Dois dos maiores artistas da música brasileira na atualidade revelam os bastidores de Looking For Love, cujo clipe saiu nesta segunda-feira
Alok e Anitta, dois maiores nomes da música pop brasileira com reconhecimento mundial, se unem com um plano de dominação mundial. A dupla lança o single e videoclipe de Looking For Love, com título em inglês e letra em espanhol, com versão alternativa em português. A ideia é chegar em todos os lugares onde os dois já têm portas abertas. Ou seja, muitos.
A dupla, que já tentava algo em conjunto há tempos, colaborou online. “Não conseguíamos bater nossas agendas, então resolvemos tudo pelo celular”, conta Anitta em coletiva à imprensa, ao lado de Alok. “Minha ideia nessa música é fazer uma crítica aos dias atuais, em que números são mais importantes do que a qualidade.”
Momento engraçado. Alok se desculpa na conversa, ao comentar sobre o assunto que uma vez postou “que era o artista brasileiro mais ouvido no mundo, sendo que na verdade era a Anitta”. A cantora rebateu: “eu só estou sabendo disso agora, não fico acompanhando esse tipo de postagem”. Se a ideia é cutucar a cultura do algoritmo e dos números, o single já nasce como uma autocrítica.
Musicalmente, a contribuição de Alok fez bem à dupla. Looking For Love tem uma posição moderna, bem atrelada à música eletrônica pop, levando Anitta para outros universos. Esteticamente, o corpão de Anitta segue dominando o cenário no videoclipe, exaltando as “curvas da mulher brasileira” enquanto Alok dirige um jet ski futurista. Foi a cantora quem dirigiu o vídeo.
A colaboração dos dois, de qualquer forma, é histórica. Não é comum dois artistas que “competem” pelo posto de maior sucesso internacional jogarem juntos pelo mesmo time, justamente em uma música que critica a competição.
“Quando Envolver fez sucesso, foi a época de maior vazio existencial da minha vida”, completa Anitta, no momento em que Alok apresentou comentários sobre a ilusão de estar no topo do sucesso. O DJ vem modulando sua carreira justamente na direção da busca de questões mais internas e espirituais. Ambos, dividindo dilemas comuns da cobrança pelos prêmios, rankings e números. “Minha ideia era trazer a tecnologia que o Alok sempre traz no trabalho dele com o interesse do público pelos bastidores da vida de um artista. Por fora, estou sendo amada e seguida, mas por dentro, existe uma bagunça interna. Não é normal alguém querer um monte de gente te filmando”, segue a cantora.
O incômodo de dois jovens artistas com o status quo da tríade fama, glamour e dinheiro é, talvez, a maior contribuição que ambos podem entregar à música pop. Seria mais fácil falar de festa, dança e diversão, mas os dois preferiram usar a gigante reverberação que têm para pedir um pouco de espaço. E isso é o melhor de Looking For Love.
