Novas Frequências Dean Blunt & Inga Copeland no Festival Novas Frequências 2012. Foto: Divulgação

Novas Frequências 2024: descubra o line-up do exótico festival carioca

Music Non Stop
Por Music Non Stop

Curador-diretor e gestora do Novas Frequências, Chico Dub e Natália Lebeis dissecam o line-up da edição 2024, que começa neste sábado

Por Chico Dub e Natália Lebeis

Mais uma edição do Novas Frequências chegando! O festival, que desde 2011 perturba os confortáveis e conforta os perturbados, começa neste sábado, 07, espalhado por diversos cantos do Rio de Janeiro, e vai até o dia 15 de dezembro.

Tem noise, punk, gritaria, funk, improvisação, performance, techno, caos, poesia falada, abelhas, samba torto, Lapa, violoncelo, violoncelo hi-tech, rap, hyperpop, avant-pop, ambient, pesadelo, pixxxta, videogame, ícaros, gambiarra, uk drill, lagarto, industrial, corpo, textura, disco-trash, diáspora, Tijuca, Vera Fischer, guitarra, IDM, Leão Etíope, no-input, política, jazz esquisito, gravão, lendas, Marília Medalha, crianças, Sibéria, Drexciya, fita cassete, brega, banda, live, DJ set, solo, duo, trio, quarteto, estreias, risco, revelações, parcerias, amizades, amor, e muito, muito mais…

Confira abaixo o “quem é quem” desta edição de 2024! A programação completa você acessa no site oficial.

Agazero (por Chico Dub)

Hyperpop, deconstructed club, IDM e até mesmo trap: Agazero (e sua infinidade de outros monikers) pode fazer absolutamente de tudo. Daí o fato de tocar tanto no Novas Frequências quanto no Lollapalooza (do ano que vem). 

Ajítẹnà Marco Scarassatti, Maya Quilolo & Ibã Huni Kuin (por Chico Dub)

Novas Frequências

Ajítẹnà Marco Scarassatti, Maya Quilolo & Ibã Huni Kuin. Fotos: Divulgação

Formação especial, inédita, promovida pelo festival, com fins de aproximar cosmologias indígenas e afro-brasileiras. Dança, corpo, performance, instrumentos percussivos, cantos e ícaros sagrados. 

Ale Hop (por Chico Dub)

Peruana que é um dos nomes mais incensados da cena contemporânea berlinense. Pense numa guitarra que é mais que uma guitarra: eletrônica, cheia de processamentos e texturas, entre o barulho e o sublime. 

Carmen Jaci (por Natália Lebeis)

Barulhinhos satisfatórios, beats descadenciados, memórias de infância em mundos fantásticos. 

Caxtrinho (por Natália Lebeis)

Samba hipnótico com crônicas vertiginosas e denúncias endereçadas. Pra quem curte Jards Macalé

CIANA (por Natália Lebeis)

Sonoridades afro-diaspóricas e latinas misturadas em R&Bs e souls cheios de malemolência e malícia. Grooves fatais. 

EQUIPE 7RIO + PREMOLAR (por Chico Dub)

Formado por membros do Crizin da Z.O. (não conhece? procure saber!), os projetos EQUIPE 7RIO e PREMOLAR conectam os bailes de corredor do subúrbio (tipo baile funk antigo) às distorções mais profundas da eletrônica dos nossos tempos. 

Félix Blume (por Chico Dub)

Arte sonora é um dos desdobramentos fundamentais do Novas Frequências. Nesta instalação, 250 pequenos (pequeníssimos!) alto-falantes reproduzem sons de abelhas. O mais fascinante é que cada caixinha emite o zumbido único de uma abelha diferente, criando um enxame de timbres e frequências que se espalha pelo espaço.

IPSNIC (por Chico Dub)

Outro ponto chave do festival é a chamada improvisação livre, prática musical que prioriza a criação espontânea em busca de uma liberdade total de expressão sonora. No caso, flauta (Marina Cyrino) e guitarra (Matthias Koole). 

Lara Alarcón (por Chico Dub)

O tambor e a voz são nossos instrumentos mais ancestrais. Lara Alarcón utiliza sua voz (e uma série de pedais de efeito) como um instrumento para além da semântica. Espere gritos, sussurros, estalos, gemidos, gargalhadas, onomatopéias, chiados, glossolalias…

LYZZA (por Natália Lebeis)

Sonoridades de estilete embaixo da língua. Acidez, deboche e política. Baile techno-funk cavernoso e extremamente pop.

