Superafim

Sorry

Superafim

Indie rock | 2025

8.5/10

Jota Wagner
Por Jota Wagner

 

Superafim é um novo projeto unindo dois ex-integrantes do grupo Cansei de Ser Sexy, Adriano Cintra e Clara Lima. Surpreendeu, pois a saída de Cintra do grupo, em novembro de 2011, foi envolta em uma troca de farpas entre o músico e as remanescentes do projeto. Logo, uma grata surpresa. A separação entre as partes, digamos, masculina e feminina do grupo envolveu acusações, posts apagados e um posterior comunicado dizendo que haviam “feito as pazes” com jeito de panos quentes para abafar a crise.

Bem, importante contextualizar, a mando de meu amado editor, que Clara não estava presente na treta que envolveu a banda em 2011. Uma das fundadoras do CSS, ela já havia deixado o grupo três anos antes. Mas há perfume pacificador em um projeto que envolve “dois ex-integrantes do Cansei de Ser Sexy”. Foi dessa forma, inclusive, que o projeto foi divulgado à imprensa. E deste fio segue a poética da resenha de uma reconstrução de relacionamento com uma banda que surgiu em 2003 e, ainda com Lima, já havia feito muita gente dançar. Segundo o próprio Cintra, o Superafim surgiu de um “convite para se divertirem”. A dupla promete um EP em breve.

Só que, para esta galera, diversão tem pedigree. O CSS surgiu de uma união das efervescentes cenas indie rock (trazida por Cintra) e do underground dance (das meninas), principal ingrediente de seu sucesso. Sorry, a primeira faixa lançada pelo duo, é muito boa!

A produção é irretocável, com qualidade sonora de alto nível (repare no som das palhetadas do violão). O vocal de Lima, uma delícia, com fragrâncias de Madonna lá no comecinho da carreira. Uma bela canção, que desperta a vontade de ouvir mais do Superafim, o que é a função primordial de um single de estreia. Repetido às centenas, “sorry” (“me desculpe”) cai bem para a história musical dos artistas envolvidos também.

Todo mundo desculpado, então, e bora fazer música. Superafim é uma senhora boa notícia e uma feliz e grata surpresa.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.