Donna Summer Foto: Reprodução

12 anos sem Donna Summer: 12 fatos que você não sabia sobre a rainha da disco music

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Há 12 anos, Donna Summer nos deixava. Para celebrar sua carreira, garimpamos 12 curiosidades que pouca gente sabe

A garotinha que começou cantando na igreja e era fã de  The Supremes, Martha Reeves e The Vandellas simplesmente reinou durante toda a fase áurea da disco music. Donna Summer é indispensável e colecionou, ao longo da vida, muitas boas histórias. Algumas bem pouco conhecidas do público.

Donna Adrian Gaines nasceu dia 31 de dezembro de 1948 e passou para a próxima fase em 17 de maio de 2012, vítima de câncer. Dona da disco, sem dúvida, Summer ganhou cinco Grammys, dois Globos de Ouro, Seis American Music Awards, está na Calçada da Fama e no Rock & Roll Hall of Fame e foi a primeira mulher negra a receber uma indicação ao MTV Vídeo Music Awards.

Isso todo mundo sabe. Vamos agora conhecer 12 fatos curiosos sobre sua carreira. E viva Donna Summer!

Donna Summer estreou no palco com dez anos de idade

É engraçado como na história da música muitos artistas tiveram sua primeira chance cobrindo uma mancada de alguém mais experiente. Foi assim com Donna Summer. Quando tinha dez aninhos, a vocalista da banda da igreja batista que frequentava não apareceu. A garotinha se ofereceu para cantar e, badammmmm, surgia para o mundo a futura rainha da disco music!

Ela era “do rock”

A primeira investida de Donna Summer na música profissional foi como vocalista de uma banda de rock psicodélico chamada The Crow, logo que se mudou para Nova Iorque, em 1967. Anos mais tarde, já na Alemanha, se uniu ao grupo Three Dog Night, dona de hits como Join To The World e Mama Told Me (Not To Come).

Summer participou do musical Hair

Em 1968, Donna Summer se candidatou para um papel no musical Hair, hit da contracultura. Ela não foi aprovada para o papel em sua cidade, mas os produtores lhe ofereceram um lugar na montagem alemã. Summer passou vários anos atuando e cantando em Munique, interpretando a personagem Sheila.

Seu primeiro single foi em alemão

Donna Summer rapidamente aprendeu alemão e foi convidada para lançar uma versão de Aquarius, o maior sucesso da trilha sonora de Hair, na língua local. A cantora assinou como Donna Gaines.

Giorgio Moroder a levou para a disco music

Donna Summer

Donna Summer e Giorgio Moroder. Foto: Reprodução

Foi na Alemanha que a cantora encontrou Giorgio Moroder. O produtor sacou o talento da futura diva e a convenceu a deixar o Three Dog Night para tentar um projeto no mundo da disco, ao seu lado e de Pete Bellotte.

A cantora assumiu seu nome errado

O nome artístico da cantora, definido na parceria com Moroder e Bellotte, era Donna Sommer. Só que a gravadora Groovy Records, com quem assinaram contrato para seu primeiro álbum, imprimiu as capas com o nome errado, Donna Summer. A cantora resolveu deixar por isso mesmo, assumindo o sobrenome que o mundo hoje conhece.

Donna Summer era zoada dentro de casa

Quando surgiu, a disco não agradava nem aos roqueiros e nem aos puristas da soul music, base musical familiar. Tanto seus pais, quanto o irmão, Ricky, tiravam um sarro do timbre de voz da cantora em sem primeiro álbum. Já diziam os psicólogos de boteco: você pode conseguir o reconhecimento do mundo inteiro, mas nunca vai ter o da sua família.

Música em homenagem a Marilyn Monroe foi banida

Em 1975, Summer compos uma música pensando em Marilyn Monroe, Love To Love You Baby, e lançou em um extended single, com 16 minutos de duração. A cantora teve a ideia de botar uns gemidinhos no meio da música, para deixá-la mais sexy. Chegou até mesmo a pedir para que desligassem as luzes do estúdio para que pudesse ficar mais à vontade para gravar os sons sensuais. Só faltou combinar com as rádios americanas, que a acharam ousada demais e baniram a música da programação. Mesmo assim, chegou ao segundo lugar na parada de lançamentos da Billboard.

E não foi a única

Jovens e inocentes, Moroder e Summer resolveram incluir em seu primeiro disco, Lady Of The Night, uma música chamada The Hostage (o refém). As rádios alemãs ficaram cabreiras. Uma americana, fazendo a carreira na Alemanha, ao lado de um produtor italiano, apenas 30 anos após a traumática Segunda Guerra Mundial, estaria fazendo uma provocação. Viagem total dos alemães, mas a música foi banida das rádios de lá.

Donna Summer foi uma das primeiras canceladas

Donna Summer

Foto: Reprodução

Quando a AIDS surgiu nos anos 80, matando milhares de pessoas e assustando o planeta, Summer entrou na onda errada de que a doença era uma “punição de Deus ao comportamento gay”. Justo ela, rainha da disco music e com uma gigantesca massa de fãs dentro da comunidade LGBT. A cantora jamais assumiu ter dito algo do tipo e colocou a culpa na New York Magazine, a quem processou mais tarde, acusando-os de terem distorcido sua fala.

A pintura como terapia

Donna Summer

Foto: Reprodução

Em seu livro de memórias Ordinary Girl: The Journey, Donna fez uma revelação que deixou os fãs estarrecidos. Ela já havia tentado o suicídio diversas vezes, e chegou a ter um surto psicótico em 1979. Para lidar com a ansiedade e a depressão, a cantora recorreu à pintura, que acabou se tornando uma de suas grandes paixões até o fim de sua vida.

Justo em 1979?

O doido é que 1979 foi um ano espetacular para a carreira de Summer. A cantora emplacou cinco hits nas paradas de sucesso: Hot Stuff, Bad Girls, Heaven Knows, Dim All The Lights e No More Tears (Enough is Enough), todas indispensáveis em qualquer coleção de disco music. Hot Stuff e Bad Girls alcançaram o primeiro lugar nas paradas. No mesmo ano, a artista ainda levou três troféus no American Music Awards.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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