De Fatima Yamaha a Honey Dijon, Vitória Zane indica sete grandes atrações que prometem muito nesta edição nacional do festival alemão
Trazendo a essência do techno e da house ao Brasil, a edição nacional do alemão Time Warp em 2025 rola entre os dias 02 e 03 de maio, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo. Assim como no ano anterior, o festival retorna a uma das áreas mais tradicionais da cidade, encontrando entre paisagens históricas o match perfeito para sua raiz sonora urbana.
Com ingressos à a venda na plataforma Ingresse, o festival se prepara para uma maratona de duas datas (sexta-feira e sábado) que carregam 30 atrações nacionais e internacionais, além de um after no domingo. Com objetivo de tropicalizar totalmente a marca no Brasil, a edição deste ano conta com um feito inédito: dois palcos open air, cuja cenografia abraça a paisagem da cidade e se junta às luzes intensas e sons marcantes.
Para aproveitar o Time Warp Brasil, o Music Non Stop te indica sete atrações para ficar de olho:
Kerri Chandler (02/05 às 00h no Floor 1 by Heineken)
Se você valoriza a história da música eletrônica, assistir ao Kerri Chandler é obrigatório. Todas suas características o fizeram ser apelidado de “Stevie Wonder da house music”. O DJ e produtor de Nova Jersey (EUA) é um artista de vanguarda que ajudou a moldar o som que conhecemos hoje. Figura importante no desenvolvimento da house, Chandler tem mais de três décadas de trajetória na cena, e uma inconfundível capacidade de misturar elementos de jazz, funk e qualquer outro ritmo dançante em sua jornada musical.
Funk Tribu (02/05 às 00h no Floor 2)
O DNA de Funk Tribu é de Bogotá. Nascido na Colômbia, o artista agora reside em Berlim, um dos redutos do techno mundial. Mas analisar a informação genética do seu som é quase impossível. E ele mesmo afirma que não se resume a nenhum gênero para se limitar às expectativas da indústria. Com inspiração pela sonoridade dos anos 90 e 2000, sua posição dentro de um paralelo retrofuturista tem funcionado, pois ele é uma das sensações atuais da cena eletrônica. Techno? Hard techno? Hard groove? Trance? New trance? Somente assistindo-o para (tentar) entender.
Honey Dijon (02/05 às 02h no Floor 1 by Heineken)
Com um background construído a partir de suas vivências em Chicago e Nova Iorque desde sua juventude, e ganhando influência de Berlim em fase adulta, Honey Dijon nasceu no mesmo lugar onde a house music nasceu. Como mulher trans e preta, carrega nas veias a essência do som: inclusão, diversidade e celebração. Esse discurso de resistência faz parte de sua personalidade, de sua discografia e de sua presença nos palcos e passarelas.
Ki/Ki (02/05 às 2h no Floor 2)
Como um dos rostos mais conhecidos da cena atual, Ki/Ki tem ganhado destaque mundial entre festas intimistas e grandes palcos. De clubs a festivais, a holandesa é dona de uma sonoridade eufórica, que transita entre o acid, o techno e o trance. Não há uma pessoa parada enquanto ela se apresenta. Ouvir seu Essential Mix para a BBC Radio 1 pode provar isso. Outro feito recente é sua vitória no Edisons Pop — premiação holandesa na indústria da música —, na qual ela foi a primeira mulher em 20 anos a levar a categoria “Dance”.
Fatima Yamaha (03/05 às 23h35 no Floor 1 by Heineken)
Um nome que carrega um ar misterioso. Mesmo em tempos de hiperconexão, ainda há poucos fatos certeiros sobre Fatima Yamaha na internet. Entre pseudônimos (como este, que não é seu nome de nascença) dentro de uma carreira longínqua, uma das maiores certezas sobre o artista é faixa What’s a Girl to Do, que entrou para a história da música eletrônica, conhecida pela estranheza de unir a melancolia com a euforia. Totalmente low profile, Bas Bron, holandês, prefere falar por meio da música, numa jornada contemplativa, elegante e fluída.
Sven Väth (03/05 à 1h no Floor 1 by Heineken)
Outro nome que representa a história da música eletrônica é o de Sven Väth. Apelidado como “Papa”, o alemão é uma das figuras mais populares da cena, justamente por apresentações que rompem o conceito de tempo. O artista carrega uma bagagem de pista como nenhum outro DJ. Afinal, sua jornada na cena começou aos 16 anos, lá em 1980. De lá pra cá, tornou-se uma das referências no techno mundial. Em seus cases, recheados de vinis, não há só música: há uma porta de conexão entre passado, presente e futuro. E ao escolher cada bolachão, adiciona um novo personagem na narrativa criada a cada performance no palco. Ele lê a pista. E a pista o lê fazendo história.
Nina Kraviz (03/05 às 4h no Floor 1 by Heineken)
Ela se descreve em poucas palavras: DJ, produtora, compositora e vocalista. Mas sua história pode ser escrita em longos capítulos desde os anos 2000. Reconhecida como um dos nomes globais da cena eletrônica por sua carreira de mais de duas décadas, Nina Kraviz é uma excelente curadora musical. Seus sets são intensos e imprevisíveis, carregando fios do techno que podem entrar em curto circuito a qualquer momento, provocando uma explosão na pista.