já se envolveram em produção de videoclipes geniais.

Neste Halloween, trazemos abaixo cinco videoclipes dirigidos por lendas do cinema de horror.

Thriller – Michael Jackson (1983)

Direção: John Landis

Todo mundo sabe que Thriller, de Michael Jackson, é o videoclipe inspirado em filmes de terror mais conhecido de todos os tempos. Demandou um orçamento milionário e revolucionou o mercado musical ao incluir um roteiro bem amarrado, precedendo o início da própria canção.

O que pouca gente sabe é que a obra videoclípica foi dirigida pelo cineasta responsável por um dos maiores clássicos da história do cinema de horror mundial, o filme Um Lobisomem Americano em Londres, de 1981.

John Landis não tem sua filmografia baseada no gênero, mas não foi preciso experiência pregressa para arrebentar com o lobisomem turista. E nem para fazer de Thriller um estrondoso sucesso.

Dancing In The Dark – Bruce Springsteen (1984)

Direção: Brian de Palma

Conhecido por passear pela perturbação psíquica, o suspense e os assassinatos, bem no estilão do mestre Alfred Hitchcock, Brian de Palma coleciona sucessos do gênero, como Carrie, a Estranha e Vestida Para Matar

O diretor captou imagens de dois shows de Bruce Springsteen em 1984. Como parte do roteiro, chamou a atriz que viria a ficar famosa na série Friends, Courteney Cox, para subir ao palco e se passar por uma fã. Por muito tempo, acredita-se que a cena teria sido uma feliz coincidência. O próprio Bruce só soube que Cox subiu ao palco contratada por de Palma tempos depois.

Hellraiser – Motörhead (1992)

Direção: Clive Barker

Clive Barker chacoalhou o mundo do cinema de horror a partir dos anos 80, com sua franquia de filmes Hellraiser e o clássico Livros de Sangue. O diretor modernizou a narrativa do medo e influência o cenário até hoje.

O Motörhead foi chamado para fazer a música tema de Hellraiser III. Em troca, ganhou um videoclipe dirigido pelo próprio mestre.

Scream! – Misfits (1999)

Direção: George Romero

Desta vez, a missão de dirigir um videoclipe arrepiante foi dada a um cara com a carreira toda dedicada ao cinema. Mais do que isso, a uma das maiores lendas do terror mundial, o diretor George Romero, pai de clássicos como A Noite Dos Mortos Vivos (1968) e Creepshow (1982).

Chegado na zumbizada, Romero seguiu à risca sua escola temática ao retratar os integrantes do Misfits — lendária banda do horror punk — em mortos vivos. O diretor sempre foi fã da banda e, em um encontro com o baixista Jarry Only, avisou: “Vocês são a única banda a quem eu aceitaria dirigir um videoclipe”.

Foi como oferecer o pescoço a um vampiro. Toparam, na hora!

Here With Me – The Killers (2012)

Direção: Tim Burton

Os filmes de Tim Burton não podem ser propriamente considerados horror. Na verdade, o cultuado cineasta utiliza a estética do terror clássico para construir obras líricas. Não faltam palidez vampírica, esqueletos e lendas fantasmagóricas para servir de palco para seus atores.

Burton, que tem nas costas filmes como Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e A Noiva Cadáver, dirigiu seu primeiro videoclipe em 2006, para o single “Bones”, do próprio The Killers.

Seis anos depois, repetiu a dose em Blackpool, na Inglaterra, e convidou a estrela Winona Rider para participar.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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