Plataforma vem trabalhando em ferramenta que permite alterar velocidade, tom e ainda mesclar canções, segundo jornal
Sinal dos tempos! Com a ideia de apelar para a “geração TikTok“, o Spotify está trabalhando em uma ferramenta que irá permitir que usuários possam fazer mashups, remixes e alterações de velocidade e tonalidade de canções originais, dentro da própria plataforma. A informação é do Wall Street Journal.
A ação também vai de encontro a uma nova onda, responsável por mais de um milhão de arquivos presentes em seu banco de dados, hoje considerados “piratas”. De forma caseira, jovens têm alterado as características de uma canção já conhecida, com a função de torná-la mais divertida para uso em vídeos de redes sociais como o próprio TikTok, ou para quem soem “exclusivas”.
Quando o Spotify se deu conta, viu que havia milhões dessas versões piratas “lançadas” em seus domínios, gerando confusão no pagamento de direitos autorais. Os modificadores das músicas não receberam um centavo por isso, segundo a empresa. Mas aos compositores originais, as novas versões podem ter gerado confusão na identificação do autor e seu pagamento. As faixas ilegais localizadas estão sendo removidas do catálogo.
Segundo o Wall Street Journal, a plataforma garante que, com as novas ferramentas, a grana dos direitos autorais vai para o compositor original, já que as traquinagens musicais serão feitas pelos usuários, de forma simples, dentro de um aplicativo próprio. O Spotify já mantém um app parecido, dedicado à criação de podcasts, outra de suas grandes apostas.
Manipulação
Quando uma música é lançada oficialmente, ela gera um arquivo digital, usado para ser enviado às plataformas e lojas de MP3. Esse arquivo, usando as ferramentas de edição de música existentes no mercado, pode ser importado e, graças aos recursos tecnológicos atuais, pode ter sua velocidade aumentada em quantas vezes o “manipulador” desejar. Também é possivel, por exemplo, colocar a bateria de uma música sob o instrumental de outra, aumentar as partes do refrão, e mais uma dezena de modificações diferentes, mas geralmente mantendo muito das características originais.
O processo é diferente, por exemplo, de um “remix”, muito usado pelos DJs. No remix, o artista original envia (muitas vezes sob encomenda das gravadoras) todos os instrumentos e vozes em arquivos separados. Um somente com a bateria, outro com o baixo e etc., para que o profissional chamado de remixer trabalhe em um arranjo diferente para a faixa, geralmente deixando-a mais atrativa para as pistas de dança.
Com a nova ferramenta, portanto, o Spotify vai combater a pirataria dentro do seu território e estimular usuários comuns a se aproximarem do que fazem os grandes DJs e produtores musicais, de forma legal.