DJ grandmaster flash foto: divulgação

Do improviso ao mainstream, hip hop comemora hoje 47 anos

Luisa Pereira
Por Luisa Pereira

Fruto de um caldeirão de influências multiculturais, no dia 12 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Hip Hop. Nascido nos subúrbios de Nova Iorque – mais especificamente, nos guetos do Bronx –, o movimento cultural surgiu na década de 70 como um grito de expressão musical e política de afroamericanos e latinos.

Foi nas festas de rua conhecidas como block parties que a mistura de jazz, funk, blues, reggae e ritmos caribenhos ganhou forma pelas mãos do DJ Kool Herc, um imigrante jamaicano, e então iniciou-se o que viria a ser esse grande fenômeno cultural mundial. Conhecido pela alcunha de “pai do Hip Hop”, foi ele que foi empregando as técnicas do break e do scratch, enquanto seu amigo Coke La Rock improvisava rimas. Em uma lendária festa, em agosto de 73, revolucionou a cena musical com experimentações sonoras e letras politizadas, resgatando a sonoridade percussiva africana, outrora proibida nos Estados Unidos.

 

 

Já a data comemorativa fica por conta de DJ Afrika Bambaataa e Grandmaster Flash, outras lendas do estilo, que fundaram a Zulu Nation no dia 12 de novembro de 1974, uma organização que atuava para tirar os jovens do crime, por meio de reuniões que promoviam conciliação entre as gangues, através da arte, e também levavam conhecimento com aulas de matemática, ciências, prevenção de doenças entre outras coisas. Afrika Bambaataa é conhecido como “padrinho do Hip Hop”, pois difundiu o termo mundo afora e também lançou os quatro alicerces essenciais do estilo: o DJ, o MC, o breakdance e o graffiti. O DJ é responsável pelas bases musicais e pelos samples; o MC, pelas letras e mensagens; o breakdance representa a expressão corporal, através da dança; e o grafitti, a arte plástica. Todas elas formam um todo que serviu na promoção de ideias comuns às comunidades periféricas e denunciavam os problemas vividos pelas sociedades marginalizadas, tais como discriminação, violência policial e pobreza, por exemplo. Da periferia, logo o Hip Hop chegou a todas as camadas sociais com sua sonoridade e estilo únicos.

O sucesso internacional não tardou, e, nos anos 80, nomes como N.W.A e Public Enemy já eram conhecidos no mundo todo. A influência passou à moda assim que outro grupo de sucesso, o Run DMC, lançou a música “My Adidas”, em 1986. Sem querer, o trio se tornaria o primeiro grupo musical a ter um contrato com uma marca de roupa esportiva, no valor de US$ 1 milhão. Hoje, artistas como Pharrell Williams têm sua própria coleção da marca! Logo se vê que o Hip Hop é muito mais que música, é um estilo de vida! Está nos fones, no comportamento, no cabelo, nas ideias e nas roupas. Portanto, pegue seu tênis e sua camiseta adidas e comemore esse dia com muito som.