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Paul McCartney: segredos e surpresas da discografia

Paul McCartney

Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Claudio Dirani preparou uma lista com raridades e detalhes que só os maiores fãs conseguem lembrar

São quase 70 anos compondo. Mais de 64 tocando ao vivo. Recordes de público, vendas de discos e muito mais. Para o fã de longa data — e até mesmo aos mais jovens —, parece que Paul McCartney não têm mais nenhum segredo guardado, ou nem mesmo desafios pela frente. Cuidado, este é um erro bastante comum!

O fato é que uma das carreiras mais diversificadas e bem-sucedidas do showbiz como a do eterno beatle — que toca nesta terça (15) e quarta-feira (16) no Allianz Parque, em São Paulo (além de 19 de outubro em Florianópolis), sempre tem uma carta na manga, preparada para surpreender os mais céticos. E o artigo que você lê vai comprar essa teoria!

Blackpool: a música que demorou 50 anos para ser lançada

A divertida Blackpool sempre foi um objeto de desejo entre os fãs mais devotos. Antes de ser resgatada por Paul, a faixa já havia aparecido em diversos formatos nos bootlegs — e isso, durante quase cinco décadas. A versão acústica tocada em agosto de 1974 em Abbey Road se tornou a primeira a ser comercializada (inicialmente, apenas em um EP) pelo site oficial como One Hand Clapping.

Outra curiosidade sobre Blackpool é que ela bateu na trave para ser o lado B do single The Man, cancelado no último segundo pela EMI. A data prevista seria 13 de fevereiro de 1984, mas o lançamento foi abortado após Linda McCartney, então esposa de Paul, ser detida pela polícia em Barbados.

A misteriosa Cello In The Ruins

Em setembro de 1995, Paul McCartney aceitou o convite para regravar Come Together com Paul Weller — o líder do The Jam que se tornou uma espécie de padrinho do britpop nos anos 90. A sessão em Abbey Road, que ainda teve Noel Gallagher, do Oasis, foi um tremendo sucesso, e ainda serviu para provocar os mais curiosos. Isso porque Weller revelou ter ensaiado uma canção que “Paul havia composto no caminho do estúdio”.

O nome da música seria vazado meses depois: Cello In The Ruins — faixa cotada a fazer parte do álbum Flaming Pie (1997), mas que permanece nos arquivos secretos de Paul há quase 30 anos.

Wonderful Christmastime: Natal em julho

Depois de Back To The Egg, tudo já estava acertado para a turnê britânica dos Wings. Sempre irrequieto, Paul decidiu dar um tempero natalino no setlist. Composta e gravada em meio às sessões solo que dariam luz ao “faz-tudo” McCartney II (lançado em 1980, mas gravado em 79), Wonderful Christmastime foi produzida solitariamente por Paul em julho de 1979 em um estúdio improvisado em sua casa de Sussex, tocando absolutamente tudo: guitarra, bateria, baixo, violão, percussão, pandeiro, sintetizador e sinos.

Lançada em 16 de novembro de 1979, a música voltou a ser tocada ao vivo em 2010, além de ser um sucesso recorrente nas festas de final de ano nos EUA e Europa. Embora Wonderful Christmastime não tenha sido escolhida para compilações como Wings Greatest e All The Best!, o single chegou a bater o sexto lugar nos charts do Reino Unido, com vendas de quase 1,5 milhão de cópias na ilha britânica. A canção também foi Top 10 nas paradas de Alemanha, Hungria, Letônia, Holanda e Áustria.

Raridades para a TV Brasileira

Sim, o Brasil já foi um palco distante das grandes atrações. Por muitos anos, até o Rock in Rio original (1985), falar em turnês épicas na América do Sul era quase um conto de fadas. Até que, em 1989, veio o anúncio de que Paul McCartney seria o primeiro beatle a se apresentar em terras brasileiras, com shows destinados a entrar para o Guinness World Records em abril de 1990, no Maracanã.

Antes de pisar em solo verde e amarelo, contudo, Macca concordou em receber o apresentador Pedro Bial no The Mill, seu estúdio particular montado em um moinho, localizado a poucos metros de sua casa em Icklesham, East Sussex.

Na entrevista completa (hoje, apenas parcialmente disponível), Paul deu um show de simpatia, caprichando nas raridades. Com seu violão (um presente dado por Carl Perkins), ele tocou trechos de Blue Suede Shoes, How Many People e Distractions — as duas últimas, faixas lançadas naquele mesmo ano em Flowers In The Dirt, mas que nunca entraram no repertório de turnês.

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