Nu Azeite em estúdio foto: divulgação

Brazilidance! Conheça dez produtores que misturam música brasileira com eletrônica em pistas pra lá de tropicais

Music Non Stop
Por Music Non Stop

Cultura brasileira e música eletrônica, conheça DJs que fazem essa mescla acontecer

Embora ainda não tenhamos uma vertente “brasilidance” só nossa cadastrada no Beatport, muitos selos, coletivos e artistas brasileiros tornam a mesclagem de música brasileira com a eletrônica uma questão prioritária em seus sets. Isso não é nada novo de acontecer. Entretanto, de algum modo, em determinado período e em determinados públicos e cenas, rolava até certo preconceito com essa possibilidade, mas… a vida em seus métodos diz calma!

Há de se lutar muito para deixar despercebida uma cultura tão rica e diversificada quanto a brasileira. A house music é bem propícia a misturas no geral e, então o que antes parecia algo mais raro, há um bom tempo é uma tendência tanto em produções musicais quanto em pistas de dança. Sabendo que uma lista que fizesse jus à quantidade de DJs na atualidade que levam nosso gingado para as pistas não teria menos que dezenas de páginas, decidimos pelo menos selecionar dez deles aqui. Confere!

por Rodrigo Airaf

 

BERNARDO CAMPOS

Nu Azeite

Bernardo Campos (à direita), ao lado do parceiro Fabio Santana, do NuAzeite – foto: divulgação 

Membro da Festa Rara e do selo Underdogs, Bernardo Campos atua incansavelmente nas sonoridades eletrobrazucas, seja através do seu projeto solo, seja com Fábio Santanna no projeto NuAzeite. Um dos seus EPs recentes, Desejo, chegou a ser remixado por Rick Wade, um dos mestres do deep house, e apoiado por ninguém menos que Laurent Garnier.

CRIS D

O gaúcho Cris D vem curtindo uma curva ascendente em sua carreira, criando conexões entre o afro house, house e brasilidades regularmente e permeando pistas do sul brasileiro, como Muinho Club e Beat on Me. Toda sexta-feira, no Instagram, Cris descarrega um pouco de sua pesquisa de música brasileira nos seus stories, coluna que chamou de Brazil Afora.

 

LEO JANEIRO 

Leo Janeiro

foto: divulgação

Com carreira duradoura e dispensando maiores apresentações, Leo Janeiro é um dos DJs mais prolíficos do nosso cenário. Uma de suas missões aqui na Terra é levar o calor brasileiro aos sons de pista, e isto se traduz tanto em suas produções quanto pelo seu trabalho na curadoria da Cocada Music, sublabel da alemã Get Physical.

CACATLS

Fissurada pelos sons nômades e acostumada a colocar várias referências culturais em seus sets, o Brasil não fica de fora do trabalho de Carolina Torres, seja por misturas perspicazes, trechos de discursos e mais. Ela é parte do coletivo Gruta e não ficou parada nem nos tempos de quarentena, quando soltou esse set no metaverso do Burning Man.

DJ GRACE KELLY

DJ Grace Kelly

foto: reprodução Youtbue

Maracatu, ciranda, baião, frevo… tudo isso acaba fazendo parte do “electro-tropical” de Grace Mendonça. Quando muitos aqui ainda estavam nos primeiros anos de escola, em 1998 ela já participava de blocos de Carnaval lá em Berlim, onde mora. Essa baiana baphônica leva com frequência sons afro-brasileiros aos palcos eletrônicos gringos, de Bali ao Marrocos, de Israel a Luxemburgo.

SEED SELECTOR

Ele conquistou rapidamente o cenário através de sua abordagem musical elegante, groovada e envolvente. Hoje está em lineups importantes, como os da Troop, do Caos e do D-Edge. É um dos curadores do projeto Solitude, no Warung Recordings, e possui lançamentos regulares, muitas vezes ao lado de nomes como L_cio, Leo Janeiro e Giorgio Meneghatti.

SALVADOR ARAGUAYA

Salvador Araguaya

foto: divulgação

Envolvido em vários projetos na capital paulista, como a label party Zaragata, Salvador Araguaya curte prestigiar, através de house, downtempo, afro house e outras vertentes, a potência brasileira dentro da dance music. No Spotify, são cerca de 200 mil ouvintes mensais para o artista, que tem alguns sucessos eletrônicos brasileiros gigantes, como “Lamento de Orpheu” e “Folha de Jurema“.

MISS TACACÁ

Tecnobrega é brasilidade, lembra? Miss Tacacá saiu de Belém e foi para São Paulo, mas Belém não saiu dela, de certa forma. Ela transformou sua musicalidade em uma das suas profissões dentro de seu universo multi-artístico que envolve também ser atriz, produtora cultural e modelo. Segue servindo tecnobrega, tecnomelody, bregafunk, funk, eletrotecno e muito mais na cena underground.

 

DJ CAVALCANTI

Entusiasta declarado da cultura brasileira e dos grooves da house music, Rodrigo Cavalcanti há muitos anos colabora com o circuito de festas de rua no Rio de Janeiro. Hoje à frente do projeto cultural Novo Beco, que leva gratuitamente para o centro da cidade desde grupos de samba a DJs, Cavalcanti sintetiza seu repertório muito bem, como no set abaixo que fez para o coletivo ClãBR.

ISADOSER 

O centro-oeste tem essa luz que brilha forte sob uma tag que combina certinho: “serenight”. Direto da Chapada dos Veadeiros, Isadoser embala muitos sets com misturas nômades, mas quando resolve homenagear o Brasil, vai direto nas batidas dos indígenas e de referências afro-brasileiras, tudo isso com muito experimentalismo e nunca, nunca de maneira previsível.

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