Festival Burning Man começa neste domingo em formato online, gratuito e cheio de artistas brasileiros!

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Walkway to the Man

O festival Burning Man, famoso por proporcionar a seu público uma experiência imersiva (antes mesmo de isso ter nome) em um mundo pós apocalíptico Mad Max hippie não capitalista libertário, acontece este ano em formato online, multiversos , um punhado de artistas brasileiros e expectativas revolucionárias.

Originalmente, o Burning Man acontece em uma cidade fantástica, a Black Rock City, montada no meio do deserto de Nevada, nos Estados Unidos para o evento. Um grande totem é montado no centro desta cidade provisória e, ao final do evento e conforme o nome obviamente sugere, é queimado para inspirar uma espécie renascimento.

Burn Night, Burning Man 2011

Dentro do Burning Man nada pode ser vendido ou comprado. A ideia que não haja movimentação financeira alguma e tudo o que for entrar na sua barriga ou mente deva ser levado ou trocado. As apresentações musicais, performáticas, visuais são livres e inspiradas a quem estiver afim.
Ir ao festival, mesmo com esta proposta, é caro e gera questionamentos sobre uma certa gentrificação entre seu público, principalmente nas edições mais recentes. Polêmica à parte, não dá para negar que o Burning Man é revolucionário.

Online e brasileiro.

Graças à pandemia, o Burning Man de 2.020 tem a chance de se democratizar de uma , forma inimaginável. O tema do festival para estas edição era “multiversos” e agora, ao se transportar online, tornou-se literal.

Xaxim (Dudu Marote e Fabio Soares)

O Burning Man acontecerá em oito “universos” diferentes, reunindo um sem número de atrações musicais, visuais e performáticas, conectando artistas (e público) de diferentes locais do mundo. A incineração da distância criou um festival inédito e gratuito, para quem quiser experimentá-lo. Os ingressos para este rolê, ao contrário dos físicos, são “doe o quanto puder”.

A organização permitiu que “criadores de universos” enviassem suas propostas de eventos, palcos, simulações e outras doideiras à uma curadoria central. Até agora estão confirmados oito universos e um templo virtual, substituindo espaços como Black Rock City e La Playa, presentes no deserto.

Recomendamos dar um pulo no website oficial do Burning Man para entender um pouco da viagem. O festival começa domingo, dia 30 de agosto, e terá cinco dias de transmissões de seus oito universos que podem ser acessados via celular, desktop ou óculos de realidade virtual.

Brasileiros e Brasileiras

Neste ano, uma quantidade grande de artistas brasileiros se apresenta no festival. Na música, conhecidos de nossas festas como Xaxim (Dudu Marote & Fabio Soares), Marcio Techjun, L_Cio, Eli Iwasa, Ignacio, No Porn, Gian Granito entre outros.

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L_cio

Nos visuais, o festival conta com grafiteiro Cranio, alem de Felipe Morozini, Claudia Liz, Nathalie Edemburg, Gustavo Prata, Tripolli e Luiz Maudonnet.

A MellaNino Project (formado pela arquiteta, produtora cultural e cenógrafa Amanda Mella e o música Anthony Museus) se juntou a Lucca Salvatore (produtor de experiências e diretor de cinema) e a Antonio Coutinho (CEO do escritório de realidade virtual VRONE, focado em experiencias imersivas). A turma colaborou na criação de um museu virtual chamado Visionary Palace. Esse museu, ou planeta com sua própria órbita, flutua no céu Mystic Verse, um dos universos reconhecidos do Burning Man. Ele abriga diversos artistas dentro de sua massa e tem suas próprias luas, onde abrigam as salas de exposição virtuais.
Brasileiros tambem comandam a curadoria de mais dois palcos dentro do Burning Man.

os índios azuais do grafiteiro Cranio

O Palco Irupê, dirigido por Luar Franzine, recebe apresentações dos coletivos Zaragata, Pilantragi, MBR, Sinkro, Festa Dama, Boli, Serenight e Gruta.

O Palco Heart Space, à cargo de Amanda Mella e Anthony Meyo, contam com Bhaskar, Nikkatze, Marcio Techjun, Museus, Alurea e Acci Baba, em conjunto com a label Universo Paralelo.

Já a turma do TesãoZinho Inicial preparou um palco 3D com focando na representatividade – e música maneira, claro – para o festival.  O time reunido pelo coletivo conta com Miss Tacacá,  NOPORN, TRANSÄLIEN, Luisa e os Alquimistas, Nikkatze, R Vincenzo & DannyHell, a godmather do techno brasileiro Andrea Gram, FurmigaDub, Jean Petra, DUDX, Daniel Peixoto, LuÏza Luz y Viamoras, A Lírio, Mapùche, Sidou, Tiffany Boo, Brenda Ramos,  Kauara Pollyvitaminika, AYANI, PNK SABBTH, Resiliência Amazônica,  Blackout, Ahka, Kid From Amazon, Kim Cotrim, Paraibanos do Sul, Etcétera, DJ Akhacio, Angelica Moller, Felipe Rosa, Luas É-se, Pedrahhh, M e l l o,  Guianton, Miss Má, Musttache, Nana Kohat, Pedro Paulo Reinholz, RADINHO, Shigara b2b Mapúche, Tiago Costa, Tide, Tangerina Green, Júpiter VJ, Carolina Sako, Mayuri Isabela, Laura Fragoso, Renan Martelozzo, Maria Hermeto, Luko, Renata Miranda, Francesca Sardi, Mavi Navarro, Mari Rossi, Gabi Bahia, From House to Disco, VECTXR, Pedro Gariani, Luni-O, Tati Lisbon, Hikke, Sarita Themônia, TRINITAS, Flora Somenzari.

Corra atrás da sua programação e aproveite o Burning Man 2.020 de casa!

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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