Luca D’Alessandro (por Chico Dub)

Violoncelista que cria texturas sonoras complexas, mesclando improvisação livre, ruídos experimentais e ecos de melodias cancionais.

Takara & Carla Boregas (por Chico Dub)

Duplinha das mais queridas de São Paulo, hoje morando em Berlim, Takara (eterno Hurtmold) e Boregas (eterna Rakta) misturam improvisações rítmicas com nuances jazzísticas e uma eletrônica envolvente e delicada.

Maria Esmeralda (por Chico Dub)

É raro ver o hype se sustentar, não é? O Maria Esmeralda está aí para mostrar que é possível. Com uma das aparições mais meteóricas de 2024, ele traz um rap experimental e conceitual, construído a partir de colagens de samples raros e inteligentes, que fundem passado e presente ao explorar conflitos emocionais.

Meta Golova (por Natália Lebeis)

Industrial pós-moderno. Toque de distopia e inferninho cheio de fumaça. Letras em russo. Sintetizador oitentista. Ficção científica. 

Nãovenhasemrosto (por Chico Dub)

DJ, diretora e produtora musical, performer, atriz, sonoplasta… Nãovenhasemrosto é tudo isso e muito mais. Tem ganhado um destaque muito foda na cena contemporânea por suas performances e produções experimentais e inovadoras. Na pixta, beats pesados, africanos e da diáspora.

O Estranho Iluminado & Fausto Fawcett (tocam Chelpa Ferro & Fausto Fawcett) (por Chico Dub)

Prefiro usar as palavras do Fausto (porque eu sou mortal e ele é Deus):

“Som puxando fala puxando som puxando fala procurando transmitir ao público a inquietação, a sensação de precariedade, a perturbação que assola nossos cotidianos cada vez mais agulhados, nublados, provocados por interferências e ruídos mentais, emocionais. Falas e ruídos, textos em manchas sonoras. Entretenimento a partir de gambiarras, a partir de um circo de efeitos tecnológicos gerando música demasiada. Depois da pandemia aumentou o ruído humano no planeta. Chelpa Ferro e Fausto Fawcett extraem desse ruído um espetáculo.
Cum on feel the noise.”

Podeserdesligado (por Chico Dub)

A Podeserdesligado tá em todas: da Mamba Negra ao Municipal; da Casa do Povo ao MAM/MAC. E agora, em carne e osso (ela participou na edição pandêmica, online, junto com a Ventura Profana em 2020) no Novas Frequências. Em parceria com o dramaturgo João Turchi, ela assina uma performance que é uma ficção sônica inspirada, parte na mitologia criada pelo Drexciya, parte na sua própria vida.

Prefeitura do Rio (por Natália Lebeis)

Grooves de denúncia, cheio de farpas, ironia e acidez. Crônica punk de um Rio de Janeiro distópico. O funk é punk. Pra quem curte o poeta Tantão e a poesia marginal.

Rafaele Andrade (por Chico Dub)

Já viu/ouviu um instrumento musical criado por uma impressora 3D? Pois a Rafaele Andrade, brasileira radicada na Holanda, toca um violoncelo feito dessa maneira. E tem mais: o instrumento é totalmente hi-tech, repleto de sensores e um sistema eletrônico que permite expandir e transformar o som de um cello tradicional.

Salisme (por Chico Dub)

Música industrial e ambiente, texturas digitais e orgânicas em um novo live set que tô super curioso pra ouvir. Aliás, tem EP da Salisme vindo aí, pelo superselo 40% foda/maneiríssimo.

Teto Preto (por Chico Dub)

O que mais eu posso dizer sobre a Teto Preto que vocês ainda não sabem? Ah, sim! Vamos estrear o show do novo disco, Fala!

FALA
Você também vai gostar de ler FALA

Valesuchi (por Chico Dub)

A chilena mais carioca de todos os tempos vai debutar seu novo live com a gente em um set de duas horas e meia (que também terá trechos de discotecagem). House, techno, latinidades e groove.

Vasconcelos Sentimento (por Natália Lebeis)

Aquele jazz de cauda de cometa. Imersivo e provocativo. Livre e com pitadas de humor. Mistura de samples e timbres.  

Vera Fischer Era Clubber (por Natália Lebeis)

Novas Frequências

Foto: Divulgação

Novo burburinho do RJ. Ainda não há vestígios da banda em nenhuma plataforma de streaming. Há pistas. E por isso é dos shows que tô mais afim de ver. O que eu sei é que é pra quem gosta de NoPorn. E de suar numa pistinha soturna.