D-EDGE Rio Imagem: Divulgação

Mais do que uma casa noturna, D-EDGE Rio nasce como centro cultural

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Filial carioca do famoso clube paulistano, Centro Cultural D-EDGE terá programação cultural, educacional e gastronômica

Neste sábado (11), o Rio de Janeiro, que já abrigou casas noturnas icônicas na história da vida noturna brasileira, como a Crepúsculo de Cubatão, Bunker 94, Fosfobox e Dama de Ferro, verá, com a chegada da badalada marca D-EDGE, o nascimento de um novo projeto, capaz de reunir os notívagos da cidade para dançar ao som de DJs que andam movimentando o cenário eletrônico mundial. Mas não somente.

Localizado em um armazém construído no início do século passado, na zona portuária cidade — local que está vivendo um processo de revitalização —, o espaço foi pensado para abrigar segmentos ainda inéditos em outras empreitadas de seu criador, o DJ, produtor e empresário Renato Ratier.

D-EDGE Rio

Fachada do Centro Cultural D-EDGE, na zona portuária do Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

Não é novidade que o clube, originário em Campo Grande/MS e que fixou tentáculos em São Paulo e Camboriú/SC (com o espaço de eventos Surreal Park), se tornou um hub da música eletrônica, recebendo os mais cultuados DJs do planeta em suas turnês sul-americanas — sejam eles figuras históricas, como Laurent Garnier e Kevin Saunderson, sejam artistas que estão na crista da onda, Patrice Bäumel e Melanie Ribbe; sem falar em ícones brasileiros, a exemplo de Anderson Noise, DJ Marky, DJ Murphy e Aline Rocha.

Porém, a história agora vai ainda mais longe.

Mais do que uma casa noturna, um centro cultural

D-EDGE Rio

Foto: Divulgação

Provavelmente, não há cidade no mundo com locações mais incríveis para festas do que a capital fluminense. Palácios, morros, cassinos desativados, cinemas antigos, planetários e até motéis. Tudo no Rio convida a uma experiência surreal, com vista de cartão postal para o mar, ou para a intrínseca geologia da cidade.

Agregando a esse cenário uma casa noturna com programação cultural e atividades educacionais e sociais, você tem um verdadeiro complexo de eventos. É por isso que o novo empreendimento se chama Centro Cultural D-EDGE, ou simplesmente CCD.

D-EDGE Rio

Galeria Cosmos promete receber exposições de arte contemporânea, painéis e atividades. Imagem: Divulgação

Segundo o release enviado para a imprensa, o CCD será distribuído em cinco andares — três pavilhões, um mezanino e um rooftop. A experiência clubber está garantida com duas pistas (pista principal no pavilhão 3 e segunda pista no pavilhão 2) e o lounge em clima de sunset no terraço (com nada menos que a vista para a Baía de Guanabara).

Além disso, o prédio contemplará outras atividades: a Galeria Cosmos (pavilhão 1), que pretende abrigar exposições de arte contemporânea, desfiles, painéis e palestras; a Loja Ratier (mezanino), com produtos da marca de roupas de Renato, além de um café; e um restaurante (pavilhão 2), ainda sem nome, previsto para abrir em janeiro.

O clube

D-EDGE Rio

Pista 2 do D-EDGE Rio. Imagem: Divulgação

No sábado, apesar de alguns outros espaços já estarem disponíveis para visitação (a galeria, ainda a ser inaugurada oficialmente, já terá quadros de artistas como Hudson Mello, Taly Cohen e o espanhol Diego Molina), o foco estará mesmo na balada.

Para tanto, a grande atração é a estrela belga Charlotte de Witte, conhecida por seu techno dinâmico e pesado. Junto dela, na Pista 1, também se apresentam Acid Asian, Etérica e Morgana, enquanto a pista 2 vem com curadoria dos núcleos locais 220V e Inception.

A famosa identidade visual do D-EDGE SP marca presença em novo projeto do designer Muti Randolph, parceiro do empreendimento de Ratier desde sua concepção. Já o soundsystem traz como diferencial um sistema italiano, fabricado pela B&C Speakers, chamado de Line Array.

D-EDGE Rio

Com vista para a Baía de Guanabara, terraço do CCD funcionará como pista lounge. Imagem: Divulgação

Em um tempo em que se discute, mundialmente, as agruras da gentrificação no cenário da música eletrônica, um projeto como esses chama a atenção.

A cultura do techno e da house, que surgiu em guetos como um lugar de expressão para minorias marginalizadas, precisa agir para que suas pistas de dança siga acolhedora a todos, em um ambiente livre de preconceitos.

Serviço

D-Edge Rio Opening with Charlotte de Witte

Local: Centro Cultural D-Edge Rio – Av. Rodrigues Alves, 293 – Saúde, Rio de Janeiro/RJ
Data: 11/11 (sábado)
Horário: A partir das 23h
Atrações: Charlotte de Witte, Acid Asian, Etérica e Morgana (Pista 1); Alucas do Trópico Sul, Day9, Icehead e Limbo (Pista 2)
Ingressos: Esgotados

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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