Em coletiva de imprensa no Memorial dos Povos Indígenas, astro dá mais detalhes de O Futuro é Ancestral, álbum gravado com mais de 50 artistas indígenas
A aproximação de Alok com a música feita por populações tradicionais, os verdadeiros brasileiros, não é nova. Através de seu instituto, contribui financeiramente com instituições e indivíduos. Já gravou live no meio da Amazônia, ao lado do cantor Rasu Yawanawa, e agora, com O Futuro é Ancestral, solidifica uma parceria que tem a intenção de amplificar o sinal gerado a milênios em aldeias de todo o continente.
Lançado hoje, 19 de abril — Dia Internacional dos Povos Indígenas —, o o álbum traz gravações com mais de 50 artistas das etnias huni kuin, yawanawá, kariri xocó, guarani mbyá, xakriabá, guarani-kaiowá, kaingang e guarani nhandewa. Com o projeto, o DJ pretende ser um “canal para projetar e ampliar essas vozes”, usando do arsenal que construiu na carreira de brasileiro mais ouvido no mundo.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, Alok deu mais detalhes sobre a empreitada, acompanhado pelo tio, Devam Bhaskar, diretor executivo do Instituto Alok, e com diversos indígenas presentes na plateia. Devam explica que o álbum é parte de uma jornada iniciada em 2015, quando Alok visitou uma aldeia pela primeira vez, e fruto de mais de 500 horas de gravação no Estúdio Sonastério — um estúdio nas montanhas em Minas Gerais.
“Em 2014, eu estava em um momento meio depressivo da minha vida. Foi quando vi um vídeo do povo yawanauá cantando. Fiquei dez horas com eles, foram mais de 13 horas de viagem para chegar, e isso mudou a minha vida. Para mim, a música era estar no Top 10. Para eles, música é cura. Eu tive certeza que tinha que fazer um álbum inspirado na cultura indígena”, comentou Alok.
O artista também afirmou que os povos indígenas já tem voz, e que seu objetivo é potencializá-las. “Este é o projeto mais importante da minha carreira, porque não é sobre mim.”