CDJ Foto: Reprodução

Pioneer DJ celebra 30 anos do CDJ com fanzine exclusivo

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Cópias impressas não estão mais disponíveis, mas é possível ler o material na íntegra digitalmente

Para celebrar os 30 anos de resiliência do CDJ, a Pioneer DJ, maior fabricante do produto, lançou um fanzine comemorativo — o deckades — celebrando sua história desde a primeira versão, o CDJ-500. A empresa anunciou que apenas mil cópias serão impressas, e atendidas por ordem de chegada, através de um formulário que já não está mais disponível. No entanto, o livreto pode ser folheado digitalmente através deste link (ou baixado em PDF aqui).

O CDJ teve uma infância difícil. Um toca CDs profissional, lançado pela primeira vez em 1994, surgiu para surfar na onda dos discos magnetizados que eram sucesso de vendas na década, substituindo os discos de vinil, até então um padrão para os DJs no mundo todo. O pequeno (se comparado a um toca discos de vinil) tocador chegou sem pedir licença nas casas noturnas, pousando ali, ao lado do mixer, lugar antes reservado com honras para as idolatradas pick ups. Não faltou bullying.

Muitos DJs em atividade não se conformavam com a inovação tecnológica. Diziam que “DJs de verdade tocavam com vinil”. Falavam mal de seu som, de sua aparência de brinquedinho, de sua fragilidade comparado aos equipamentos anteriores. Como sofreram os jovens e inocentes CDJs!

Mas, por necessidade, economia ou mesmo a força com que o novo sempre vem, o abuso técnico-psicológico não foi suficiente para barrar os tocadores de CDs nos bares e casas noturnas de todo o mundo. Impuseram-no à força. Cansado de sofrer, foi melhorando a cada versão. Se tornou maior, cheio de recursos, mais “bojudo” e resistente à dura vida nas enfumaçadas pistas de dança. Se tornaram o padrão, chegando a quase aposentar de vez os toca discos, que durante os anos 2000 viraram raridades nas cabines.

E sobreviveu, até mesmo, ao fim dos CDs, que foram aposentados com enorme rapidez, dando lugar aos pendrives, que podiam ser facilmente gravados em casa e carregam milhares de músicas. O buraco para se enfiar o CD desapareceu nas novas versões, mas ainda assim, o nome do equipamento permaneceu o mesmo.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.