“DJ Spinderella”, Cheryl “Salt” James e Sandra “Pepa” Denton. Foto: ReproduçãoSalt-N-Pepa é o 1º grupo feminino de rap no Rock and Roll Hall of Fame
Saiba mais sobre o trio americano formado por duas MCs e uma DJ
Formado por Cheryl “Salt” James, Sandra “Pepa” Denton e a DJ Deidra “Spinderella” Roper, o Salt-N-Pepa agora integra o Rock and Roll Hall of Fame. Mais um feito. Trata-se do primeiro grupo feminino de rap a entrar no seleto clube de astros pop. Foram também as primeiras do gênero a pendurar discos de ouro e platina na parede, e a ganharem um GRAMMY. E são consideradas no mundo todo as pioneiras do hip-hop feminino, graças ao apagamento histórico de outro grupo anterior, chamado Mercedes Ladies.

De fato, Salt-N-Pepa representa a invasão das mulheres no rap, dado o seu sucesso mundial, cantando letras escrita por mulheres, falando sobre o que elas sentiam e até mesmo, com muito humor, objeticando os homens em seus videoclipes, promovendo uma bela inversão de papeis — caso do sensacional single Tramp, de 1986. Influenciam, até hoje, artistas ao redor do mundo.
Tramp foi promovida nas rádios em um compacto que tinha como lado B a frenética Push It. Talvez incomodados pela letra, alguns DJs (homens) preferiram tocar esta, no lugar da faixa de trabalho. O resultado? Tornou-se um dos maiores sucessos do grupo. Independentemente da influência machista na escolha, é também uma música espetacular, uma bomba nos bailes.
O grupo surgiu em 1985, uma ideia das amigas James e Denton. Marrudas, já começaram com uma exigência. Logo após lançarem seu primeiro single, The Showstopper, queriam uma DJ mulher no grupo. Encontraram Spinderella tocando nas festas das Pink Houses, área em que vivia no Brooklyn. Formou-se um trio que jamais se separaria.
Os hits das meninas foram se empilhando. Primeiro produzidos por Hurby Azor, namorado de Cheryl, e depois pelas próprias integrantes. Seus maiores hits, como Shoop, Expression e Independent já são assinados, na produção, pelo trio.
Ligadas em moda (seus figurinos foram icônicos nos anos 80, como as míticas jaquetas de couro coloridas), as três conseguiram pisar no sexismo nas letras e na presença de palco. Em um show delas, ouviam-se artistas, rappers, cantando e dançando. Sem coreografias, biquinis ou carinhas sensuais. Exceto quando se falava de homens. Que vingança deliciosa a um mercado totalmente dominando que rebaixava as mulheres a marionetes sexuais!
Sua admissão ao Rock and Roll Hall of Fame é uma vitória não do Salt-N-Pepa, mas do museu. Elas já venceram faz tempo. Longa vida à Salt, Pepa, Spinderella e a todas as rappers que elas inspiraram!



