7 artistas mulheres do mundo árabe que você precisa conhecer
De Lana Lubany a Manal, descubra grandes talentos femininos da música provenientes das arábias
Uma geração de mulheres artistas talentosas vem liderando uma onda cultural no mundo árabe que para nós, brasileiros, é surpreendente e misteriosa. Isso porque, em um tempo em que nos acostumamos a assistir recortes em redes sociais ou ler apenas o título das matérias, tendemos a generalizações rasas sobre o que acontece em uma região distante da nossa. Além disso, fomos doutrinados, a partir do século passado, a dar atenção apenas aos cenários musicais estadunidenses e de alguns países da Europa. Tudo o que ouvimos além disso nos soa “étnico”, exótico e, principalmente, pontual.
A verdade é que o chamado mundo árabe, que compreende países do norte da África, Oriente Médio e oeste da Ásia, é muito mais complexo do que nossa cabeça é capaz de imaginar. Em cada país, os direitos das mulheres são bastante díspares e, em muitos casos, até mesmo a idade ou o fato de viver na cidade ou no campo afeta essa situação. Uma coisa, no entanto, é certa e diz muito sobre como anda a liberdade feminina na região, e seu direito em falar o que pensa através da música: muitas das artistas dessa nova onda imigraram para outros países para desenvolverem suas carreiras, se distanciando da discriminação que, se algumas vezes não está amparada na lei, ainda resiste na cultura local, provocando incômodo em vizinhos, colegas de trabalho e forças policiais (todos homens).
Mas a real é que, turbinada pelo fluxo maior de informações em um mundo digital, ninguém está conseguindo segurar as minas. E faz bem, para nós, conhecê-las. Para ajudar a dissolver as cracas da nossa ignorância, o Music Non Stop listou dez artistas mulheres árabes que estão mandando muito bem no mundo da música!
Lana Lubany
Hoje vivendo em Londres, a artista palestina escreve música desde os 11 anos de idade, misturando pop radiofônico com códigos da música local. Seu single de estreia, THE SNAKE, lançado em 2022, passou de 15 milhões de tocadas no Spotify.
Zeina
Também seguindo a linha diva pop sensual, Zeina é uma libanesa estabelecida no Canadá. Lá, largou a faculdade de medicina para se dedicar à música, usando o TikTok como plataforma de divulgação. Seu álbum de estreia, Odd One Out, é de 2017, e seu mais recente, lançado em 2024, tem o sugestivo nome de Eastend Confessions.
Elyanna
Esqueça a apresentadora dos dedinhos. Elyanna, assim como Lana Lubany, é palestina, mas escolheu Los Angeles como praça para o ponto de partida de sua carreira. Em Ghareeb Alay, que você pode ouvir acima, ela se junta ao rapper tunisiano Balti para propor uma interessante mistura de reggae, rap e música palestina.
Felukah
Nascida e criada no Cairo, Felukah se mudou para Nova Iorque para estudar criação musical, e ali deu o pontapé inicial na carreira, calcada no urban beat, no rap e no R&B. Seu blend com jazz é delicioso e, apesar de sentirmos uma tremenda influêcia da cena nova-iorquina, o Egito está em tudo o que a garota faz.
Nadine El Roubi
Mina zica do rap, a sudanesa Nadine El Roubi solta o verbo questionando a política e a condição social da mulher. Beats pesados e atitude. Nos episódios mais tristes da guerra civil de seu país, promoveu grandes shows para juntar dinheiro e ajudar as vítimas. Essa tem a cultura hip-hop na veia.
Zeyne
A palestina faz questão de trazer à sua música harmonias da terra natal e não foge em falar sobre agruras de seu povo, principalmente a necessidade de vagar pelo mundo para fugir de uma terra em constante constrito. E o som, minha gente, é sensacional!
Manal
A marroquina esbanja a cultura de seu povo em suas músicas, o que lhe rendeu fãs em todo o mundo árabe e um convite para emprestar sua música à Copa do Mundo de 2022, no Catar. Canta em seu idioma original e consegue trazer muita coisa africana para o balaio, incluindo o afrobeat e a afro-house.