
Histórica casa de shows CBGB ganha festival em sua homenagem
O chamado CBGB Festival traz nomes como Iggy Pop, Sex Pistols, Jack White, The Linda Lindas, Lambrini Girls, Marky Ramone e The Damned
O line-up anunciado para um festival em celebração ao icônico CBGB, agendado para setembro em um parque debaixo da ponte do Brooklyn, em Nova Iorque, dá a exata noção do quão importante foi o buraco underground mais famoso do planeta: Iggy Pop, Sex Pistols, Jack White, Johnny Marr (The Smiths), The Linda Lindas, Lambrini Girls, Angel Dust, Marky Ramone e The Damned, para citar apenas alguns. Todos estão confirmados para a primeira edição do CBGB Festival, dia 27 de setembro, com ingressos já colocados à venda.

Imagem: Reprodução

Fundado por Hilly Kristal, o CBGB foi tão seminal para a música punk quanto aleatório. Afinal, foram os artistas da primeira onda do movimento cultural nova-iorquino que escolheram o inferninho, e não o contrário. Kristal havia criado um bar dedicado a outros universos musicais. CBGB é uma sigla para “Country, Bluegrass & Blues”, gêneros musicais que estavam tão descolados da sujeira do Bowery, bairro boêmio de Nova Iorque, quanto as paletas mexicanas em shopping centers, nos dias de hoje.
O boteco de Kristal ficou às moscas desde que abriu suas portas em 1973. E se há uma lei universal no mundo da música música, é a de que lugar falido é sinônimo de espaço para novos artistas e novas tendências. Aos poucos, Patti Smith, Talking Heads, o próprio Iggy Pop, os Ramones e Blondie começaram a chegar junto do bar para pedir para fazer alguns shows por ali. O proprietário, desesperado por salvar suas finanças, aceitaria qualquer coisa, sem saber que ali estava o futuro da música.
Com a circulação das bandas, o CBGB se tornou a casa do punk-rock estadunidense e entrou para a história. Seus artistas se tornaram astros mundiais e, em seu auge, reunia músicos e jornalistas do mundo todo, atrás da grande novidade que efervescia por ali. Fama devidamente construída, era hora de seguir com seu legado. Durante os anos 80, o empresário alugou um imóvel ao lado para transformá-lo em café e loja de discos, transmutada anos mais tarde em uma galeria de arte e espaço para shows de jazz, a CB’s 313 Gallery. Dadadah, Kristeen Young e Medeski Martin & Wood tocaram por lá, entendendo a vocação do clube para novidades — tanto que o espaço foi também importante para o movimento do rock industrial e gótico, anos mais tarde.

Em 2006, após uma baita briga com os donos do imóvel por falta de pagamento do aluguel, o CBGB fechou suas portas, com um show da Patti Smith. Sua história, porém, jamais foi esquecida através de eventos, livros, documentários e até algumas iniciativas em tentar reativar o local. Prova disso é o mais novo festival nova-iorquino!